O destino físico em sala de aula de 2/3 dos 3.500 alunos da UFF-Campos estão indefinidos. Atualmente, estes mais de 2.300 universitários estudam em contêineres provisórios, cujo contrato foi ameaçado de suspensão (aqui) em maio pela empresa de locação, por falta de pagamento. Mesmo em meio ao contigenciamento do ministério da Educação do governo Jair Bolsonaro (PSL), a UFF saldou a dívida (aqui) até dezembro de 2019. Mas não há definição sobre 2020. Enquanto isso, as obras paradas dos novos prédios da universidade, na av. XV de Novembro, esperam para sua conclusão uma emenda parlamentar de R$ 50 milhões (aqui) da bancada fluminense na Câmara Federal. Sobre esse dilema e outros assuntos, o diretor da UFF-Campos, professor Roberto Cezar Rosendo, falou na manhã de hoje (26) ao Folha no Ar 1ª edição, na Folha FM 98,3:
— Nós tivemos uma redução em torno de 30% das receitas discricionária das univerdidades públicas (federais, com o contigenciamento do governo Bolsonaro). Isso realmente compromete e chega na questão dos contêineres. Eles atendem 2/3 dos nossos 3.500 alunos matriculados regularmente. Nós conseguimos manter o contrato em 2019 graças à mobilização do no corpo discente, docente e o técnico e administrativo, que se manifestaram de maneira espontânea. Esse protesto sensibilizou o professor Antonio Claudio (Lucas da Nóbrega, reitor da UFF, sediada em Niterói) que, nas suas imensas restrições orçamentárias, priorizou a manutenção dos contêineres. Eles iriam sair em aio de 2019 e conseguimos prorrogar até 1º de março de 2020. Depois é uma incógnita (…) Houve uma renovação dos contratos dos contêineres no valor de R$ 170 mil/mês — disse Rosendo, que continuou no que seria a solução definitiva à questão:
— Nós esperamos a adesão de mais deputados federais (numa emenda impositiva de bancada) para chegar a R$ 50 milhões, ou algo próximo a esse valor. Temos o comprometimento de alguns parlamentares. Não é uma questão ideológica. Se o PSL quiser aportar recursos para educação, não temos objeção a quem quiser nos apoiar o investimento na educação pública, gratuita e de qualidade. Aquele campus (na av. XV de Novembro) é uma obra que tem, em valores corrigidos, entre R$ 30 e R$ 40 milhões já investidos e precisa ser terminada. Em virtude das restrições orçamentários (do contigenciamento do governo federal), as emendas impositivas de bancada são uma alternativa para isso (…) Estive mês passado em Brasília. São 15 emendas de bancada para o estado do Rio, no que vai ficar em torno (no total) de R$ 300 milhões. Fui defender a UFF entre elas, mas o que se definiu ali foram os critérios. E duas,pelo menos, tem que ter como critério a educação e a saúde. Nós estamos disputando na educação.
No streaming ao vivo do programa (aqui), na página da Folha FM 98,3 no Facebook, integrantes do movimento conservador UFF Livre tiveram participação ativa nos comentários. O grupo virou notícia nacional neste mês, quando sua denúncia de “perseguição” por uma sindicância aberta a pedido de Rosendo, sobre os alunos do UFF Livre, teve o apoio em vídeo (aqui) do ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub. Parte dos questionamentos conservadores foi respondida por Rosendo no programa de hoje. Mas para tratar desse e outros assuntos ligados à universidade, um debate ao vivo foi marcado para o início da manhã de 8 de outubro, no Folha no Ar 1ª edição. Dele participarão os alunos da UFF-Campos Eraldo da Silva Duarte, do UFF Livre, e Johnatan França de Assis, militante de movimentos de esquerda.
Sempre a partir das 7h da manhã, com streaming ao vivo na página da Folha FM no Facebook (aqui), O Folha no Ar 1ª edição fecha a programação da semana com outro debate, sobre outro tema. Para falar de mercado imobiliário com o autor e especialista na área Guilherme Rangel, o programa contará com a participação especial do empresário Christiano Abreu Barbosa, diretor financeiro e blogueiro da Folha.
Confira abaixo, em quatro blocos, o Folha no Ar de hoje com o diretor da UFF-Campos, professor Roberto Rosendo: