A morte foi personificada em deuses e deusas nas religiões politeístas de várias civilizações. Era Anúbis para os egípcios, Tânatos para os gregos, Plutão para os romanos, Doon para os celtas, Kali para os hindus, Meng Po para os chineses, Shinigami para os japoneses, Hela para os nórdicos, Mictecacihuatl para os astecas, Supay para os incas, Anhangá para os tupis, Iku para os iorubás.
No Brasil, desde a campanha presidencial de 2018, a morte foi personificada no “deus acima de todos”. Que, do Deus do amor pregado por Jesus, não tem nem o branco dos olhos. É o mesmo deus dos templos que preferem contaminar seus fiéis em cultos presenciais, no auge da pandemia da Covid no país, a deixar de engordar os bolsos dos seus pregadores com o dinheiro do dízimo — moedas de prata de Judas, sem arrependimento pela traição.
Na negação de toda a vida e pregação do Cristo, cuja ressurreição hoje se celebra, esse novo deus da morte brasileiro encontra altar no Estado laico. E condena seus próprios crentes à morte pelo sufocamento lento, como era na crucificação, mas sem direito à família ao pé do calvário. Dita mandamentos do Palácio do Planalto e tem como apóstolo no Supremo Tribunal Federal (STF) o ministro Nunes Marques, aonde foi indicado por seu Messias.
Professor de direito constitucional da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Centro Universitário Autônomo do Brasil (UniBrasil), frisou o respeitado jurista Clèmerson Merlin Clève: “sua caneta não escreve com tinta, mas com sangue”.