Brasil e Vasco em busca da história de grandeza no futebol

 

Vini Jr. levantou a Champions da Europa pela segunda vez, novamente marcando o gol do título ao Real Madrid, na véspera do domingo do Vasco 1 a 6 Flamengo no domingo do Maracanã (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Na Europa, Vini é esperança ao Brasil

Eleito o melhor jogador da Champions League da Europa decidida no sábado (1º), que conquistou com o Real Madrid pela segunda vez marcando o gol do título, feito inédito a qualquer jogador brasileiro, o atacante Vini Jr. é a esperança mais concreta do “melhor futebol do mundo” sair da bravata. Já era desde a Copa do Mundo de 2022, quando a Seleção Brasileira talvez não tenha passado das quartas-de-final porque o jovem atacante, preso pelo técnico Tite na ponta esquerda, não brilhou. Após ser o 6º colocado na Bola de Ouro de 2023, Vini hoje aparece com chance de conquistar o prêmio em 2024, entregue em novembro. A ver.

 

Futebol contra o racismo   

Na Bola de Ouro de 2023, Vini Jr. ganhou o troféu Sócrates — um dos craques da inesquecível Seleção Brasileira de 1982 e conhecido pela militância política — por sua luta contra o racismo no futebol. Exato um século antes, essa luta tinha sido encampada no Brasil em 1923, pelo Vasco da Gama. Que, com um time que aceitava negros e pardos, diferente do Flamengo, Fluminense e Botafogo, venceu estes três para ser campeão da 19ª edição do Campeonato Carioca de Futebol. Logo em seu ano de estreia, na principal divisão do esporte da então capital da República, não há exagero em dizer que o Vasco já nasceu gigante.

 

Vasco: apogeu e decadência

Do “Expresso da Vitória”, que dominou o futebol carioca e nacional entre 1942 e 1953, dando a base do Brasil vice-campeão mundial em 1950, o Vasco cedeu jogadores à Seleção nas conquistas das Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1994. E teria suas maiores glórias com a Libertadores da América em 1998 e seus quatro Brasileiros: 1974, 1989, 1997 e 2000. Também ganharia a Copa do Brasil em 2011. Mas esta veio para atenuar a decadência em que o clube já tinha entrado a partir de 2008, quando foi rebaixado a primeira vez à Série B do Brasileirão. Voltaria à Série A, onde hoje está. Mas seria também rebaixado em 2013, 2015 e 2020.

 

6 a 1 e 7 a 1 x história de grandeza

No domingo (2) seguinte à conquista da Europa por Vini Jr, o Vasco abriu o placar contra o Flamengo, no Maracanã, pela Série A do Brasileiro. Foi esperança apagada na virada de 6 a 1. Para figurar entre os maiores vexames do futebol brasileiro recente, com os 7 a 1 da Alemanha na Copa do Mundo de 2014 ou a inverossímil pipocada do Botafogo no Brasileirão do ano passado. Para piorar, no futebol feminino, o Rubro-Negro já tinha dado, em 9 de março, outro 6 a 1 no Cruz-Maltino. Que aplicou, porém, a maior goleada do clássico: 7 a 0 no Flamengo, em 1931. Como o Brasil, o Vasco precisa reencontrar a sua história de grandeza no futebol.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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