Briga pelo vereador mais votado?
No sábado (10), a coluna frisou se basear nos bastidores, não em pesquisas, para elencar nomes (confira aqui) que poderiam brigar, mais que pela eleição à Câmara Municipal de Campos, pela posição de vereador mais votado. Entre eles, Marquinho Bacellar (União), Thamires Rangel (PMB), Dudu Azevedo (REP), Anderson de Matos (REP) e Abdu Neme (PL). Os quatro primeiros, pela força dos “padrinhos”, respectivamente, Rodrigo Bacellar (União), Thiago Rangel (PMB), Wladimir Garotinho (PP) e a Igreja Universal. O quinto, pela própria força. Embora haja quem, entre os colegas médicos de ambos, projete que Maninho (PP) possa ter mais votos que Abdu.
George e Jorginho
“Nas eleições proporcionais, o volume de recursos torna a competição desfavorável a competidores pobres ou modestos. Muito mais que em disputas majoritárias, as proporcionais são sensíveis à interferência do sistema econômico. Em tese, o volume de recursos permite arriscar hipóteses sobre campeões de voto”, disse o cientista político George Gomes Coutinho, professor da UFF-Campos. Ele pensa parecido com o vereador Jorginho Virgílio (União), candidato à reeleição: “Acredito que os mais votados serão aqueles com maior estrutura, dinheiro e empregos. Infelizmente, ainda é isso que define os mais votados em Campos”.
Josiane e Tezeu
“Poderemos ter nomes que não estão sendo cogitados como ‘os mais votados’, surpreendendo. As pessoas estão indignadas com a composição atual da Câmara. Após 4 anos sem representatividade feminina, tenho fé em surpresas positivas”, disse a nutricionista Josiane Morumbi (Podemos), candidata a vereadora. “Candidato pela 1ª vez, tenho ouvido dezenas de relatos de pessoas que teriam sido pagas pelos ‘favoritos’. O que, se verdadeiro, tornaria a eleição injusta. Só nos resta acreditar que a vontade de mudar agremie votos de verdadeira opinião”, ressalvou o petroleiro Tezeu Bezerra (PT), candidato a vereador.
Marcão e Alonso
“Creio que, como nas demais campanhas, o número de indecisos ao cargo de vereador é muito elevado, e a população define esse nas últimas semanas da campanha. Tem muita água para rolar debaixo da ponte”, observou o servidor federal Marcão Gomes (MDB), candidato a vereador e ex-presidente da Câmara. “O momento atual da política de Campos não merece uma disputa de egos pela maior votação à Câmara Municipal. É tempo de renovação e de avaliação sobre a deficitária qualidade dos edis, falta de projetos e de representatividade efetiva em favor do povo”, disse o advogado Alonso Barbosa (PDT), candidato a vereador.
Professora Natália
“Por alguns nomes cogitados, como Marquinho Bacellar, Dudu Azevedo, Thamires Rangel e Anderson de Matos, se mede também o capital político e econômico dos apoiadores, respectivamente, Rodrigo Bacelar, Wladimir, Thiago Rangel e um outro ator que detém não menos capital econômico e político, a Igreja Universal. É muito importante se distanciar de quem visa fatiar a cidade para testar esse poder de mando. Falar que pobre tem que caber no orçamento é revirar as prioridades deste município. Uns usam seu poderio econômico, outros muita saliva’ e pé na rua”, distinguiu a professora e candidata a vereadora Natália Soares (Psol).
Publicado hoje na Folha da Manhã.