Questionamento do PT ao Ideb de Campos é questionado

 

Índide de desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), Eduardo Shimoda, George Gomes Coutinho, Jefferson de Azevedo e Wladimir Garotinho (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Questionamento ao Ideb questionado

O crescimento na nota de Campos (confira aqui e aqui) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) não foi produzido artificialmente pela aprovação automática dos alunos do ensino fundamental. Foi o que afirmou à coluna Eduardo Shimoda, professor de Estatística e Indicadores de Qualidade da Educação no Doutorado em Planejamento Regional e Gestão da Cidade da Candido Mendes. Após o prefeito Wladimir Garotinho (PP) comemorar (confira aqui) o Ideb e ser questionado (confira aqui) pelo professor Jefferson Azevedo, ex-reitor do IFF e candidato a prefeito do PT, Shimoda ressalvou: “o resultado será explorado politicamente em ano de eleição municipal”.

 

Mais conhecimento dos alunos

Após analisar os dados do Ideb de Campos e do RJ, aferidos na multiplicação dos números de aprovação pelos do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Seab), Shimoda concluiu: “Nos anos iniciais, de 2021 a 2023, o índice de aprovação aumentou de 91% para 95%, a nota Saeb aumentou de 5,13 para 5,74 e o Ideb foi de 4,70 para 5,40. Parece que a proficiência dos alunos melhorou e aumentou a aprovação. Com mais conhecimento dos alunos, a aprovação aumenta. Não há indício que o aumento do Ideb foi produzido ‘artificialmente’ por aumento da aprovação. O índice de aprovação de Campos foi igual à média do Estado do Rio”.

 

“Ideb não muito bom, mas melhorou”

“O Ideb de Campos não mostrou resultado muito bom, mas de fato melhorou. O município era o 85º entre 91 municípios fluminenses na nota Saeb de 2021. E, em 2023, passou para 69º entre 92 municípios. ‘Pedalada’ seria aumentar o nível de aprovação, que em Campos subiu muito pouco, de 91% a 95%. Se os alunos passassem sem saber, seria inútil, porque o Ideb tenderia a cair em 2025. A aprovação não é a causa do aumento do Ideb. Foi a nota Saeb, ao subir de 5,13 a 5,74, demonstrando uma proeficiência melhor dos alunos, que aumentou a aprovação. Não foi maquiagem, os alunos é que estão sabendo mais”, lecionou Shimoda.

 

Questionamento político

O questionamento de Jefferson foi questionado também pelo cientista político George Coutinho, professor da UFF-Campos: “O PT local só não explicou por que, se há problema no Ideb, ele não está no instrumento de avaliação do MEC? Que está nas mãos do PT, o Camilo Santana do PT. Ao tentar desmoralizar o prefeito, se desmoraliza o instrumento. O PT local resolveu, por tática eleitoral, atacar Wladimir. Se houver um hipotético 2º turno sem o PT, ele vai apoiar a candidatura de Madeleine, de extrema-direita de fato? São 5.565 municípios no Brasil. Se maquiar é tão simples, por que não tivemos a explosão no Ideb Brasil afora?”

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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Este post tem um comentário

  1. Cristiele Lemos

    Como professora do fundamental 1, eu concordo com a fala do Professor Jefferson, é fácil resolver isso.
    Vão as salas de aula das escolas municipais e vocês verão as deficiências na aprendizagem, verão crianças indo para o fundamental 2, sem saberem ler, então que aumento é esse?

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