Especialista em pesquisa crê no 1º turno
“Hoje, acredito em eleição (de Wladimir Garotinho, PP, a prefeito) no 1º turno. Embora ninguém ganhe de véspera e a campanha vá começar no dia 30, até a divergência pública com os pais favorece Wladimir, porque quebra a resistência histórica ao garotismo na 98ª (Zona Eleitoral de Campos, a chamada ‘pedra”). As premissas: aprovação de governo, baixa rejeição, imagem, referência ao governo anterior (Rafael Diniz, Cidadania). Não é sempre que quadra tudo a favor. Mas está tudo quadrando”, foi o que disse no Folha no Ar da manhã de ontem o empresário Murillo Dieguez, colunista da Folha e diretor do instituto de pesquisa Pro4.
Teto de 70% dos votos válidos?
Com a expertise de quem detectou em pesquisas do instituto Pro4 a ascensão eleitoral de Rafael, que levou este à vitória no 1º turno a prefeito de Campos em 2016, Murillo afirmou: “Wladimir bateu no teto, mas numa margem em que não posso dar número”. Perguntado se esse teto seria, hipoteticamente, de 60% de intenções de voto, ele respondeu: “Acho que esse teto é maior nos votos válidos” (descontados os brancos e nulos). Indagado se esse suposto teto seria de 70%, Murillo confirmou ao programa Folha no Ar: “Em torno de 70% dos votos válidos, minha impressão é que ele tem uma margem por aí. Mas não há vitória antecipada”.
“Pau do circo da economia campista”
“Não tenho dúvida nenhuma que essa eleição (a prefeito de Campos) será da continuidade. Tudo que tenho visto aponta isso. É uma percepção não só da aprovação do governo, como de outros dados correlatos. Mas isso não pode vir acompanhado da soberba. Há questões muito sérias no município que precisariam ser tocadas de maneira diferente numa próxima gestão. Mais de 90% da população acredita que Campos não pode só depender dos royalties, tem que ter um novo modelo de desenvolvimento econômico. O pau do circo da economia campista é o governo municipal”, advertiu o empresário e especialista em pesquisas.
“Quem vai ser o Makhoul dessa eleição?”
Apesar do favoritismo de Wladimir à reeleição como prefeito, Murillo acredita que “essa eleição pode vir a credenciar alguns atores ao cenário político de Campos. Hoje, a Delegada (Madeleine Dykeman, União) e o professor Jefferson (Azevedo, PT) brigam por isso. Não os vejo capazes de ameaçar a reeleição. Mas quem vai ser o Makhoul (Moussallem, saudoso médico e candidato a prefeito de Campos pelo PT em 2012, quando foi bem votado em 2º lugar, mas a então prefeita Rosinha se reelegeu no 1º turno) dessa eleição? Se Madeleine ou Jefferson, isso vai depender da construção da campanha”.
Publicado hoje na Folha da Manhã.
Confira no vídeo abaixo a entrevista de Murillo Dieguez ao Folha no Ar de terça: