Oito prefeitos favoritos à reeleição hoje
Hoje é o dia da decisão soberana e secreta do voto. Até ele, tudo pode mudar. Mas a partir da análise de mais de 30 pesquisas eleitorais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de consumo interno das principais campanhas, é possível projetar: os prefeitos Wladimir Garotinho (PP) em Campos, Carla Caputi (União) em São João da Barra, Welberth Rezende (Cidadania) em Macaé, Geane Vincler (União) em Cardoso Moreira, Léo Pelanca (PL) em Italva, Valmir Lessa (Cidadania) em Conceição de Macabu, Marcelo Magno (PL) em Arraial do Cabo e Fábio do Pastel (PL), em São Pedro da Aldeia, chegam hoje como favoritos à reeleição.
Aprovação de governo = intenção de voto
Com mais ou menos vantagem nos números, esses 8 prefeitos da região têm seu favoritismo à reeleição baseado em premissa simples: todos têm governos bem avaliados pela maioria da população, com reflexo direto em intenção de voto nas consultas estimulada e espontânea de todas as pesquisas. Reforçada por outro fato estatístico: nenhum deles lidera na rejeição. Não é exclusividade das eleições a prefeito do Norte e Noroeste Fluminense e Região dos Lagos. Tende à regra em qualquer outro pleito do Brasil ou democracia representativa do mundo, na qual seja permitida a reeleição: aprovação de governo = intenção de voto.
Oposição favorita em C. Frio e Rio das Ostras
A equação se reforça em confirmação ou por antítese. Entre os municípios com pesquisas eleitorais analisadas pela Folha, há dois em que a desaprovação popular ao governo faz com que o favorito a prefeito seja da oposição. Em Cabo Frio, quem lidera com folga a corrida é o deputado estadual Dr. Serginho (PL), contra a candidatura à reeleição da prefeita Magdala Furtado (PV), com governo reprovado pela maioria da população. E em Rio das Ostras, onde o favorito é o ex-prefeito Carlos Augusto Balthazar (PL), contra o candidato Maurício BM (União), apoiado pelo governo Marcelino Borba (sem partido), também reprovado por maioria popular.
Tendência cristalizada em 18 meses
Entre esses 10 municípios da região, só Campos tem mais de 200 mil eleitores, condição necessária à existência do 2º turno. A não ser que um candidato tenha, já no 1º turno, o mínimo de 50% + 1 voto entre os válidos — descontadas abstenções, votos em branco ou nulos. Tudo até aqui leva a crer que será o caso de Wladimir. Que tem o mínimo para definição em turno único projetado em todas as pesquisas eleitorais feitas em Campos, desde a GPP de março de 2023. Com mais duas pesquisas no ano passado e outras seis pesquisas registradas no TSE em 2024, é tendência cristalizada em 1 ano e meio de levantamentos.
Independe do adversário
Nestes últimos 18 meses medidos por 9 pesquisas, Wladimir foi apontado como favorito, com aprovação da maioria da população ao seu governo refletida na liderança isolada das intenções de voto, em todas. Desde que seus possíveis principais adversários eram o ex-deputado federal Caio Vianna, hoje no MDB e aliado do prefeito; o presidente da Câmara, vereador Marquinho Bacellar (União); e a deputada estadual Carla Machado (PT). Até a que foi confirmada em convenção: Delegada Madeleine (União). São quatro nomes bem diferentes. E Wladimir permaneceu favorito à reeleição em turno único nas pesquisas contra todos.
Tendências ao turno único
Nada disso valerá se da urna surgir um eventual 2º turno. Mas isso parece improvável. Não só por Madeleine não ter chegado até aqui aos 20% de intenção em nenhuma pesquisa, contra mais de 60% a Wladimir. Mas também pelo fato de que nenhum outro candidato a prefeito, entre Professor Jefferson (PT), Thuin (PRD), Fabrício Lírio (Rede), Dr. Buchual (Novo) e Pastor Fernando (PRTB), chegou sequer próximo aos 2 dígitos de intenção de voto em nenhuma das 9 pesquisas eleitorais de Campos. Que, no conjunto dessas tendências, dão hoje à urna do 1º turno a aparência de impossibilidade matemática a turno extra.
Big Data, Paraná e Quaest
Pesquisas não são infalíveis ou bola de cristal. Mas revelam tendências, como retratos do tempo presente de um filme em movimento. Cujo “the end” só vem com a totalização da apuração pelo TSE. Mas, negadas, sonegadas, desaparecidas e até fraudadas na atual corrida a prefeito de Campos, pesquisas são a forma mais objetiva e impessoal de se acompanhar o processo eleitoral. Sobretudo quando feitas por institutos sérios e de conceito nacional, como Real Time Big Data, Paraná e Quaest. Este, com três pesquisas, inclusive uma fechada ontem, sem registro no TSE. O fato é que nenhuma delas projetou surpresa para hoje.
Tetos de Wladimir, Madeleine e Jefferson?
Sem o mesmo conceito que Big Data, Paraná e Quaest, a Prefab Future sempre apontou, desde 2023, os maiores índices de intenção de voto a Wladimir em 2024. Inclusive no seu último levantamento, divulgado ontem, em que deu 77,8% de intenção de voto válido ao prefeito. No cruzamento das pesquisas Big Data, Paraná e Quaest (mesmo sem poder revelar os números desta), o resultado mais factível parece ser a reeleição entre 64% a 74% dos votos válidos. Como Madeleine entre 17% e 27%. E, com base no resultado da eleição de Campos em 2020, projetar o teto de 7% dos válidos a Jefferson. Daqui a pouco saberemos.
Publicado hoje na Folha da Manhã.