Por que Ricardo Nunes será reeleito prefeito de São Paulo?

 

Ricardo Nunes, Guilherme Boulos, Tarcísio de Freitas e Lula (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

A despeito dos “especialistas” cometa, que só passam de 2 em 2 anos para opinar sobre eleição entre os antolhos da paixão e/ou interesse, eleição majoritária de dois turnos se dá entre dois eixos. No 1º turno, uma disputa de piso, definida pela intenção de voto. No 2º turno, uma disputa de teto, determinada pela rejeição.

Salvo algo muito fora da curva nos 14 dias que separam o eleitor das urnas do 2º turno, Ricardo Nunes (MDB) será reeleito prefeito de São Paulo em 27 de outubro. E não há nisso nenhuma expressão de desejo ou simpatia, apenas o reconhecimento objetivo do que os números de todas as pesquisas projetavam desde o 1º turno.

Guilherme Boulos (Psol), pelo perfil político e grande rejeição, é uma espécie de Marcelo Freixo (hoje, PT) de São Paulo. O paulista, bem verdade, conseguiu pelo menos ir ao 2º turno, a partir do racha da direita no 1º entre Nunes e Pablo Marçal (PRTB). Freixo, contra Cláudio Castro (PL) a governador do RJ em 2020, mesmo trocando o Psol pelo PSB na tentativa de diminuir sua rejeição, nem isso. A chance real de eleição de Boulos seria um 2º turno contra Marçal.

Isso posto, o fato: enquanto a esquerda brasileira não atuar com pragmatismo e matemática no lugar de maniqueísmo ideológico e oba-oba, enquanto não trocar o desejo masoquista de “resistência” pelo de vitória política, continuará abrindo veredas ao crescimento da direita no Brasil. Como se deu e se dá aos olhos de qualquer observador racional destas eleições municipais brasileiras.

A reeleição de Nunes, se confirmada, apontará o grande vencedor em São Paulo: o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Que bancou o prefeito e peitou Marçal, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não teve coragem de fazer. Como, no caso da improvável eleição de Boulos, o vencedor político seria o presidente Lula (PT). Será semeadura para colher em 2026. A ver.

 

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Este post tem 2 comentários

  1. Marcos

    Muito rasa essa análise. A questão da máquina na mão pesa muito. Aqui no Rio na comunidades tráfico e milícias dão o tom na capital e baixada, e no interior a compra de votos está descontrolada… a esquerda está cerceada e a democracia em risco. Em poucos pleitos se joga limpo e não há lealdade nas disputas… a saída seria jogar sujo também??????

    1. Aluysio Abreu Barbosa

      Caro Marcos,

      É mais uma projeção que uma análise. De prova rasa mesmo, não de fundo, com linha de chegada daqui a apenas 13 dias. Daí, saberemos a diferença entre quem analisa o que é dado a ver e quem prefere conjecturar, com as cinrcunvoluções do próprio umbigo, sobre o que queria ver. Quanto a jogar sujo, sem entrar em generalização lavajatista e/ou bolsonarista, como vc chama eventos que ficaram mais conhecidos como Mensalão e Petrolão?

      Grato pela chance de ressaltar o óbvio.

      Aluysio

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