Pampolha no meio do caminho
Presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União) tem algumas variáveis para consolidar sua pré-candidatura a governador em 2026. A principal talvez seja tirar o vice-governador Thiago Pampolha (MDB) da sucessão do governador Cláudio Castro (PL). Para que, na renúncia deste para disputar a senador ou deputado federal, Bacellar pudesse concorrer já como governador.
Vice fala grosso
Ocorre que, em entrevista ao jornal O Globo na quinta, Pampolha afirmou: “Vou disputar as eleições ao governo do estado do Rio”. E completou, em aparente desafio a Castro e Bacellar: “Tentaram me colocar como um vice decorativo e eu não me encaixo nesse papel. Se pensaram que eu iria ficar apanhando quieto, aplaudindo tudo, estavam muito enganados”.
Réplica e tréplica
A entrevista de Pampolha foi uma réplica a Castro. Que, no dia 14, disse que só cederia a cadeira de governador ao seu vice “se morrer ou infartar”. Ontem, Castro deu sua tréplica: “Ele (Pampolha) não faz parte do meu grupo para que eu o apoie como governador. Preciso viabilizar meu candidato, que é o Rodrigo Bacellar”.
Racha no grupo
Também falando a O Globo, Castro complementou: “(A opção por Bacellar) não se trata de um demérito ao Thiago (Pampolha), nem de falta de capacidade, mas meu grupo político não pode entregar de bandeja a cadeira a alguém que não faz parte dele”.
MDB quer candidato a governador
Também ontem, quem falou sobre a eleição do governador do RJ foi o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi: “Thiago (Pampolha) é um grande nome. Com eventual renúncia do Castro, tem o dever de disputar ou apoiar o nome do ex-prefeito Washington Reis, que fez bons mandatos em Duque de Caxias e é uma forte liderança do MDB”.
Variável Washington Reis
Ex-prefeito de Duque de Caxias, 2º maior colégio eleitoral do RJ, Washington está hoje inelegível no STF. Mas, além do MDB, seu apoio é disputado pelo prefeito carioca Eduardo Paes (PSD), líder nas pesquisas a governador, e por Bacellar. Que se reelegeu presidente da Alerj mantendo o deputado Rosenverg Reis, irmão de Washington, como 1º secretário da Casa.
A marchinha e o passe
“Quem conhece a política fluminense e trabalha na oposição a Bacellar diz que Pampolha encarna a marchinha ‘Daqui não saio, daqui ninguém me tira’. Quem conhece a política do RJ e trabalha com Bacellar diz que o vice-governador está valorizando o passe”. Foi o que a coluna registrou (confira aqui) em 12 março. Passados 17 dias, a marchinha ficou mais forte. E o passe mais caro.
Publicado hoje na Folha da Manhã.