O escárnio com o contibuinte por quem não viu o tempo passar

 

 

 

Charge do José Renato publicada hoje (02) na Folha

 

 

Cronologia de Rosinha

Através de documento, o juízo da 98ª Zona Eleitoral (ZE) de Campos esclareceu que só às 13h31 de ontem (01) foi comunicado oficialmente pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da decisão de manter Rosinha Garotinho (PR) no Rio de Janeiro. À 0h do dia anterior (30), a ex-prefeita de Campos foi libertada do Presídio de Benfica. E às 15h13 teve sua condução a Campos determinada pelo juiz local. Só que, às 19h31 do mesmo dia, a relatora do caso no TRE, desembargadora Cristiane Frota, decidiu atender ao pedido da defesa de Rosinha, permitindo que ela ficasse no Rio.

 

Antecipação e tornozeleira 

“Não há qualquer conflito. Tudo foi feito em harmonia com o TRE. A imprensa que se antecipou”, disse o titular da 98ª ZE, Ralph Manhães. De fato, a partir da consulta do processo eletrônico do caso de Rosinha, foi possível noticiar na mesma quinta (30) a decisão da sua permanência no Rio, comunicada ao juízo da 98ª ZE apenas ontem (01), na sexta. No mesmo dia, foi finamente cumprida a mais emblemática medida cautelar imposta pela Justiça à liberdade da ex-prefeita. Desde a tarde de ontem, ela usa a tornozeleira eletrônica instalada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

 

Escárnio

Por mais que o abatimento de Rosinha, durante uma semana de cadeia, tenha sensibilizado até críticos das práticas dos Garotinho, o comportamento dos condenados à prisão pela mesma operação “Caixa D’Água” evidencia o escárnio com o povo brasileiro demonstrado por seus políticos denunciados por corrupção. Ontem, foi revelado que o ex-ministro dos Transportes e presidente nacional do PR (partido do casal Garotinho), Antonio Carlos Rodrigues, se abrigou num apartamento funcional de Brasília, pago pelo contribuinte, nos sete dias em que ficou foragido, após ter sua prisão decretado pela Justiça Eleitoral de Campos.

 

Pós-Lava Jato

Numa prova de como o Brasil mudou após a operação Lava Jato, ontem um dos seus frutos diretos, a “Chequinho”, condenou criminalmente mais quatro vereadores do grupo dos Garotinho. Thiago Virgílio (PTC), Linda Mara (PTC), Kellinho (PR) e Jorge Rangel (PTB) foram sentenciados a 5 anos e 4 meses de prisão em regime semiaberto, por participação na troca de votos por Cheque Cidadão, na eleição municipal de 2016. O julgamento coube ao juiz da 76ª ZE de Campos, Ricardo Coimbra, que só passou a atuar no caso após o rezoneamento eleitoral de 4 de outubro.

 

Rumo ao abismo

Como Ralph, Glaucenir Oliveira e Eron Simas, outros magistrados eleitorais de Campos citados ontem (aqui) nesta coluna, pelo papel destacado na “Chequinho” — assim como na “Caixa d’Água”, no caso dos dois primeiros —, Ricardo é outro juiz relativamente jovem. Numa geração que engloba também parte dos promotores eleitorais e agentes da Polícia Federal (PF) de Campos que atuaram no caso, suas ações contrastam com a velhice precoce das práticas de quem ainda aposta na promiscuidade entre público e privado. Insistir neste caminho, por mais carismático que seja o líder, é reproduzir a cegueira da manada rumo ao abismo.

 

Eleito para Ompetro

A Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) já tem novo presidente eleito. O prefeito de Campos, Rafael Diniz (PPS), no seu primeiro ano de mandato, teve aprovação ontem dos representantes das cidades que compõem a entidade e vai assumir a liderança a partir do próximo dia 1º de janeiro. Ele substitui o prefeito de Macaé, Dr. Aluizio (PMDB), que não compareceu a reunião de ontem em Campos, quando também foram escolhidos para a diretoria de 2018 os prefeitos de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar; Quissamã, Fátima Pacheco; Búzios, André Granado; de Casimiro de Abreu, Paulo Dames.

 

Pesos

Além da importância de Campos na formação da Ompetro, a consolidação de Rafael como liderança política na região também foi evidenciada com a escolha. Representantes de oito dos 11 municípios da Organização participaram da eleição. A substituição do prefeito de Macaé pelo de Campos ocorre em momento de desgaste do atual presidente. Dr. Aluízio foi recentemente criticado pelos integrantes da Ompetro, após lançar campanha “Menos royalties, mais empregos”, que não teve aval dos demais prefeitos e não foi à frente. A reação dos outros municípios foi buscar mais investimentos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Petrobras.

 

Com o jornalista Rodrigo Gonçalves

 

Publicado hoje (02) na Folha da Manhã

 

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Este post tem um comentário

  1. Genildo

    Como sempre, a imprensa da veredito antes da última instancia, quanto a ser presidente da Ompetro, não acrescenta nada ao que nada foi feito de novo em 11 meses de “governo” repito, confio na boa vontade de Rafael, só não confio ainda na competência dos que o assessoram, até agora estão cometendo os mesmo erros do passado, saúde continua um caos, patrimônio está em deteriorização, etc, etc. Hoje os royalties já ultrapassa valores de 2016 mesmo com pagamento das parcelas assumidas de empréstimo para que o caos não se instalasse anteriormente, porque onerar mais o povo com a indústria da multa pela guarda Municipal e aumento extorquista no IPTU? Isso é governar?
    Certa vez ao passar por aperto financeiro, refinanciei o meu carro, gerei uma dívida futura, arrumei a casa e após ter pago já tenho até condições de adquirir um novo, isso é pé no chão, talvez se a imprensa tomasse conhecimento diria que fiz loucura, porque se morresse recairia sobre a minha esposa essa dívida, só que existia garantia para tal solução imediata, que o prefeito seja ousado, existe sim garantias que o respaldam a fazer um excelente governo sem precisar onerar o povo, primeiro porque os seus votos lhe dão carta branca dada pelo povo para fazer o melhor, o que precisa é reconhecer que o governo anterior tomou medidas necessárias imediatas e que não tenha medo de tomá-las também. Enquanto ficar ouvindo os críticos que só viram erros, jamais conseguirá usar exemplos de acertos que outros tiveram, seja no governo municipal, estadual ou federal, basta não cometer crimes de lesa a pátria e nem deixar ser usado por ninguém.
    No mais, Deus abençoe Campos e as autoridades constituídas por Ele para estarem no governo da cidade.

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