Uma história antiga
Por Saulo Pessanha(*)
Minha história com a Folha da Manhã é antiga. Não tem os 40 anos de idade do jornal. Mas está perto disso. Imagino que alcance 38 anos — leia-se do ponto de partida, ou seja, de quando a Folha surgiu, aos dias atuais. Sim, porque não fui do grupo pioneiro na redação. Vim depois. No início de 1978, quando a Folha foi às bancas, eu concentrava forças, mesmo físicas, para tão somente tocar o Bar Doce Bar, então no auge da noite de Campos.
O Doce Bar tinha uma clientela refinada. Era frequentado por boêmios, universitários, intelectuais e, claro, jornalistas. Muitos. O bar abria por volta das 19h e tocava, quase sempre, até o surgir do sol. E eu virava a noite junto. Bebia com a clientela, trabalhando sobretudo a parte musical — de muita música popular brasileira, indo de Cartola a Mário Reis, passando por Caetano Veloso, Chico, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Gonzaguinha.
Eu cuidava da música porque o bar tinha a parte de atendimento ao público entregue a Edmur, uma figura extremamente querida e competente, que, por sinal, era um compositor de mão cheia. Foi campeão de alguns carnavais em Campos, fazendo samba enredo.
Ainda houve uma época que conciliava o comando do Bar Doce Bar com o trabalho em A Notícia. Mas ficou puxado. Daí que dei um tempo na profissão de jornalista. Virei dono de bar. Mas não por muito tempo.
Em 1980, já casado, e sem estar atrelado ao comando do Bar Doce Bar, atendi a convite, já feito antes, de Aluysio Cardoso Barbosa. E ingressei na Folha. Não tinha como recusar o chamamento.
A minha relação pessoal e profissional com Aluysio era ótima. Retroagia aos fins dos anos 1960, quando, com apenas l9 anos, ingressei em A Notícia. Ali, na redação comandada por Aluysio, em que dividia espaço com Prata Tavares, Eduardo Augusto, Péris Ribeiro, José Cunha Filho, comecei a carreira de jornalista. Mas tarde, a redação ganhou Ângela Bastos, Celso Cordeiro e muitos outros companheiros ao longo dos anos.
Na Folha da Manhã, tive idas e vindas, por motivações diversas. O meu retorno ocorreu em 1988. Voltei para retomar o projeto “Folha Rural”, um sucesso editorial nos primeiros anos do jornal.
Mas acabei na editoria de Política porque o ano era de eleição municipal. A troca, a partir do acompanhamento da política paroquial, possibilitou que lançasse dois livros sobre causos envolvendo políticos e afins. E muitas dessas histórias, como tantas outras que me chegam, sobre o lado cômico dos nossos representantes no Executivo e no Legislativo, vão sendo publicadas nas colunas que faço.
(*) Jornalista e colunista da Folha
Publicado hoje (07) na Folha da Manhã
Parabéns Saulo Pessanha desejo que você continue sua tragetória,com humildade e dedicação um exemplo de jornalista e de pessoa