Pertencimento que não se acaba
Jô Siqueira(*)
Campos dos Goytacazes, 8 de janeiro de 2018.
O tempo passou, muitas coisas aconteceram ao longo desses 40 anos da Folha da Manhã, mas o carinho e respeito por essa escola continua. Cheguei à redação pelo mestre Orávio Soares de Campos, que era na época o chefe de redação que convidou-me para estagiar, logo no meu primeiro ano do curso de jornalismo, na Faculdade de Filosofia de Campos, em 1986. Gostava de chegar cedo e ler os jornais nacionais e locais, para quando recebesse minha pauta, tivesse noção do que estava acontecendo no mundo. É lógico, que não havia internet ou redes sociais. O mais moderno na época era fax da Agência JB que trazia as manchetes do país e internacionais.
Ali passava parte do meu dia; aprendi muito, adquiri conhecimento e responsabilidade com o que escrevíamos, pois aquelas páginas da Folha entravam diariamente em milhares de residências e estabelecimentos comerciais, levando informações com credibilidade, sob o olhar do então seu Aluysio Barbosa, “Barbosão”. Chegava por volta das 7h e não tinha vontade de voltar para casa. O trio, Jane Nunes, Edma Nogueira e Jô Siqueira, como seu Aluysio chamava, ficava parte do dia na redação. Ali, trabalhávamos, ríamos, chorávamos, conversávamos e sonhávamos. Seu Aluysio sempre gostou de conversar e dar conselhos e era atento a tudo que acontecia. Passei 10 anos da minha vida ali e tive o privilégio de trabalhar ao lado de profissionais de ponta como Aloysio Balbi, Aldefran Lacerda, José Carlos Nascimento, Luiz Mário Concebida, Angela Bastos, Marcia Angella, José Carlos Pereira, o “Caquinho”, Ricardo André Vasconcelos, Juscelino Lazaroni, Paulo Renato Porto, Antonio Leudo, Antônio Cruz, entre tantos colegas.
Tive a oportunidade de participar da festa de 15 anos da Folha da Manhã, com uma ampla programação na Igreja do Santíssimo Salvador. Ao longo desta década dedicada com muito orgulho ao jornalismo da Folha da Manhã, tive o privilégio de participar do lançamento da pedra fundamental da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), ao lado do antropólogo da educação Darcy Ribeiro e do então governador Leonel Brizola; assim, como da pedra que dava início à construção do novo Teatro Trianon. Todas essas experiências e muitas outras vividas na Folha da Manhã.
Saí oficialmente da Folha da Manhã no nascimento do meu filho Nelio Maria. Mas indiretamente, nunca deixei a Folha. De uma forma ou de outra sempre mantive a boa convivência com o Jornal que me deu base para prosseguir minha vida profissional. A Folha continua sendo uma grande escola. Depois de sete anos fora de Campos, retorno à cidade e com um contato profissional mais contínuo com os colegas e o jornalista Aluysio Abreu Barbosa, a quem respeito e agradeço pelo voto de confiança de sempre, assim como à dona Diva Abreu Barbosa e a Cristiano Abreu.
(*) Jornalista, ex-repórter da Folha e assessora de comunicação da Fundação Municipal dos Esportes de Campos
Publicado hoje (10) na Folha da Manhã