Para quem gosta mais de futebol do que de nacionalidades, é indiferente a cor da pele, olhos, cabelos e bandeira de quem joga, desde que o faça bem. Mas pelo desenvolvimento do esporte na América do Sul, foi importante ter mais um representante do continente nas oitavas de final da Copa da Rússia.
Assim, depois de Uruguai, Argentina (aqui) e Brasil (aqui) garantirem sua presença na próxima fase do Mundial, foi bom ver a Colômbia também conquistar sua vaga, na vitória de 1 a 0, agora há pouco, sobre o Senegal. O gol da vitória foi marcado numa cabeçada, aos 29 do segundo tempo, pelo zagueiro Yerry Mina. Ex- jogador do Palmeiras ele hoje defende o Barcelona.
Os sentimentos, no entanto, são contraditórios no futebol. Como muitas vezes é o próprio jogo. Ficar feliz pela Colômbia não arrefece a tristeza por assistir a África não conseguir classificar nenhum representante à fase final da Copa.
Desde que a fase de grupos foi instituída, no Mundial de 1986, é a primeira vez que nenhum time africano passou às oitavas. Emblematicamente, Senegal (aqui) era a última esperança do continente negro e a única das 32 seleções presentes na Rússia a ser comandada por um treinador negro, o ex-jogador Aliou Cissé.
Em contrapartida, por mais que se admire a cultura do Japão, foi vergonhoso assitir à sua negação por parte dos seus próprios jogadores. Perdendo de 1 a 0 para a Polônia, os nipônicos passaram a tocar a bola acintosamente em sua linha de defesa, esperando o tempo passar, tão logo souberam do gol colombiano que os classificava e deixava Senegal de fora.
Respectivamente primeiro e segundo do Grupo H, Colômbia e Japão agora esperam o confronto entre Inglaterra e Bélgica. A partir das 15h, eles definirão os dois primeiros do Grupo G, adversários de colombianos e japoneses nas oitavas.
Ao Senegal, como a todas as demais seleções da África na Copa da Rússia, resta a mesma necessidade incolor da atual campeã Alemanha, eliminada ontem (aqui) após uma vergonhosa derrota de 2 a 0 para a Coreia do Sul: repensar seu futebol.