Acordei já no segundo tempo de França e Uruguai. Peguei o jogo já com 1 a 0 para os franceses. Que, num frango do goleiro Fernando Muslera, ampliaram e deram números finais do placar. Bonito ver essa garotada multirracial dos Bleus jogar e confimar em campo a condição de candidata ao título. Mas, no choro do excelente zagueiro José Giménez, não há como deixar de se enternecer com a eliminação da Celeste Olímpica.
O apelido do Uruguai vem do futebol que dominou a América do Sul e o mundo na primeira metade do séc. XX. Bi-campeões olímpicos, em 1924 e 28, antes de sediarem e ganharem a primeira Copa do Mundo, em 1930, os uruguaios se consideram, com razão, os primeiros tri-campeões mundiais no esporte bretão. De 1950, quando ganharam novamente a Copa, no 2 a 1 contra o Brasil, dentro do Maracanã, é desnecessário falar. E para quem acha que isso é um passado distante, que avalie o peso da ausência do atacante Edinson Cavani no jogo de hoje.
Esses dias, em conversa com alguém querido, falava sobre a Bélgica. E disse que, diferente da Croácia, herdeira do futebol da antiga Iugoslávia, os belgas têm uma boa geração, mas não uma escola. Aí, meu interlocutor perguntou: “E o Uruguai, tem uma escola?”. Ao que emendei de prima: “O Uruguai é a escola!”. Primeira grande potência sul-americana no esporte, com apenas 3,4 milhões de habitantes, se iguala no campo ao Brasil (207,7 milhões) e à Argentina (43,8 milhões). O Uruguai é um milagre do futebol.
Ex-província brasileira da Cisplatina, da cultura que o pequeno país criou na América do Sul, o time de Tite e Neymar agora é o único sobrevivente na Copa da Rússia.