Tempo de propaganda de rádio e TV, além de acesso ao fundo partidário do PSL. Entre os 38 candidatos a vereador do partido em Campos, só terá acesso a esses recursos de campanha quem caminhar com a candidatura a prefeito de Caio Vianna (PDT), com a qual o PSL fechou ontem aliança (confira aqui), dando a vice na chapa: a sargento bombeiro e odontóloga Gilmara Gomes dos Santos. Quem garantiu hoje foi o presidente municipal do PSL, Nildo Cardoso. E gerou resposta na sequência de Wladimir Garotinho (PSD), deputado federal e também candidato a prefeito.
Ex-vereador e candidato à Câmara Municipal, Nildo reagiu à possibilidade de liberação da nominata do PSL no apoio na eleição majoritária. Que foi divulgada informalmente hoje (confira aqui), em grupo de WhatsApp, pelo presidente estadual do partido, deputado federal Sargento Gurgel. Com quem Wladimir conversou ontem à noite em Brasília, para pedir a liberação em Campos, após a aliança entre PSL e PDT.
— É muito fácil de resolver. Uma coisa é o acordo que existia entre Gil Vianna (deputado estadual e pré-candidato do PSL a prefeito morto por Covid em 19 de maio), Bruno (filho de Gil, que após a morte do pai assumiu a presidência municipal do partido, antes de Nildo assumir) e Gurgel. Outra coisa é a aliança que nós fechamos com o PDT em Campos. É ela que vai ser homologada pela Justiça Eleitoral; é ela que vale. Nós temos tempo de televisão e rádio correspondente à segunda maior bancada da Câmara Federal. Além do fundo partidário. E temos um acordo com Caio, a quem demos a vice da sua chapa. Quem não caminhar com ela, não terá tempo de rádio e TV, nem material de campanha. E nem poderia. Como um candidato a vereador do PSL vai apoiar outro candidato a prefeito, se no rodapé de toda sua propaganda vai aparecer Caio a prefeito e Gilmara a vice? Isso não é represália, é questão de coerência — pregou Nildo.
— É típico de quem acha que pode colocar cabresto nas pessoas, imposição nunca deu certo em nada na vida. Líderes são seguidos spelo exemplo, não pela arrogância. Os candidatos do PSL que irão caminhar comigo por vontade própria, farão por acreditar em um projeto para a cidade — respondeu Wladimir, após ler a postagem do blog.
Laterça e Gurgel não se posicionam
Apesar da postura forte do presidente municipal, a orientação oficial do PSL para a nominata na eleição majoritária em Campos ainda não está clara. Procurados desde o início da tarde, o presidente e o vice-presidente estaduais do partido, deputados federais Sargento Gurgel e Felicio Laterça, não retornaram. Após lançar em convenção (confira aqui) a candidatura do tenente-coronel PM Fabiano Santos a prefeito de Campos, Laterça costurou a aliança do PSL com Caio. E, junto deste, anunciou ontem Gilmara como vice na chapa. Hoje, porém, ele preferiu não falar, após a divulgação de WhatsApp de Gurgel liberando os candidatos a vereador de Campos no apoio a prefeito.
As disputas internas do PSL não são de hoje. De partido nanico, passou à segunda maior bancada na Câmara Federal no fenômeno do bolsonarismo, na eleição presidencial de 2018. Ainda assim, foi a questão do fundo partidário, que Nildo agora promete não liberar aos candidatos a vereador que não apoiarem Caio, que levou Jair Bolsonaro e seus filhos a deixarem a legenda. Do Planalto Central à planície goitacá, Nildo também falou sobre a possibilidade de enquadrar em infidelidade partidária os candidatos a vereador do PSL que não caminharem com Caio, como aventou hoje o único edil do partido em Campos, Luiz Alberto Neném:
— Infidelidade partidária é algo que a gente vai ver lá na frente, com a análise jurídica devida. A campanha eleitoral começa no domingo (27). Aí a gente vai ver. Só tenho uma certeza: candidato a vereador que apoiar candidato a prefeito fora da aliança do partido não terá estrutura, material de campanha, ou tempo de propaganda de TV e rádio — prometeu o presidente do PSL em Campos.
Atualizado às 21h para acrescentar a resposta de Wladimir