Facebook fez a limpa nas páginas do MBL e direita zurra “censura”

 

Líder do MBL Kim Kataguiri posa orgulhoso ao lado do então presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, antes deste ser preso pela Lava Jato

 

Nesta semana, 196 páginas brasileiras do Facebook, a maioria ligada ao MBL, foram retiradas do ar. E afirmar que foi pela suspeita de disseminação de fakenews é, de fato, a única fakenews. Na verdade, as páginas foram alvo da limpa por serem operadas por 87 perfis falsos, o que é proibido. Não por outro motivo, todos foram igualmente banidos.

Contra a ação necessária e talvez tardia, acusações de “censura” são ecoadas com a mesma moral de quem prega menos interferência do Estado na iniciativa privada — como é o caso da empresa de Zuckerberg — enquanto comemora como bom Macunaíma o pedido de explicações ao Face feito pelo MPF de Goiás.

Ao que tudo indica, operar páginas com perfis falsos era uma tática do MBL, símbolo dessa neodireita histérica que, em 2017, comandou uma cruzada tupiniquim contra as artes e os artistas do país — relembre aqui. Quem aderiu naquela oportunidade para destilar seus recalques, é o mesmo indivíduo que agora zurra “censura”, com o histrionismo de um Fernando Holiday.

Um dia após o outro, não deixa de ser irônico constatar que os chiliques hoje da direita têm a mesma eficácia do “não passarão!” da esquerda em 2016, enquanto o impeachment de Dilma passava das ruas ao Congresso Nacional. No Brasil, o antipetismo é uma seita carbono do lulismo. Tão pretensiosa, chata e maniqueísta quanto. Só que menos popular.

 

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