Numa malfadada tentativa de melar as eleições, os petistas (criadores não-oficiais das fake news numa época em que as redes sociais engatinhavam) decidiram pedir a cassação da chapa do PSL pelo suposto uso do WhatsApp para difundir mentiras a respeito do PT às vésperas do primeiro turno. Baseados numa reportagem da Folha de São Paulo que não apresentou um documento sequer que a respaldasse, Haddad, Manuela, Gleisi e companhia exigiram que o TSE desqualificasse a chapa de Bolsonaro e convocasse novas eleições presidenciais. Esquecendo-se da histeria contra as prisões preventivas e delações premiadas da Lava Jato, Haddad foi ao Twitter clamar pela prisão dos empresários supostamente envolvidos sem que um inquérito sequer tivesse sido aberto. No dia seguinte, o Psol pediu que o WhatsApp fosse banido do país durante as eleições. Gleisi chamou o presidente das lojas Havan (um dos acusados pela reportagem) de “nazista”. Apesar de ter acatado o pedido de investigação, o TSE não atendeu aos pedidos de busca e apreensão, nem de diligências mais urgentes feitos pelo PT.
Ao longo da trajetória das eleições, Fernando Haddad passou de ilustre desconhecido para a imensa maioria do eleitorado para o político capaz de capitanear o Brasil de volta aos nostálgicos dias em que a economia crescia e a população se beneficiava diretamente disso. Após um crescimento de intenções de voto assustadoramente rápido ao ser indicado como ungido do presidiário, o ex-prefeito de São Paulo estagnou. Ao perceber, na virada do primeiro turno, que a associação com Lula e o PT seria capaz de muito mal levar-lhe ao segundo turno, Haddad escondeu seu chefe, reconfigurou a estrela vermelha para um bizarro círculo, mudou as cores da campanha e chegou a elogiar o liberalismo econômico. Não colou. Ciente de que o tão falado milagre econômico não se deu sem que uma corrupção sem precedentes se alastrasse pelo país, a população deu de ombros à nova roupagem do candidato petista.
Anunciado candidato desde o encerramento das eleições de 2014, Bolsonaro possui todos os motivos do mundo para que haja desconfiança em relação ao sucesso da sua presidência. Desde as históricas e múltiplas afirmações preconceituosas, de mau-gosto e desnecessárias, passando por seu confesso desconhecimento das importantíssimas questões macroeconômicas que será obrigado a enfrentar a partir do próximo ano e chegando à aparente baixa convicção de seus apoiadores mais próximos nas instituições democráticas da república.
É inegável que o Bolsonaro soube encarnar não apenas a força do antipetismo, mas também de um cansaço generalizado com todo o estabilishment político – daí o motivo de ter dizimado as candidaturas Alckmin, Marina e Álvaro Dias. Além disso, a pauta identitária, a defesa dos chamados direitos humanos e dos movimentos sociais como realizada pelo PT e seus aliados simplesmente não encontrava eco fora das redações e de uma academia aparelhada pela esquerda há décadas. Acossada por uma crise econômica gravíssima, a população simplesmente parece ter se cansado de tudo que lhe foi apresentado nos últimos 30 anos e estar disposta a apoiar e conceder seu voto a quem lhe parece encarnar a rejeição “a tudo que está aí”. A essa altura do campeonato, fica claro que a força da candidatura Bolsonaro não reside em sua pior face, mas apesar dela. Confirmado o cenário de hoje e parafraseando um outrora respeitado político que hoje jaz em desgraça, a Bolsonaro não será facultado falhar.
Neste momento, na próxima semana, já teremos amanhecido conhecendo o novo presidente eleito para o mandato 2019-2022. O capitão reformado precisaria de uma catástrofe eleitoral de proporções jamais vistas no país — e talvez no mundo — para que a faixa presidencial lhe escapasse. Nem uma nova sucessão de declarações destrambelhadas do seu vice ou dos seus filhos seria capaz de mudar o cenário em tempo hábil. Em busca de uma bala de prata que possa lhe salvar, o PT tem tudo para tornar a vida do seu adversário um verdadeiro inferno nesses últimos dias de campanha.
Que o Brasil tome a melhor decisão. Que a euforia e a frustração das urnas se transformem rapidamente na preocupação e vigilância necessárias sobre todo e qualquer líder político, de forma que a democracia e a liberdade estejam sempre livres de ameaças à direita e à esquerda.
Domingo vai ser só alegria BOLSANARO 17 presidente e o JUÍZ 40 governador o PT teve quatro mandatos, não fez perdeu a vez. Haddad está desesperado está fazendo acordo até com o pessoal do lixão, nessa altura do campeonato. Esqueceu até de fazer visitas ao seu Guru na cadeia, volta lá essa é a última chance.