Raul Palacio a reitor: “A Uenf tem um papel de desenvolver a nossa região”

 

Candidato a reitor da Uenf, professor Raul Palacio foi o entrevistado da manhã de hoje no Folha no Ar (Foto: Isaias Fernandes – Folha da Manhã)

 

“A polarização não leva a nenhum resultado. É muito difícil convencer uma pessoa que está polarizada a ele sair do seu ponto e entender o outro. Porque não existe entendimento na polarização”. Foi que o professor e candidato a reitor da Uenf Raul Palacio, cubano naturalizado brasileiro, disse no início da manhã de hoje, ao vivo no programa Folha no Ar 1ª edição, da Folha FM 98,3, sobre a situação entre os regimes opostos da sua Cuba natal e dos Estados Unidos. Mas que também pode se aplicar à sua narração da luta política, travada pela Uenf na Alerj, para garantir a autonomia financeira das universidades estaduais fluminenses a partir do sistema de duodécimos.

Apesar de classificar como “inumano” o bloqueio comercial dos EUA à Cuba, Palacio também criticou a falta de transparência da ditadura de esquerda da ilha caribenha na prestação de contas à sua população. Assim como a separação entre pais e filhos promovida pelos dois países ideologicamente opostos. E que sofreu na pele, após ficar alguns anos sem poder ver sua família em Cuba, incluindo seu filho do primeiro casamento, depois que veio dar seguimento à formação acadêmica no Brasil e decidiu ficar por aqui. “Por isso tenho problemas dos dois lados. Porque eu acho que os dois lados estão errados”.

O candidato a reitor pela chapa 10 também falou da transferência da Escola Técnica Estadual (ETE) Agrícola Antonio Sarlo para a Uenf, ponto levantado pelo diretor da ETE, Marcelo Almeida, em participação a partir de comentário no streaming do Folha no Ar, sempre disponível (aqui) na página da Folha FM 98,3 no Facebook. Palacio respondeu que “o processor de incorporação do colégio agrícola é um processo que já não tem volta (…) o que está faltando é a assinatura do governador”. A intenção é usá-la como porta de entrada à Uenf, no estágio de iniciação científica entre estudantes universitários e do ensino médio. Isso poderia ser o início do Colégio de Aplicações.

Ao elogiar o ensino médio público dos EUA nas highschools, para além do Antonio Sarlo, Palacio lembrou: “A Uenf tem um papel de desenvolver a nossa região”. Como exemplo, ele acenou que isso poderia ser feito encurtando a distância entre o ensino médio local e a universidade. Segundo ele, que coordena o programa “Uenf Portas Abertas”, 4 mil estudantes de escolas públicas e particulares puderam ter contato direto com a universidade. “A Uenf em determinado decidiu apostar nos cursos de licenciatura. E isso é fundamental para desenvolver aquelas escolas. São os nossos estudantes que vão dar aulas naqueles cursos. Nós temos que levar os nossos estudantes para fazer estágio naquelas escolas, como estamos fazendo”, garantiu.

Como já havia sido feito (aqui) no Folha no Ar de ontem (27) com o professor Carlão Rezende, da chapa 11, e será a partir das 7h desta quinta, com o professor Enrique Medina-Acosta, da chapa 12, Palacio respondeu a uma pauta comum aos três candidatos a reitor. E nela falou sobre a autonomia financeira da universidade (saiba mais aqui), o legado do seu fundador Darcy Ribeiro, a relação com o governo estadual Wilson Witzel (PSC) e a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a integração do campus Leonel Brizola com Campos, as parcerias com a  iniciativa privada e o momento difícil que as universidades vivem no Brasil e no mundo, com a onda de negacionismo e ataques ao conhecimento científico.

O representante da chapa 10 também falou da importância simbólica da Casa de Cultura Villa Maria. Construído em 1919, pelo arquiteto italiano José Benevento, o palacete foi um presente do usineiro e engenheiro Atilano Chrysóstomo de Oliveira à sua esposa, D. Maria Queiroz de Oliveira. Conhecida como Dona Finazinha, por ter nascido no Dia de Finados, e por seu interesse na promoção de atividades culturais, ela morreu em 1970, quando deixou o prédio em testamento para que viesse a funcionar como sede da futura universidade no Norte Fluminense. Antes da instalação da Uenf em 1993, a Villa chegou a ser sede da Prefeitura de Campos.

As respostas de Palacio sobre essa pauta comum podem ser conhecidas nos vídeos do programa ao final desta postagem, ou na edição da Folha da Manhã desta quinta. Em rádio e jornal, o mesmo espaço foi e será ofertado aos representantes das duas outras chapas.

A eleição começa já no sábado (31), na Fundação Centro de Educação à Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cederj). E, na próxima terça (03/09), atinge seu clímax no campus de Campos e no campi da universidade em Macaé. O universo é de aproximadamente 8 mil alunos, divididos entre cerca de 300 professores, 600 técnicos e 7 mil alunos. Na definição do próximo reitor da Uenf, nos quatro anos seguintes, os votos dos professores terão peso de 70%, cabendo 15% aos alunos e os outros 15% aos técnicos.

Nos três blocos abaixo, confira a entrevista de Raul Palacio:

 

 

 

 

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