O Flamengo 1 a 0 Santos do sábado (14), com direito a golaço de Gabigol e a liderança isolada do seu time no Brasileirão, consumiu a atenção do final de semana para quem sonha acordado com as glórias do passado de Zico e companhia. Mas em assunto bem mais sério a Campos e região, no sábado também foi soado o apito inicial do segundo turno da eleição a reitor da Uenf, nos 11 polos Cederj. Que atinge o seu ápice nesta terça (17), nos campi Campos e Macaé.
Foi também no sábado que o estudante da Uenf, presidente do Diretório Central do Estudantes (DCE) da universidade e membro da nova direção do PT em Campos, Gilberto Gomes, publicou aqui, no Facebook, uma nota pública. Com o assertivo subtítulo “Sobre oportunismo, mau-caratismo e o quanto incomoda um estudante com voz”, foi resposta aos ataques que sofreu após ter publicado aqui, neste blog, um artigo no qual defendia a candidatura a reitor do professor Raúl Palacio de ataques anteriores. Que, pelo baixo nível, causaram mal-estar na comunidade uenfeana.
Ainda assim, em seu primeiro texto, Gilberto deu o devido teflon à candidatura do professor Carlão Rezende, que disputa a reitoria no segundo turno da eleição com Raúl: “Carlão é um profissional exemplar e referência nas mais diversas áreas. Tem competência e totais condições de dirigir a Uenf”. Mas ressalvou: “Não necessita deste tipo de apelo tendencioso para alavancar sua candidatura”.
Na última quinta (12), o sociólogo e professor da Uenf Roberto Dutra também havia externado aqui, neste Opiniões, a opinião sobre a eleição a reitor, na qual tomou partido de Raúl. Foi publicado no blog e na Folha da Manhã junto do artigo do engenheiro agrônomo e também professor da Uenf José Carlos Mendonça, que defendeu aqui o voto em Carlão. Ambos tiveram a elegância de assumir suas posições com elogios aos candidatos opositores.
Hoje (16), após os ataques reiterados aos líderes estudantis da universidade, Roberto Dutra voltou a se manifestar aqui, em sua linha do tempo do Facebook:
Para quem quiser tomar pé do trabalho de cobertura das eleições do Grupo Folha, com igual espaço a todos os lados envolvidos desde o primeiro turno, feito no jornal Folha da Manhã, na rádio Folha FM 98,3, no site Folha1 e em seus blogs, um bom resumo foi feito ontem (15) aqui, pelo ex-uenfeano Edmundo Siqueira. Abaixo, em resposta aos ataques de “forma vil” que sofreu, o texto publicado por Gilberto no sábado:
Nota pública
Sobre oportunismo, mau-caratismo e o quanto incomoda um estudante com voz
Por Gilberto Gomes
Hoje (sábado) tive um texto publicado no jornal Folha da Manhã, no blog Opiniões, do Aluysio Abreu, no qual aponto questões que, em minha opinião, tem marcado de forma negativa as eleições da Uenf. Em especial, o uso de inverdades para atacar os professores Raúl e Rosana.
Recentemente um outro texto havia sido publicado em um portal que é amplamente reconhecido pela prática de fake news (links que comprovam este fato estão aqui, aqui e aqui nos comentários). Este texto atacava os professores Raul e Rosana de forma covarde, questionando até sua produção acadêmica, e foi amplamente compartillhado nas redes sociais por uma figura que irá aparecer ao longo desta nota.
Parece que meu apelo por eleições marcadas pelo bom debate, aos invés dos boatos, incomodou aqueles que não estão acostumados com um simples estudante com voz nos meios tradicionais de comunicação.
Incomodou em especial um professor da Uenf, o qual me recuso a citar o nome, que tem perdido cada vez mais a capacidade de debates honestos. Para descredibilizar meus argumentos, este professor precisou expor condições pessoais, como minha vida acadêmica e até meu trabalho.
Mas a pesquisa deste professor poderia ter seguido métodos mais eficientes. Faltou dizer, por exemplo, que o estudante que ele alega ter abandonado um curso presencial para buscar um EAD o fez porque não possui condições de trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Não soube informar, por exemplo, que esse estudante precisa pegar 3 conduções para chegar e 3 para voltar da universidade, mora em um distrito distante do Centro da cidade, é filho de um professor de escola pública e de uma dona de casa e que, infelizmente, necessitou optar por um curso a distância para poder manter seus compromissos, condição adotada por muitos estudantes da classe trabalhadora que não podem se manter num curso integral.
Meu texto também apontou para o fato de que um dos integrantes da chapa 11 foi o autor das novas normas de graduação, extremamente abusivas com o estudante e que, independente da reitoria eleita, devem ser revistas o quanto antes. Este professor mentiu ao afirmar que os estudantes poderiam ter uma ativa participação da discussão destas normas, uma vez que nunca fomos convidados para tal e a representação estudantil neste colegiado apenas ocupa uma cota sem muito poder de vetar quaisquer textos.
O professor também mente ao dizer que o auxílio-moradia teria sido aprovado na gestão do professor Silvério. O auxílio moradia aprovado em 2015 no Consuni jamais foi levado para discussão com o governo. Quando me refiro a aprovação, em meu texto, falo da aprovação que realmente importa, em 2016, na Alerj, para composição do orçamento da universidade através da LOA 2017. Estar aprovado anteriormente no Consuni não significava nada, uma vez que qualquer bolsa só pode ser implementada se estiver aprovada no orçamento, como ocorreu somente na gestão do professor Passoni, e que somente não foi implementada até agora devido o não cumprimento do orçamento da universidade por parte do governo estadual.
Se tivesse pesquisado mais a fundo também saberia que em meu “currículo” no movimento estudantil (uma vez que tenta me apontar a todo momento como um profissional) também estão conquistas como a luta pelo restaurante universitário e o histórico reajuste das bolsas. Saberia das noites sem dormir, das extensas viagens ao Rio (muitas delas em sua companhia), das horas e mais horas de reuniões para que cada conquista fosse viabilizada.
Este professor tenta estabelecer uma linha de argumentação que, devido eu compor uma representação estudantil, deveria ater minhas opiniões como teriam feitos representações docentes, outra inverdade, uma vez que diversos professores da atual direção da associação docente estão diretamente envolvidos na eleição. A nossa diferença, professor, é que eu não criminalizo esta prática. Acredito que, quanto mais pessoas representamos, mais devemos nos posicionar, uma vez que a pior liderança é aquela que fica em cima do muro.
Mas o que está ruim, pode piorar. O mesmo professor que me condena por ser uma liderança e ter me posicionado de forma ávida nestas eleições, me procurou no ano de 2015 para responder em seu blog outro docente, que me condenava pela mesma prática, por ter me posicionado na última eleição para reitor. A diferença é que, naquele ano, o professor blogueiro e eu ocupávamos a mesma fileira e defendíamos o mesmo candidato a reitor.
Em 2015, o professor considerou um completo absurdo os ataques que recebi, quando fui chamado de “pelego”, e assim escreveu no mesmo blog que me atacou hoje: “[…] decidi postar a resposta do Gilberto Gomes por dois motivos: 1) que o tipo de adjetivação que lhe foi imposta por simplesmente ter tomado a decisão de apoiar a chapa 10 não é compatível com a democracia, especialmente num espaço universitário, e 2) por saber de sua firmeza de propósito em defender os interesses dos estudantes da Uenf que têm sido tão prejudicados pelo alinhamento da reitoria da Uenf com os seguidos (des) governos que vem tentando destruir a nossa universidade”. (link para texto completo nos comentários).
Atualmente, o docente que me atacou em 2015, e o professor que me atacou hoje, defendem o mesmo candidato nas eleições para reitoria.
Para não se perder por completo numa linha oportunista e mau-caráter, o professor também tentou me adjetivar, tal qual o outro docente. Tentou me conceder a alcunha de “pau pra toda abra”, devido minha atuação em diversas frentes de trabalho. Neste trecho, talvez a única verdade, uma vez que sempre considerei minha versatilidade uma qualidade de fato imprescindível.
Obrigado, professor.
É com muita satisfação que percebo o quanto um estudante com voz e espaço para debate pode incomodar os “phdeuses”, que acreditam que um currículo lattes extenso é suficiente para subjugar e silenciar o próximo.
Finalizo esta nota informando que todas medidas judiciais cabíveis estão sendo tomadas devido à exposição de meu nome e de condições pessoais.
Como afirmei em 2015, repito:
Os cães ladram, mas a caravana passa.
Com direito à íntegra dos vídeos, confira as entrevistas dadas aqui, pelo candidato Raúl Palacio, e aqui, pelo candidato Carlão Rezende, ao programa Folha no Ar 1ª edição, da Folha FM 98,3, na disputa do segundo turno da eleição a reitor da Uenf.