Elio Gaspari talvez seja o maior jornalista brasileiro vivo. Mais que qualquer historiador, seus cinco livros — “A Ditadura Envergonhada”, “A Ditadura Escancarada”, “A Ditadura Derrotada”, “A Ditadura Encurralada” e “A Ditadura Acabada” — são o mais completo retrato da última ditadura militar brasileira, entre 1964 e 1985.
Em jornal, Gaspari atua em opinião com um estilo muito próprio, quase literário. Nele, desenvolveu um personagem recorrente em suas análises políticas: “Eremildo, o idiota”. E com ele personificou, na sua coluna de hoje (confira ela completa aqui), os idiotas reais que ainda acreditam nos delírios do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Sejam os que sonham morar em Miami, sejam os idiotas que já estiveram por lá e infelizmente voltaram. Confira abaixo:
Eremildo, o idiota
Eremildo é muito macho, não usa máscara e vai a Brasília para presentear o capitão com uma garrafa de sua caipirinha de açaí com cloroquina.
O cretino foi a única pessoa que entendeu a metáfora da pólvora. Ela pode ser usada pelos agrotrogloditas para explodir as árvores que não queimarem.
Mesmo que o capitão estivesse ameaçando Joe Biden com um uso da pólvora, Eremildo também acha a ideia ótima. Ele pretende se alistar na primeira tropa para combater os americanos. Espera ser feito prisioneiro e levado para Nova Jersey onde abrirá uma franquia de chocolates caso consiga ficar por lá.