“É uma tentativa de tirar o lamaçal do seu quintal, jogando por cima do muro, no quintal dos outros. Ele fez parte (como subsecretário de Desenvolvimento Humano e Social e superintendente de Trabalho e Renda), até quase o final, do governo passado (Rafael Diniz). E tudo que está sendo atualmente reconstruído na cidade foi por conta do desgoverno que ocorreu durante quatro anos em Campos. Onde ele foi, por ação ou omissão, partícipe”. Foi assim que o líder governista na Câmara de Campos, vereador Álvaro Oliveira (PSD), reagiu na manhã de hoje às críticas à gestão Wladimir Garotinho (PSD), feitas ontem pelo edil de oposição Rogério Matoso (DEM).
No programa Folha no Ar da manhã de terça, Matoso chamou de “black fraude” o fato do governo Wladimir ter enviado o projeto do Refis — financiamento das dívidas com o município — à Câmara na mesma semana de agosto em que cobrou reajuste de IPTU retroativo aos últimos cinco anos. E também foi respondido hoje por Álvaro:
— O Refis foi um sucesso. E o vereador também tenta jogar lama. A procura do contribuinte foi imensa, tanto que está sendo mais uma vez prorrogado. A cobrança do IPTU retroativo se deve a um ato de 30 de dezembro de 2020, no governo passado, em que se fez um plano de fiscalização aos próximos quatro anos, para tentar atender ao TCE. Acho que isso o vereador esqueceu de dizer. Porque se o governo (Wladimir) deixa essas dívidas remanescentes não cobradas, o secretário (de Fazenda, Walter Jobe) e o prefeito respondem à Lei de Responsabilidade Fiscal — disse o líder da situação.
Álvaro admitiu que a derrota governista, até aqui, em tentar aprovar o novo Código Tributário na Câmara, talvez tenha perdido seu objeto central. Ele admitiu também o erro da gestão municipal, em não ter dialogado mais com a sociedade, antes de propor no Legislativo. Mas questionou os motivos pelos quais Matoso disse ter rompido com o prefeito:
— Quanto ao Código Tributário à época (o projeto foi ao Legislativo em maio), talvez não sejam hoje mais necessários todos aqueles ajustes. Antes, tínhamos que fazê-los para tentar fechar com o TCE um Termo de Ajuste de Gestão (TAG) que já foi feito. Agora, com muita cautela, temos que ver que ajustes ainda precisam ser feitos e seguir em frente. Talvez não tenha tido a conversa necessária com toda a sociedade, foi muito rápido. Mas nada foi feito para tentar prejudicar ninguém, só para atender a algumas exigências. Já sobre o rompimento do vereador (Rogério com o governo Wladimir), creio que esse não é o verdadeiro motivo, mas o motivo que ele tenta dizer. Se ele colocar a cabeça para funcionar, pode ser que lembre — deixou no ar, Álvaro.
Também criticado por Rogério Matoso, que disse sair “por uma porta, se ele entrar pela outra”, referindo-se à possibilidade de Anthony Garotino (sem partido) ir para o União Brasil, na fusão do PSL com o DEM do vereador, o ex-governador foi procurado desde ontem pelo blog. Mas, até agora, preferiu não se manifestar.