Genial/Quaest: Lula no 1º turno, mas Bolsonaro diminui diferença

 

(Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Faltam, hoje, exatos 60 dias para as urnas de 2 de outubro. E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança isolada da corrida presidencial, com possibilidade de definir a eleição já no primeiro turno. Segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem diminuindo gradativamente a diferença para o petista nas intenções de voto, assim como na rejeição, fundamental para definir o vencedor no eventual segundo turno. Na pesquisa Genial/Quest divulgada hoje, e feita entre 28 e 31 de julho, Lula tem 44% de intenções de voto na consulta estimulada, seguido por Bolsonaro, com 32%. São 12 pontos de diferença. Mas, na soma dos votos válidos, o ex-presidente venceria em turno único, com 51% dos votos válidos. Na margem de erro de 2 pontos da pesquisa, a possibilidade do segundo turno segue aberta.

William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística pelo IBGE

— Com metodologia de entrevistas presenciais, a mesma do Datafolha, que representa a coleta de informação mais confiável, a Genial/Quaest confirma os resultados das suas duas pesquisas anteriores (junho e julho), apontando vitória de Lula (PT) no 1º turno com 51% dos votos válidos, contra 37% de Jair Bolsonaro (PL). Com os resultados da pesquisa Datafolha divulgada no dia 28 de julho, que apontou 52% dos votos válidos para Lula no primeiro turno, as duas principais pesquisas que utilizam o tipo de levantamento com maior precisão estatística, sinalizam para a vitória do ex-presidente já no dia 2 de outubro — analisou o geógrafo William Passos, com especialização doutoral em Estatísticas do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Bem atrás de Lula e Bolsonaro na consulta estimulada, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem hoje 5% das intenções de voto. Atrás dele vêm a senadora Simone Tebet (MDB) e o deputado federal André Janones (Avante), cada um com 2%; e o influenciador digital Pablo Marçal (Pros), com 1%. Janones estuda abrir mão da sua candidatura para apoiar Lula. Como afirmou Felipe Nunes, diretor do instituto Quaest, em seu Twitter (@felipnunes): “Hoje, é impossível afirmar se a eleição será definida em primeiro ou em segundo turno, porque a soma de Bolsonaro e outros candidatos (42%) fica na margem de erro da soma de intenção de votos de Lula (44%)”. Se for ao segundo turno, marcado para 30 de outubro, o petista ganharia fora da margem de erro. E bateria o capitão por 51% a 37%. Bolsonaro segue liderando a rejeição, com 55% dos brasileiros que não votariam nele de maneira nenhuma, contra 44% do petista.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Erro muitas vezes cometido não só pelos (e)leitores, mas também pela mídia, o hábito é se olhar apenas os resultados finais da útima pesquisa. Mas é na comparação com as anteriores, feitas pelo mesmo instituto e com a mesma metodologia, que se revelam as tendências. Comparadas as Genial/Quaest de junho e julho com a divulgada hoje, no início de agosto, Lula vem caindo nas intenções de voto no primeiro e segundo turno, como crescendo na rejeição. Sempre dentro da margem de erro, essas tendências se revelam inversas nas curvas de Bolsonaro.

Na consulta estimulada ao primeiro turno, Lula tinha 46% de intenções de voto em junho, caiu a 45% em junho e hoje tem 44%. Por sua vez, Bolsonaro tinha 30% em junho, subiu a 31% em julho e hoje tem 32%. Na simulação de segundo turno entre os dois, a vantagem do petista sobre o capitão era de 23 pontos em junho (55% a 32%), caiu para 19 pontos em julho (53% a 34%) e hoje está em 14 pontos (51% a 37%). Fundamental à vitória no segundo turno, a rejeição mantém Bolsonaro como líder, mas diminuindo gradativamente: dos 60% de junho, aos 59% de julho, aos 55% de hoje. Em curva inversa, Lula vem aumentando no índice negativo: dos 40% de junho, aos 41% de julho, aos 44% de hoje.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

— A Genial/Quaest ouviu presencialmente 2.000 eleitores de 120 municípios do Brasil com 16 anos ou mais, entre 28 e 31 de julho de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança dos resultados é de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-02546/2022. O levantamento custou R$ 139.005,86 e foi pago pela Genial Investimentos. Na simulação de segundo turno, Lula segue vencendo Jair Bolsonaro, agora por 51% a 37%. Brancos e nulos somam 9% e indecisos, 3%. Na pesquisa de junho, Lula vencia por 55% a 32% e, na de julho, por 53% a 34%. Em junho, a rejeição a Lula era 40%, passando para 41% em julho e 44% agora em agosto. Já 60% dos eleitores declararam não votar em Bolsonaro de jeito nenhum em junho, percentual que caiu para 59% em julho e 55% agora em agosto — reforçou William.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Numa eleição em que boa parte dos eleitores de Lula são os que não querem a continuidade do governo Bolsonaro, ao passo que a maioria dos eleitores deste não quer a volta do PT ao poder, a pesquisa Genial/Quaest também confirma que o anibolsonarismo hoje é mais forte que o antipetismo. Os que têm mais medo de outros quatro anos do capitão são 48% dos brasileiros, contra 38% que têm mais medo do retorno do PT. O antibolsonarismo, no entanto, tem diminuído gradativamente: dos 52% de junho, aos 51% de julho, aos 48% de hoje. Estável nos 35% de junho e julho, o antipetismo cresceu aos 38% de hoje.

 

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