Campos é uma cidade de cinema? Em artigo publicado em 13 de julho (confira aqui) os cineastas Fernando Sousa e Gabriel Barbosa, escrevendo a seis mãos com o sociólogo Roberto Dutra, professor da Uenf, tentaram responder em detalhes a essa pergunta.
Mas a resposta mais assertiva viria se a Uenf, que hoje comemora 31 anos de fundação, retomasse seu projeto inicial de um curso de graduação em cinema. Como a reitora Rosana Rodrigues garantiu (confira aqui) estar em seu planos, em entrevista ao programa Folha no Ar no último dia 9:
— Uma das minhas intenções é cravar uma bandeira na Escola de Cinema da universidade. A gente acompanhou a história dela lá atrás e sabe que o modelo hoje de docência na Uenf não guarda muita relação com o que a gente tem na formação de recursos humanos na área de Cinema e de Comunicação de um modo geral. Mas entendo que a gente precisa fazer um movimento concreto e definitivo na direção de termos, sim, uma Escola de Cinema na universidade.
Nessa perspectiva de retomada do projeto inicial do antropólogo Darcy Ribeiro à Uenf, com uma Escola de Cinema, e no projeto atual de um festival de cinema internacional para Campos em 2025 (confira aqui), o ator campista Tonico Pereira gravou um vídeo. Para tentar responder à pergunta: Campos é uma cidade de cinema?
Sob a direção de Fernando, que também é doutorando em sociologia política da Uenf, e de Gabriel, ambos também diretores da produtora de cinema carioca Quiprocó Filmes (confira aqui), assista abaixo ao vídeo com o grande Tonico. E, em seguida, o texto produzido pela assessoria da Quiprocó:
No dia em que é comemorado o aniversário de 31 anos da Uenf, o cineasta Fernando Sousa, que é doutorando do programa de pós-graduação em sociologia política da universidade, lança vídeo em mais uma parceria com Gabriel Barbosa, o professor Roberto Dutra e Felipe Ink, também aluno de pós-graduação da instituição.
Com narração do ator campista Tonico Pereira, a produção foi realizada a partir de um conjunto significativo de materiais de arquivo, que reúne imagens e acervos raros da região. São resgatadas desde cenas do curta-metragem “Memória Goitacá” (1978), passando por imagens das obras da universidade. E até uma visita de uma comitiva integrada por Darcy Ribeiro e o primeiro reitor da Uenf, professor Wanderley de Souza, ao Solar do Colégio, enquanto se planejava lá a criação da Escola de Cinema.
Campos dos Goytacazes, que possui uma rica cultura cinematográfica com tradição na realização de cineclubes, já contou com cerca de 70 salas de cinema. A cidade serviu de locação para filmagem de novelas e obras cinematográficas, tais como: “Escrava Isaura” (1976) de Walcyr Carrasco; “Na boca do mundo” (1978) de Antonio Pitanga; “Ganga Zumba” (1963) e “Xica da Silva” (1976), de Cacá Diegues. Localmente, destacam-se “Sobre o domínio da fé” (1995) de Maria Helena Gomes; “Forró em Cambahyba” (2013) de Vitor Menezes e “Faroeste Cabrunco” (2022) de Vitor Van Ralse.
A proposta do vídeo “Campos é uma Cidade de Cinema” é uma celebração do projeto da Uenf e mais um marco na retomada de criação da Escola de Cinema, projeto originalmente pensado no bojo de criação da universidade na década de 90.
— A proposta do vídeo, ao mesmo tempo em que celebra o projeto original da Uenf, exalta a relação histórica de Campos e da região com o cinema brasileiro, destacando grandes obras e personagens, como é o caso da campista Zezé Motta e Tonico Pereira, entusiasta do projeto e que faz a narração do vídeo. É uma alegria poder contribuir com a retomada do projeto da “Escola de Cinema”, celebrando o aniversário de 31 anos da Uenf, último grande projeto do antropólogo e educador Darcy Ribeiro. Precisamos entender o que inviabilizou o projeto lá atrás e trabalhar na construção de uma nova proposta adequada aos desafios atuais da região e do mercado audiovisual brasileiro — disse Fernando Sousa
A proposta do curso de Cinema está sendo tratada com prioridade no âmbito do Plano de Desenvolvimento Institucional do Centro de Ciências do Homem da Uenf. Nesse segundo semestre, com o objetivo de conhecer outras experiências que possam subsidiar o novo projeto, estão sendo planejadas visitas técnicas aos cursos de cinema da Universidade Federal Fluminense, à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Ainda na esteira das ações diretamente relacionadas à proposta, encontra-se em fase de planejamento a realização do Festival Internacional Goitacá de Cinema. Entre as suas atividades estarão mentorias para projetos audiovisuais, encontros de negócios, mostras de filmes nacionais e internacionais, e o Seminário de Cinema e Audiovisual do Norte e Noroeste Fluminense.
A Quiprocó Filmes é uma produtora audiovisual independente, sediada no Rio de Janeiro, que busca provocar mudanças através de um olhar inquieto. Criamos imagens atentas às histórias, emoções e afetos, a partir de diferentes vozes, transformando a maneira que as pessoas vêem suas próprias vidas e os diferentes elementos da nossa cultura. Criamos conteúdo para Cinema, TV e streaming. Produzimos conteúdo publicitário e institucional para organizações e empresas.
Tonico esqueceu de mencionar um filme em que Ele mesmo participou, o coronel e o lobisomem,que é baseado na obra de outro conterrâneo,José Candido de Carvalho. Foi filmado em Quissamã,mas Quissamã teve a mesma origem de Campos,a partir da chegada dos sete capitães e pertenceu a Campos até até mais ou menos 1800.Quissamã sempre teve uma estreita relação com Campos Ali foi construída a primeira usina de açúcar da América do Sul e a sua família mais rica e influente morou mais de cem anos no que é hoje o museu histórico de Campos dos Goytacazes. Sinceramente não sei qual cabrunco,lamparao e filho duma égua tirou Quissamã de Campos e colocou no território de Macaé. Quissamã pertence a planície goytaca.
Não entendi porque o meu comentário está aguardando moderação. Falei como campista e como os moradores da antiga região canavieira que tinha Campos dos Goytacazes como centro.Cabrungo vem de carbunculo que ê uma doença que atinge os bovinos e que temos que vacinalos até hoje é lanparao,faltou o til no último a, simplesmente é como era chamado uma determinada gripe em equinos. Me desculpem,mas quem analisou o meu primeiro comentário desconhece muita coisa sobre Campos dos Goytacazes.
Caro Arnaldo,
Aguardou até agora porque o moderador, felizmente, tem uma vida para além deste blog.
Bom final de semana.
Aluysio