Paes favorito a governador com quase 50%
Como a Folha (confira aqui), a mídia carioca e nacional anunciaram na tarde de segunda (07), não há nenhuma novidade na eleição a governador do RJ. A pouco mais de 1 ano e 5 meses da urna de 6 de outubro de 2026, o prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) segue nadando de braçada. Na pesquisa Paraná deste mês de abril, ele tem hoje quase 50% das intenções de voto.
Adversários sem dois dígitos na pesquisa
Feita entre 31 de março e 4 de abril, com 1.680 eleitores e margem de erro de 2,4 pontos, a pesquisa Paraná evidenciou como é folgada a vantagem de Paes. Com a possibilidade de liquidar a fatura no 1º turno, se a eleição a governador fosse hoje, nenhum dos adversários testados em dois cenários de consulta estimulada alcançou dois dígitos de intenção de voto.
No 1º cenário a governador
No 1º cenário testado, Paes teve 48,9%. Ele veio seguido de longe pelo deputado federal Tarcísio Motta (Psol), com 8,7%; pelo ex-presidente do Flamengo Rodolfo Landim, com 8,5%; pelo presidente da Alerj, o campista Rodrigo Bacellar (União), com 8,2%; pelo vice-governador Thiago Pampolha (MDB), com 3,6%; e pelo médico bolsonarista Ítalo Marsili, com 1,0%.
No 2º cenário a governador
No 2º cenário da Paraná a governador do RJ, Paes teve 49,9%. Ele veio seguido, também à longa distância, pelo ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB), com 9,5%; por Landim e Tarcísio, empatados com 8,9% cada; e por Marsili, com 1,6%.
Bacellar e Pampolha ou Washington Reis?
A mudança básica foi substituir Bacellar e Pampolha, no 2º cenário estimulado a governador, por Reis. Que foi o que mais se aproximou dos dois dígitos de intenção, ainda que distante de Paes. Mas o político de Caxias está hoje inelegível no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bacellar fora da disputa?
Concluída na sexta (04) e divulgada na segunda, a Paraná veio após site carioca Diário do Rio anunciar na quinta (confira aqui): “Rodrigo Bacellar fora da disputa”. Em três notas, intituladas “Vai desistir”, foi vago na explicação. Mas disse: “É pule de 10 entre jovens especialistas da política do Rio que o Todo-Poderoso Rodrigo Bacellar não será candidato a governador este ano”.
Só se for candidatura do grupo
Da parte de Bacellar, no entanto, nada teria mudado. Sua pré-candidatura a governador seguiria como antes e em torno do mesmo eixo: “só sairá se for do grupo. Não só de (Cláudio) Castro (PL, governador e considerado principal aliado do presidente da Alerj), mas também de Reis e Pampolha, de quem Rodrigo se mantém amigo e tem conversado”, disse uma fonte.
Rachas no grupo (I)
Da importância do vice-governador a Bacellar, a coluna adiantou desde 12 de março (confira aqui): “É dado como certo que Castro deixará o cargo de governador até abril de 2026, para se candidatar a senador, na 2ª vaga de Flávio (Bolsonaro, PL), ou a deputado federal. Se Pampolha também saísse, Bacellar se candidataria a governador já no cargo, com a máquina na mão”.
Rachas no grupo (II)
Poucos dias depois, Pampolha e Castro trocaram farpas (confira aqui) pela imprensa. No dia 14, o governador disse que só cederia sua cadeira ao vice “se morrer ou infartar”. Por sua vez, no dia 27, Pampolha bancou a réplica: “Vou disputar as eleições ao governo do estado do Rio”.
Rachas no grupo (III)
No dia 28, Castro deu a tréplica: “Ele (Pampolha) não faz parte do meu grupo para que eu o apoie a governador. Preciso viabilizar meu candidato, que é o Rodrigo Bacellar”. Pela roupa suja lavada fora de casa por governador e vice, a questão do grupo, da qual Bacellar precisaria para viabilizar sua candidatura ao Palácio Guanabara em 2026, parece hoje complexa.
Flávio Bolsonaro favorito a senador
De volta aos números da pesquisa Paraná, ela não trouxe surpresa na liderança também isolada na corrida majoritária pelas duas cadeiras que o RJ elegerá ao Senado da República em 2026. Com 41,7% das intenções de voto, Flávio parece tão ou mais favorito à reeleição a senador do que Paes a governador.
Castro 2º a senador
A novidade foi a boa colocação de Castro na disputa pela 2ª cadeira ao Senado. Na qual o atual governador teve 31,3% na pesquisa, seguido da deputada federal Benedita da Silva (PT), com 27,1%; de Alessandro Molon (PSB), com 15,6%; da ministra da Igualdade Racial Anielle Franco (Psol), com 15,2%; e de outro deputado federal, Pedro Paulo (PSD), aliado de Paes, com 12,6%.
Aprovação do governo Castro
A boa colocação de Castro a senador, na consulta Paraná, parece vir da sua avaliação de governo: aprovado por 48,3% e reprovado por 47,4%. O empate técnico na margem de erro foi melhor ao governador do que na pesquisa Quaest de fevereiro. Que não fez consulta a senador, mas deu o governo estadual desaprovado por 48% e aprovado por 42%.
Cenários de Paes e Castro
“A 1 ano e meio das urnas de 2026, Eduardo Paes lidera com folga nos dois cenários testados pela pesquisa Paraná, com cerca de 50% das intenções de voto. Detalhe que chama atenção é a avaliação do governo Cláudio Castro, aprovado por 48,3%, com desaprovação de 47,4%”, resumiu o geógrafo William Passos, com especialização doutoral em estatística no IBGE.
Governador/senador?
“Apesar da aprovação de governo empatada tecnicamente com a desaprovação, Castro aparece como um dos favoritos na pesquisa Paraná às duas vagas a senador no pleito de 2026. O governador aparece na 2ª colocação na corrida, com 31,3% das intenções de voto, atrás de Flávio Bolsonaro, com 41,7%, e à frente de Benedita da Silva, com 27,1%”, completou William.
Publicado hoje na Folha da Manhã.