Flamengo e Palmeiras na reta final da Libertadores e do Brasileirão, papéis dos campistas Rodrigo Bacellar e Wladimir Garotinho nas eleições a governador, senador e deputados da região, além da aproximação entre Donald Trump e Lula, bolsonarismo e tendências das pesquisas presidenciais a 2026.
Esses serão os tês temas debatidos entre o jornalista Aluysio Abreu Barbosa e o radialista Cláudio Nogueira no Folha no Ar desta quarta (8), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.
Quem quiser participar do Folha no Ar desta quarta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.
Professor da Uenf, com doutorado em sociologia política e mestrado em ciência das religiões, Nelson Lellis é o convidado do Folha no Ar desta terça (7), ao vivo, a partir das 7 da manhã, na Folha FM 98,3.
Ele falará sobre o crescimento das religiões evangélicas no Brasil e sua pauta política baseada na “guerra cultural” entre os dogmas de uma tradição cristã muitas vezes fundamentalista e do identitarismo, que substituiu a luta de classes dos sécs. 19 e 20 como principal bandeira da esquerda no séc. 21.
A partir das pesquisas mais recentes, Lellis também tentará projetar as eleições a presidente (confira aqui, aqui e aqui) , governador (confira aqui, aqui e aqui) e senador (confira aqui e aqui) em 4 de outubro de 2026, daqui a pouco menos de um ano.
Por fim, ele avaliará os papéis do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), e do prefeito Wladimir Garotinho (PP), no cenário estadual (confira aqui, aqui e aqui) do próximo ano. Assim como as pré-candidaturas de Campos e região (confira aqui) a deputado federal e estadual.
Quem quiser participar do Folha no Ar desta sexta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.
Já disse e escrevi mais de uma vez que tenho Elio Gaspari, entre os vivos, como o maior jornalista do Brasil. Seja em conhecimento enciclopédico do passado, informações privilegiadas do presente, estilo muito próprio de uma prosa quase literária, sem deixar de ser acessível ao leitor médio, e a isenção de quem nunca passa pano em ninguém.
Hoje, em sua coluna dominical, publicada (confira aqui ou aqui) em O Globo, Gaspari abordou, em três notas distintas, a retórica bravateira e autofágica dos Bolsonaros, a medição da semana de Tarcísio entre as candidaturas em 2026 a presidente da República ou a governador de São Paulo, e as nuvens de chuva no horizonte da CPI do INSS que podem despencar sobre o Lula 3.
Por complementares neste calendário eleitoral de menos de um ano até as urnas de 4 de outubro de 2026, seguem as três abaixo:
Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Lula (Montagem: Joseli Mathias)
Elio Gaspari, jornalista e escritor
Uma retórica de bravatas
De sua trincheira nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro ameaçou: “Sem anistia, não haverá eleição de 2026.”
Falso, sem a anistia desejada pelos Bolsonaros, haverá eleição em 2026, e se porventura eles vierem a ser responsabilizados por suas palavras, dirão que tudo não passou de simples bravatas.
Os Bolsonaros introduziram dois elementos tóxicos na política brasileira. Um é uma sorte de conflito intrafamiliar sem propósitos. Ganha um fim de semana em Budapeste quem souber porque Michelle não gosta de Jair Renan e é detestada por Carluxo. Flávio diz que Eduardo é maluco, e Eduardo acha que Flávio é manso demais. Para quê? Para nada.
O segundo ingrediente é a bravataria. O patriarca Jair combateu vacinas, disse que o medo da Covid era coisa de maricas, ameaçou com Apocalipses e em diversas ocasiões referiu-se ao “meu Exército”. Sempre para nada. Ainda no século passado, quando ele era apenas um mau capitão, Jair pulava de bravata em bravata, como a dos explosivos da adutora do Guandu, apresentada num desenho infantil.
As explosões dos Bolsonaros, como os planos da grei, ameaçam com o fim do mundo e, quando são chamados às falas, protegem-se, dizendo-se bravateiros. O melhor exemplo disso esteve no Plano Punhal Verde Amarelo. Enquanto era impresso no escurinho do Planalto pelo general Mário Fernandes, faria e aconteceria. Chamado a explicar-se, o general saiu de fininho, falando em simples reflexão.
Quando Eduardo Bolsonaro diz que “sem anistia não haverá eleição de 2026”, ecoa uma frase atribuída ao general Braga Netto, para quem não haveria eleição sem voto impresso. (Ele negou a autoria do comentário.) De qualquer forma, houve eleição sem voto impresso, Bolsonaro e Braga Netto foram derrotados, Lula está no Planalto e a dupla em prisões. Bolsonaro numa cana domiciliar, e o general num quartel. O país ganhou uma serenidade institucional que lhe foi negada durante o mandato do ex-capitão.
O estilo bravateiro é tóxico por ser de todo inútil. Serve para nada, além de dar alguns minutos de fama aos interessados.
Os Bolsonaros não conseguiram impor uma agenda radical quando estavam no governo. Nada conseguirão agora que estão fora dele, obrigados a temer a caneta do ministro Alexandre de Moraes. É um estilo vencido, como o dos chapéus e das polainas.
O deputado Eduardo Bolsonaro sabe que se o Congresso aprovar algum tipo de anistia, ela não trará grande alívio ao ex-presidente. Beneficiará primeiro os lambaris do 8 de Janeiro, condenados a penas extravagantes, como a de 14 anos para o bobalhão que sentou-se na cadeira de Alexandre de Moraes. (Ela estava na rua, não no prédio do Supremo Tribunal Federal.)
Tarcísio candidato
Um veterano observador da cena política de São Paulo e conhecido do governador Tarcísio de Freitas resolveu criar um candidatômetro. Ele oferecerá registros periódicos de qual poderá ser sua candidatura preferida.
Na semana passada, com a aprovação do refresco do Imposto de Renda para quem ganha até 5 salários mínimos, ele era candidato à reeleição para o governo de São Paulo.
CPI do INSS
Se a CPI das fraudes do INSS encostar nas novas modalidades de financiamento dos sindicatos o aparelho governista terá dificuldade para se explicar durante o ano eleitoral de 2026.
Escritores brasileiros Machado de Assis e Maria Firmino dos Reis (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
O século XIX foi um período decisivo para a formação da literatura brasileira. É justamente nesse contexto que surgem nomes conhecidos como o de Machado de Assis, além de outros que vem ganhando mais visibilidade, como o de Maria Firmina dos Reis.
Pensando na importância de fomentar a leitura de obras desse período, o professor Felipe Vigneron Azevedo e o estudante Lucas Barbosa, do curso de Letras do IFF, convidam estudantes, professores e a comunidade em geral a se inscreverem no projeto “Páginas oitocentistas”, que será composto por três encontros remotos nos quais iremos debater um conto e dois romances.
“A leitura literária, apesar de sua importância para a formação integral do ser humano, não mais ocupa um lugar privilegiado no contexto atual. Dentre os motivos, a falta de tempo parece ser central. Isso guiou a escolha dos títulos a serem debatidos, visto que, lendo-se em média 5 páginas por dia, o participante conseguirá realizar a leitura integral de todas as obras propostas”, afirma o professor Felipe Vigneron.
“Sinto que as pessoas têm uma certa resistência de enxergar a literatura como um ato de lazer. Acredito que parte da proposta do projeto é permitir novas possibilidades de como olhar para a literatura. Conversas sobre impressões pós-leitura criam uma conexão de grupo que fortalece o ato em si. A leitura não precisa ser uma atividade solitária, mas sim um lazer coletivo”, acrescenta Lucas.
Os encontros terão duração de 1 hora e 30 minutos, ocorrerão via Google Meet, e as inscrições deverão ser feitas pelo e-mail historiadaliteraturaiff@gmail.com, durante o período de 3 de outubro a 8 de outubro. Serão ofertadas 20 vagas. Os interessados deverão enviar um e-mail contendo: nome completo, instituição a que está vinculado e link para o currículo lattes.
O primeiro momento está marcado para o dia 20 de outubro, segunda-feira, às 15 horas, e o texto será “O alienista”, de Machado de Assis. Em novembro, o debate será sobre“Quincas Borba”, de Machado de Assis. Em dezembro, é a vez de “Úrsula”, de Maria Firmina dos Reis. Todos os textos estão disponíveis em domínio público para download gratuito.
(Arte: Curso de Letras, Português e Literaturas do IFF)
“Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado”. Como nesses versos de Paulinho da Viola, servidores e estudantes do Instituto Federal Fluminense se preparam para comemorar os 20 anos da pós-graduação lato sensu em Literatura, Memória Cultural e Sociedade, no dia 23 de outubro, a partir das 13h30, no auditório Miguel Ramalho, no Campus Campos Centro.
O evento, que é aberto a toda a população, alia o conhecimento acadêmico, com palestra e minicurso, aos festejos, que contarão com a presença de quem construiu esta história com afinco e dedicação. As inscrições podem ser feitas no site: https://eventos.iff.edu.br/20anos-poslmcs
Sem deixar as memórias caírem no esquecimento e sem interromper a oferta nesses 20 anos de existência, o curso em Literatura, Memória Cultural e Sociedade, um dos mais antigos do IFFluminense, quando se trata de pós lato sensu, já deixou um legado importante para a cidade: foi responsável por registrar as paisagens de Campos dos Goytacazes, passando pelo rio Paraíba do Sul até chegar ao Bar Doce Bar, que existiu nos idos de 1970, e encontrando vários nomes que fincaram suas histórias na cidade, como Antônio Roberto Kapi, poeta, dramaturgo e ator, e a professora e poeta Ruth Maria Chaves Martins.
E não se pode falar sobre a especialização sem mencionar a professora Rita Maria de Abreu Maia, idealizadora da especialização, que germinou esse sonho em uma instituição, à época, majoritariamente tecnicista. Ela abriu caminhos para tantas outras e tantos outros tecerem manhãs e amanhãs.
Para a atual coordenadora da pós, professora Érica Luciana de Souza e Silva, o curso é um marco para os estudos ligados à literatura e à memória. Além disso, ela destaca a relevância das pesquisas desenvolvidas na especialização que contribuem para o conhecimento dos saberes de Campos e região: “O curso atua na formação de profissionais de diversas áreas, mas também forma cidadãos que queiram e estejam dispostos a pensar a memória cultural, a sociedade e a própria cultura do nosso país, especialmente a de Campos dos Goytacazes e região”.
Já o diretor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão do Campus Campos Centro, professor Pedro de Azevedo Castelo Branco, ressalta a contribuição da especialização ao longo das últimas duas décadas, principalmente para o Ensino, ao afirmar que “durante esses 20 anos, formamos muitos profissionais que atuam hoje em várias áreas na nossa cidade e na nossa região, mas eu diria que a maior parte atua no ensino. Então, muitos desses profissionais estão ministrando aulas para a comunidade acadêmica de Campos e região”.
A pós-graduação lato sensu em Literatura, Memória Cultural e Sociedade é uma especialização com programa de caráter interdisciplinar que articula as áreas de Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e Linguística, Letras e Artes. A especialização tem como objetivo formar profissionais críticos e reflexivos, capazes de analisar e compreender os diálogos entre literatura, memória cultural e sociedade no contexto contemporâneo. O público-alvo são profissionais graduados nessas áreas. Todos os anos, são disponibilizadas 30 vagas, e o ingresso se dá por meio de processo seletivo. Ao final do curso, depois da defesa pública de uma monografia, os estudantes recebem o título de Especialista em Literatura, Memória Cultural e Sociedade.
Com carga horária total de 360 horas, o curso é oferecido na modalidade presencial, com duração de 12 meses. As aulas acontecem às quintas-feiras, nos turnos da tarde e da noite, no IFFluminense Campus Campos Centro. A pós-graduação em Literatura, Memória Cultural e Sociedade reafirma o compromisso do Instituto Federal Fluminense em oferecer formação gratuita e de qualidade, integrando ensino, pesquisa e extensão em diálogo com a realidade cultural e social da região.
20 ANOS DA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU “LITERATURA, MEMÓRIA CULTURAL E SOCIEDADE”
PROGRAMAÇÃO
16/10/2025
16h00: “A engraçada língua de preto – da colonialidade da linguagem ao racismo linguístico”
(Minicurso)
Carlos Eugênio Soares de Lemos (UFF)
23/10/2025
13h30: Abertura
14h00: “A memória e a cultura na construção das identidades em sociedades contemporâneas”
Júlio Menezes (Ipeafro-RJ)
Natalino da Silva de Oliveira (IF Sudeste Mineiro -Muriaé)
Mediação: Raquel Fernandes (IFF)
15h00: Sessão de autógrafos
16h00: Intervalo
16h30: “Vale quanto pesa: nossas memórias”
Helvia Pereira Pinto Bastos
Renata Ribeiro Gomes de Queiroz Soares
Vânia Cristina Alexandrino Bernardo
Sílvia Lúcia dos Santos Barreto
Mediação: Analice de Oliveira Martins (IFF)
18h30: Intervalo
19h00: “A análise da imagem fotográfica como construção da memória”
Leonardo de Vasconcellos Silva
20h00: “Fernandos” em busca de Pessoa (Apresentação cultural)
Edmundo Siqueira, servidor federal, jornalista e blogueiro do Folha1
Por Edmundo Siqueira
“A informação passada pelo Governo do Estado (confira aqui) de que a Fundação Cultural não teria anexado a declaração de patrocínio é improcedente, visto que assim fizemos na data de 22 de agosto, tão logo obtivemos importante e fundamental documento em mãos, encaminhado pelo grupo Dom. É imperioso que o Governo do Estado, via Secec, aprove o projeto submetido na Plataforma Desenvolve Cultura, a fim de podermos entregar para a sociedade campista um FDP! ainda melhor”.
Foi o que disse a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Fernanda Campos, contestando a informação divulgada pelo Governo do Estado de que o projeto do Festival Doces Palavras (FDP!) ainda não teria anexado a declaração de patrocínio — documento obrigatório para a liberação de recursos via Sistema Desenvolve Cultura.
O esclarecimento da presidente da FCJOL surge após o Estado do Rio de Janeiro afirmar, por meio de nota oficial, que o projeto foi submetido ao sistema em 29 de agosto e que será analisado pela Comissão Avaliadora de Projetos (CAP) no dia 9 de outubro. Segundo o comunicado estadual, “o proponente ainda não anexou ao sistema a declaração de patrocínio, documento obrigatório para a liberação do recurso”.
O valor solicitado para o festival é de R$ 210.000,04. De acordo com o estado, mesmo que o projeto seja aprovado pela CAP, a liberação dos recursos só poderá ocorrer após a apresentação da declaração.
Em 5 de outubro de 1975, o então jovem professor e historiador Arthur Soffiati estreou como articulista na imprensa de Campos. Neste domingo (5), 50 anos depois, o já experiente professor e historiador, além de ambientalista e escritor, completará suas bodas de ouro na imprensa goitacá. Para saudar a data, ele foi o entrevistado na manhã de ontem (3) no programa Folha no Ar, na Folha FM 98,3. No qual falou do seu começo como articulista, no hoje extinto jornal A Notícia, onde começou e escreveu por três anos. Como o faz nos últimos 47 anos na Folha da Manhã. Onde escreve desde a fundação do jornal em 1978.
Dos conselhos que recebeu do jornalista Aluysio Cardoso Barbosa, fundador da Folha e falecido em 2012, à inspiração na prosa que o poeta Carlos Drummond de Andrade desfilava como cronista no hoje também extinto Jornal do Brasil, Soffiati contou que chegou a ser processado sete vezes por seus textos. Mas não foi condenado em nenhuma ação. Seu tempo mais difícil enquanto articulista, no entanto, foi na última ditadura militar brasileira, entre 1964 e 1975. Durante ela, chegou a cobrado por seus escritos diante de cinco coronéis do Exército. O historiador também analisou o julgamento e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), três generais e um almirante, com outros três réus, por tentativa de golpe de Estado. E falou do ineditismo dessa responsabilização na História do Brasil.
Porfessor e historiador Arthur Soffiati completa 50 anos como articulista na imprensa de Campos (Foto: Folha da Manhã)
Início na imprensa – “A minha intenção não era escrever para a imprensa. Quando eu comecei, a minha intenção era simplesmente ter um artigo meu apreciado por um professor, meu colega na Faculdade de Filosofia (hoje, Uniflu). E eu gostaria que ele me desse a opinião sobre aquilo”.
Orientação – “Eu escrevi sobre política brasileira durante a última ditadura. Ainda peguei o final disso. Escrevi alguns artigos e o Aluysio Cardoso não me censurou, mas me orientou: ‘Olha, pensa bem aqui o caminho que está seguindo’. Mas ele publicava depois de fazer assim. Não era uma censura, era assim um caminho que pudesse ser mais palatável, que pudesse ser mais compreendido. E me acolheu sempre nessas críticas”.
Academia – “A gente vai aprendendo a escrever para o leitor médio, para aquele leitor do dia a dia, e não para o leitor acadêmico. Porque, na verdade, nós da academia escrevemos para nós mesmos e isso não me agradava muito. Escrever para o meu colega, e não para a população do modo geral, não me agradava e até hoje não me agrada”.
Escrita – “Eu aprendi mais com jornalismo do que com os artigos acadêmicos, que acabam circulando num meio muito restrito. A minha intenção no jornalismo, na escrita, é contribuir, é trazer alguma contribuição. Não importa se boa ou se ruim, não importa que todo mundo concorde com ela. É trazer uma contribuição de estudo, de reflexão”.
Primeiros textos – “Quando eu comecei a escrever, eu fazia textos que hoje mesmo acho insuportáveis. Eu leio aquilo e falo: ‘Poxa vida! Isso aí devia ser muito chato!’ Se alguém leu, deve ter chegado a essa conclusão que eu cheguei a respeito de mim mesmo. Mas o que me inspirou muito foram os escritores do passado que eram, por exemplo, romancistas, poetas de renome nacional e até mundial, mas que escreviam para a imprensa”.
Inspiração em Drummond – “Como é que pode o Drummond estar vendo coisas que a gente entra num bonde, numa lotação e não vê; mas ele via. Então, essas pessoas me inspiraram muito. Eu gosto muito dos intelectuais que fazem essa ponte, que conseguem escrever tanto de uma maneira mais específica para um público mais voltado para literatura, como conseguem escrever também para o público de um modo geral. Não vou dizer que eu imitei essas pessoas, mas eu me inspirei nesse tipo de escrita”.
Posição – “A gente tem que ter uma posição diante do mundo. Eu entendo que devo ter e procuro expressar essa posição, que para mim foi uma posição que causou estranheza tanto para um lado quanto parra o outro nos anos 1970”.
Esquerda e liberais – “Esperavam os meus colegas mais à esquerda uma opinião mais firme, mais sólida como esquerda, e os colegas mais liberais esperavam que eu fosse mais liberal. E eu desagradei a todo mundo. Eu desagradei um lado e o outro nesse aspecto. Porque me inspirei mais em autores novos e autores que estavam falando sobre o nosso mundo contemporâneo e não examinando o nosso mundo a partir do século 19”.
Final da ditadura — “O tempo mais difícil como articulista foi, de fato, no final da ditadura militar. A gente tinha que ter muito tato. Eu não escrevi muito a respeito de política, não, mas mesmo assim precisei da orientação do seu pai (Aluysio Cardoso Barbosa, pai de Aluysio Abreu Barbosa), bastante da orientação dele de como escrever, de como me inserir. Eu que não tinha experiência ainda de como me inserir de uma maneira tal que não me comprometesse”.
Processado sete vezes – “Quando comecei a tratar da questão ambiental, isso me causou problema. Causou tanto que eu fui processado sete vezes. Por quatro prefeitos, pela Cedae, por uma juíza e por um procurador do Estado. Por conta de quê? Por conta de artigos. Artigos que não eram tão incisivos, mas causaram problemas”.
Desagrado e saber escrever – “Sei que a gente desagrada muitas pessoas quando escreve, mas essas pessoas não se manifestavam. Quando se manifestaram foi no sentido de se sentirem ofendidas ou retrucarem através de um artigo. Isso daí também é outra coisa a ser observada. As pessoas se sentem ofendidas, mas não sabem escrever. Quer dizer, quando eu digo que não sabem escrever, não é que não saibam mais ou menos as regras da gramática. Saber escrever é diferente de saber escrever, vamos dizer assim”.
Diante dos coronéis — “Enfrentei dificuldades grandes que não chegaram a processo. Por exemplo, eu ser chamado ao Rio de Janeiro para prestar esclarecimentos e entrar num gabinete, no tempo ainda da ditadura militar, com cinco coronéis aposentados trabalhando no serviço público e mais um indivíduo que se sentiu ofendido. E eu tendo que explicar aquilo. Você imagina o que é estar ali no meio de um meio militar e lidando com um indivíduo que se sentiu ofendido com o que eu falei”.
Histórico de golpes de Estado e tentativas na História do Brasil – “Nós nos assemelhamos muito aos países da América do Sul, como aos da América Latina de modo geral. Essa questão de tentar derrubar um governo não pelas urnas, mas pelo golpe armado de alguma maneira. Então a gente tem essa tradição”.
Lição aos Estados Unidos – “Um primo meu que é chileno, mas mora em Lisboa, me disse que o Brasil deu uma lição para o mundo. É assim que os democratas na Europa estão vendo. A Europa também está dividida entre extremos, ou pelo menos um extremo, que é o da extrema direita. Ele (o primo) disse: ‘Deu uma aula para nós todos. E deu uma aula inclusive para a pátria da democracia, que são os Estados Unidos’. Não sei se aceitaram a lição, mas (o Brasil) deu uma demonstração de que foi possível fazer alguma coisa nesse sentido”.
Penas dos condenados – “Eu fico muito temeroso com o futuro com relação a isso. Porque acho que as penas acabam sendo, não vou nem dizer através de uma lei de anistia, mesmo sem a lei de anistia, que anistie todo mundo com um relaxamento, um afrouxamento das penas”.
Moraes vítima e juiz – “Os pares dele dizem que ele está legitimado para cumprir esse papel de relator e da figura mais expressiva no julgamento. Foi o que falaram. Eu gosto muito do Flávio Dino com aquele jeito dele de se expressar, colocando humor com expressão, quer dizer, com fundamentação para julgamento e tudo mais. Mas acabou com ele (a relatoria do processo a Moraes). Aí cabe questionamento, mas esse questionamento nosso vai adiantar o que agora? Será que rende alguma coisa mais no futuro? Um questionamento de que o indivíduo mais envolvido ou um indivíduo muito envolvido seja o relator do processo?”
Condução do julgamento — “Acho que se o Moraes extrapolou, ele foi respaldado por três juízes (ministros da 1ª Turma do STF também favoráveis à condenação de Bolsonaro e outros sete réus do chamado ‘núcleo crucial’ da tentativa de golpe: Flávio Dino, Cristiano Zanin e Carmén Lúcia). Acho que (no plenário) seria respaldado pelos demais juízes, menos três (além do ministro Luiz Fux, que votou contra a condenação de Bolsonaro, os ministros indicados por este na 2ª Turma: André Mendonça e Kássio Nunes Marques). Acho que o voto de Fux foi bastante caótico. Eu, mesmo não sendo jurista, achei que foi uma coisa meio confusa, muito longo e muito contraditório. Acho que mais três juízes referendando o que o Moraes falou, isso de alguma maneira dá um respaldo muito grande a ele. Se fosse para o pleno eu acho que ele não contaria com mais dois votos, mas a maioria votaria com ele também. Não vou invalidar, acho que o julgamento existiu e foi válido”.
Possibilidade de revisão da condenação, como foi com Lula – “Acho que esse julgamento não vai para o pleno não. Acho que são crimes diferentes, acusações diferentes, tanto para o Lula (que passou 580 dias preso, após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com condenação anulada depois pelo STF) quanto para o Bolsonaro. São coisas diferentes. Acho que vai se manter assim mesmo. Refiro-me mais a esse processo lento de esquecimento, a gente vai perdoando, vai caindo naquela história da Débora do Batom: ‘Não foi tão grave assim. A pessoa está idosa, está doente’”.
Legado da condenação – “Nesse caso eu acho que vai ficar a pecha da culpa, a pecha de ter sido um golpista, de tentar um golpe e não ter conseguido. De um golpe que ficou meio esfarrapado com aquela manifestação do 8 de janeiro e tudo mais, vai ficar essa pecha aí. O que a História dirá disso? A História não vai dizer nada. A História, quem faz, quem diz, são os historiadores. A História não existe enquanto uma personalidade independente. Então, nós é que falamos. A gente vai encontrar historiadores de um lado e de outro. Mais de um lado do que do outro. Acho que mais historiadores democratas do que historiadores conservadores”.
Tentativas de golpe – “A questão dessa sequência de tentativas de golpe que o Brasil passou, isso tudo tem um substrato que vai nos falar a respeito da nossa política. Eu não dou garantia de que a nossa política não sofra mais um ataque como esse. Mas, pelo menos, nesse caso, o Brasil deu uma resposta. Uma resposta consistente para a tentativa de golpe, inclusive para os Estados Unidos, em que o Trump fez alguma coisa parecida e está impune”.
Forças Armadas – “Nesse momento acho que as Forças Armadas deram um exemplo muito significativo com os comandantes gerais do Exército e da Aeronáutica. Que disseram: ‘Não, a gente não apoia isso aí’. Então isso mostrou independência de, pelo menos, duas Forças Armadas. A terceira, eu não sei se o Estado Maior da Marinha daria esse apoio (ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier foi condenado por ter posto a Força à disposição para uma tentativa de golpe por Bolsonaro). Mas, de qualquer maneira, acho que foi um exemplo. Isso foi ressaltado. As Forças Armadas entenderam que elas não exercem o poder moderador (que era o 4º Poder, do imperador, sobre Executivo, Legislativo e Judiciário no Brasil Império). Elas (as Forças Armadas) são um poder de Estado e que tem um chefe maior, que é o presidente da República. Isso, para mim, foi muito significativo”.
Condenação é “basta” aos militares do Brasil quanto a tentativas de golpe – “As Forças Armadas estão divididas. Mas esse ‘não’, esse ‘basta’, esse ‘chega’ dos dois comandantes das Forças (do Exército e da Aeronáutica), para mim, foi bastante significativo. Espero que se fortaleça mais: “A gente (militares) não é golpista, não está aqui como poder moderador que dá golpe. A gente está aqui como poder de Estado, que apoia as decisões do nosso chefe maior, que é aquele eleito pelo povo”.
Participação no debate público de Campos – “Sinto-me muito feliz de ter participado da vida campista durante 50 anos. Assim, dessa maneira, não dentro da academia, atrás dos muros da academia, nem totalmente do lado de fora. Mas levando para o lado de fora alguma coisa que me pareceu interessante. Porque, na verdade, pelo menos a minha vida na imprensa campista foi pautada por ideias. Eu não entrei na vida jornalística para atacar uma pessoa ou outra”.
Página 2 da edição de hoje da Folha da Manhã
Confira no vídeo abaixo a íntegra da entrevista de Soffiati no Folha no Ar de ontem:
Aposentado (confira aqui) na última terça (30), após 27 anos de magistratura, os últimos 18 como titular da 3ª Vara de Família de Campos, Elias Pedro Sader Neto é natural de Niterói, onde também trabalhou como juiz, mas se considera cidadão campista. “Dois dos meus três filhos nasceram aqui. Minha mulher também é natural de Campos”, disse em entrevista à Folha. Na qual falou dos casos que mais o marcaram como magistrado e do seu juízo sobre a cidade que adotou: “A maior do interior, com boa qualidade de vida, mas com pouca perspectiva para os mais jovens”.
Formado também em teologia e ordenado pastor batista, embora não exerça o ministério, Elias falou da possibilidade de abraçar essa carreira após sua aposentadoria como juiz. E estabeleceu paralelos teóricos entre as duas áreas. Com quase 30 anos dedicados à magistratura, deu juízo severo à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado: “O STF condenou o Bolsonaro pelo desejo do golpe, por uma realidade psíquica e não por um fato minimamente idôneo. A fidedigna expressão ‘trama golpista’ só foi adotada em razão de desconhecimento jurídico daqueles que torciam pela condenação do Bolsonaro”.
Juiz Elias Pedro Sader Neto (Foto: Divulgação)
Folha da Manhã – Do início na magistratura em 1998 até a aposentadoria em 30 de setembro de 2025, quais foram suas experiências e casos mais marcantes? Por quê?
Elias Pedro Sader Neto – Não haveria espaço aqui para relatar, ainda que sucintamente, tantas experiências marcantes e diferentes. Algumas muito dramáticas, como um júri em SFI, envolvendo um homicídio de um bebê de 10 meses. O réu, com raiva da mãe, partiu o bebê ao meio. Por outro lado, trago na memória, com terna lembrança, o caso de um registro tardio requerido por um lavrador, de 76 anos, que precisando tirar seus documentos para se aposentar, buscou o Poder Judiciário. Partiu meu coração vê-lo entrar descalço na sala de audiências de SFI. Dizia ele que tinha 76 anos, mas aparentava mais. Dias depois voltou trazendo um queijo numa sacola plástica, como gesto simples de gratidão. Eu, que sempre orientei o pessoal do cartório para não aceitar presentes, vi-me na contingência insuperável de ter que aceitar o queijinho daquele senhor. A pureza da imagem e do gesto daquele homem me atingiu em cheio.
Folha – Natural de Niterói e juiz titular de São Francisco de Itabapoana de 2000 a 2004, da 2º Vara de São João da Barra de 2004 a 2007 e da 3ª Vara da Família de 2007 a 2025, considera que já se tornou campista? Como magistrado e cidadão residente, que juízo formou sobre Campos e região?
Elias — Sim, considero-me cidadão campista. Dois dos meus três filhos nasceram aqui. Minha mulher também é natural de Campos. Vejo Campos como uma cidade com grande potencial, situada entre duas capitais brasileiras e favorecida por recursos da exploração do petróleo, mas que, lamentavelmente, não tem conseguido atrair ou promover atividades produtivas na proporção do seu porte populacional e geográfico. É a maior cidade do interior, com boa qualidade de vida, mas com pouca perspectiva para os mais jovens. Espero que esse cenário possa mudar em breve.
Folha – Antes de São Francisco, atuou como juiz também no Rio de Janeiro, em Niterói, Itaperuna, no Noroeste, e Conceição de Macabu, já no Norte Fluminense. Da zona metropolitana da capital ao interior, que visão formou do povo fluminense em relação ao cumprimento da lei?
Elias – Nenhuma peculiaridade vi que pudesse destacar no que tange ao cumprimento da lei, mas posso afirmar que a sociedade, de um modo geral, sofreu profundas transformações nos últimos anos, o que afetou as práticas sociais, nos valores e costumes, e a ciência do Direito. Nesse tempo, vi o ocaso do positivismo jurídico, que limitava a atividade do juiz à mera subsunção do fato à norma, e o surgimento do neoconstitucionalismo, do pós-positivismo e do ativismo judicial.
Folha – Formado em 1989, trabalhando como advogado de 1990 a 1993 e como oficial de Justiça em Belo Horizonte de 1993 a 1997, o que levou dessas experiências aos seus 27 anos de exercício da magistratura? Considera ter sido um juiz mais completo a partir delas?
Elias – Boa pergunta. Creio que toda experiência profissional é sempre proveitosa àquele que é zeloso com a tarefa que lhe foi confiada e cuidadoso com as pessoas com quem tem que se relacionar. “Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas” (verso da Irmã Judith Junqueira Villela, em seu poema “Um pouco de perfume”, musicado pela Irmã Irene Gomes). Nossas experiências têm sempre a nos ensinar, não podemos desprezá-las, nem mesmo aquelas que reputamos mais simples. Tem um hino do Cantor Cristão (hinário das Igrejas Batistas do Brasil) que diz: “Não somente pra fazer um feito singular é mister agir com muito ardor. Mas as coisas mais humildes por executar, deves fazê-las com fervor”.
Folha – Do julgamento do Mensalão do PT em 2005, passando pela prisão de Lula em 2018 após ser condenado por corrupção na Lava Jato, à condenação de Bolsonaro (confira aqui e aqui) em 2025 por tentativa de golpe de Estado, o protagonismo do STF e do Judiciário se tornou uma questão que divide opiniões no Brasil. Como vê?
Elias – Essa é a pergunta do milhão. Creio não ter aqui espaço para respondê-la como gostaria. Por uma questão de brevidade, acho que só uma nova Constituinte seria capaz de dar conta de tantas distorções. A começar pela forma de constituição do STF, totalmente anacrônica para esse novo tempo. Não é possível que alguém pretenda ser o juiz do caso em que sua mãe é a ré e ainda pretender ser respeitado. É como vejo o STF hoje, apenas por percepção objetiva dos fatos, sem querer desmerecer a quem quer que seja. Pessoas nomeadas para um cargo vitalício de ministro passaram a julgar, sem constrangimento algum, questões políticas do maior interesse daquele que as nomeou. Isso não pode continuar assim. Sobre o Bolsonaro, também tenho opinião objetiva e técnica, livre de paixão política ou ideológica: ele só não deu o golpe porque não teve condições. E, por isso mesmo, por insuficiência de meios, não iniciou sua execução. Não consigo superar o fato de que, em 8 de janeiro de 2023, o presidente Bolsonaro já havia nomeado os ministros militares indicados pelo presidente Lula, e se encontrava fora do país. Esse é o fato; o resto é vontade de condenar, ativismo judicial indevido. Querer praticar um crime é algo impunível enquanto sua execução não tiver início. Não é possível, tecnicamente, num crime de consumação antecipada, antecipar-se também o seu início de execução para a etapa da cogitação. No entanto, o STF condenou o Bolsonaro pelo desejo do golpe, por uma realidade psíquica e não por um fato minimamente idôneo. A fidedigna expressão “trama golpista” só foi adotada em razão de desconhecimento jurídico daqueles que torciam pela condenação do Bolsonaro. Tramar é impunível, até que a lei, de modo expresso, diga o contrário. Juiz não pode ter vontade de condenar. Quando isso acontece, a imparcialidade, base do julgamento justo, foi para o ralo. Daí em diante, o melhor que o juiz pode fazer é deixar o caso.
Folha – Além do Direito, tem formação também como teólogo. Na Antiguidade, sobretudo no Velho Testamento da Bíblia, a teologia funcionava também como códigos civil e penal. E legou a moral que orienta os códigos modernos que hoje vigoram em países laicos. Como vê essa influência na história do Direito ocidental e em sua carreira de magistrado?
Elias – Até certo momento, quando ainda vigorava o positivismo jurídico e a força normativa dos princípios era mais contida, as regras de interpretação do Direito se cambiavam com muitas regras de interpretação bíblica. De 20 anos para cá o laço social, o compromisso entre as pessoas, antes verticalizado, com causa em Deus e representação no patriarcado, se horizontalizou, passando a mitigar o poder religioso até então conhecido. Em seguida, o mundo dos irmãos passou a postular a justiça social como a nova religião civil e a suprimir a “igualdade material” de Aristóteles pela “igualdade caótica”, que se confunde com indistinção, com isonomia pela indistinção. Passamos a ser todos iguais porque não pode haver distinção, como se isso fosse possível e como se a desigualdade fosse sempre um mal, quando muitas das vezes é da ordem do fenômeno, como a lei da gravidade. Toda escolha que fazemos é meritocrática: ninguém escolhe o pior quando pode ficar com o melhor, salvo por ato de amor. Portanto, toda escolha promove uma distinção.
Folha – Ordenado pastor batista, não exerce ministério atualmente. É uma carreira que pretende seguir a partir da aposentadoria como juiz? Como vê o avanço das religiões evangélicas no Brasil e a perspectiva weberiana dessa influência na população, sobretudo as de classe média baixa e baixa, na cultura do empreendedorismo?
Elias – Essa questão pastoral está em aberto. Não tenho nada em vista no momento, mas estou sempre pronto a obedecer a voz de Deus, com um sonoro “Eis-me aqui” (Abraão a Deus em Gênesis 22:1). Sobre o avanço das religiões evangélicas tenho a dizer que nunca me impressiono com números e que prefiro a qualidade. Fico triste quando vejo irmãos rompendo relacionamentos por polarização política. Acho que todo cristão precisa ser um fundamentalista bíblico, isto é, conhecer as Escrituras e, sobretudo, praticá-las em amor. A palavra de Deus é plena de princípios capazes de trazer prosperidade material, existencial e espiritual. Como disse o Padre Antônio Vieira em seu “Sermão da Sexagésima”, o problema da falta de germinação nunca é da semente, que é a Palavra de Deus, mas do solo, que é nosso coração. Mesmo quando ela não frutifica, por causa do solo ou do ambiente, continua com potencial para germinar.