“Eu não disse?” Talvez esta seja uma das frases mais odiosas que possam existir. O sujeito se espatifa no chão, se da mal, se lasca, se ferra, etc. Ai vem outro e lhe espeta: “Eu não disse?”. Dá vontade de mandá-lo para algum lugar.
Portanto, desculpem de antemão. Mas, infelizmente, nos não dissemos?
O desembargador Marcelo Pereira da Silva do TRF do Rio de Janeiro derrubou a liminar que mantinha a obrigação do Municipio de Campos de pagar o empréstimo contraído pelos Garotinho em até o limite de 10% das receitas provindas dos royalties e participações especiais. Por enquanto, existe a obrigação de devolver o dinheiro tal e como foi contratado.
É bom recordar que o ex secretario de Rosinha Garotinho conseguiu, graças ao seu amigo Crivella, que o Senado flexibilize a regra de concessão de empréstimos em troca das receitas futuras. Antes da Resolução 002/2015, o prazo para a devolução do dinheiro não podia ultrapassar o mandato da gestão do administrador que pedia emprestado. Após sua aprovação, essa limitação temporal foi relaxada – agora, outros governos podem continuar pagando. Porém, há na norma uma limitação que estabelece que o máximo que pode ser pago é 10% do que entrar nos cofres da prefeitura, por ano.
Essa limitação de devolução do empréstimo com apenas 10% dos royalties recebidos foi muito explorada por Garotinho, dando a entender que o pagamento ia ser quase insignificante. No seu programa de rádio ‘Entrevista Coletiva’ do dia 17 de outubro de 2015, Garotinho explicou (mal) que esse 10% ia significar um sobrecusto de ‘menos de 1% ao mês’, confundindo o teto com a taxa de juros.
Curiosamente, após ter tranquilizado a população indicando que a quantia a restituir seria um décimo do que for recebido de royalties, o co-prefeito combinou com a Caixa Econômica Federal em devolver muito mais do que isso. Em fevereiro deste ano, a CEF ficou com quase 50% do que o município deveria receber, apesar da resolução do Senado. Isso é o que hoje está sendo discutido na justiça.
Só para lembrar: Garotinho pegou emprestado 562 milhões, e comprometeu os futuros gestores (e a população campista) a devolver 1,34 bilhão, até 2026.
Na edição da Folha da Manhã do dia 17 de outubro de 2015, referindo-me as absurdas desculpas dadas por Garotinho para justificar a operação de crédito, escrevi:
“Tudo o exposto não pode menos do que inquietar qualquer campista com um mínimo de preocupação em relação ao futuro do município. Ainda mais quando o governo municipal se nega a explicar com transparência uma operação financeira que será suportada em mais de 90% pelas próximas administrações- pensando bem, talvez a falta de esclarecimento se deva precisamente a isso.”
A Folha da Manhã batizou as operações financeiras que os Garotinho fizeram desde 2015 como ‘A Venda do Futuro’, o que provocou, à época, o protesto de vereadores, de funcionários da prefeitura e até de jornalistas de outras mídias, que se apresavam a esclarecer que o termo era um subjetivismo do jornal. A foto que encabeça este texto mostra alguns legisladores zoando com a frase.
Caso não se consiga reconhecer as pessoas da fotografia, são eles: Dona Penha , Cecília Ribeiro Gomes, Fábio Ribeiro, Ozéias, Thiago Virgílio, Albertinho, Neném, Miguelito, Paulo Hirano, Abdu Neme, Mauro Silva, e Edson Batista. Não estão na foto Álvaro César, Auxiliadora Freitas e Altamir Bárbara. Todos eles autorizaram a ‘Venda do Futuro’.
O campista tem que lembrar bem deste grupo para poder cobrar a situação que Campos esta !!!!!
O campista nunca vai esquecer esse grupo que esta agora, sao seis meses e ate agora nao fez nada.Quando deixar o governo (trecho excluído pela moderação)