Pichações na Uenf acendem o debate entre protesto e vandalismo

 

 

 

Capa da Folha da Manhã de hoje (16)

 

Pichações na Uenf

Desde o assassinato a tiros da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março, a Folha foi um dos tantos veículos de mídia do Estado, do Brasil e do mundo a cobrar a elucidação do crime bárbaro. Assim como tem noticiado todas as denúncias de corrupção do governo Michel Temer (MDB). Por isso mesmo tem independência para ecoar em seu noticiário (aqui) e nesta coluna de opinião os questionamentos feitos às pichações que amanheceram espalhadas ontem (15) nos prédios da Uenf, com palavras de ordem a favor da vereadora executada e contra o presidente em exercício.

 

Manifesto x integridade

Depois de brigar por sua implantação nos anos 1990, a Folha tem acompanhado atentamente a vida da instituição mais importante de ensino de Campos e região. A partir do fechamento (aqui) da Casa de Cultura Villa Maria, em 18 de abril do ano passado, este jornal cobrou da comunidade e do poder público (aqui, aqui e aqui) a reação devida à maior crise enfrentada pela Uenf em seus 27 anos, que se arrasta até os dias de hoje. Reitor da universidade neste momento de penúria financeira do Estado, Luis Passoni disse ontem sobre as pichações: “Embora compreenda a necessidade da juventude se manifestar, a gente tem que preservar a integridade do campus”.

 

Opiniões uenfianas

A fala do reitor da Uenf foi ecoada pelo professor de ciência política Hamilton Garcia: “Poderiam ter usado cartazes porque não danifica o patrimônio. É o espírito da época que entende que pichar não é um problema, mas é um equívoco”. Entre o corpo discente, houve divisão. Membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Gilberto Gomes disse: “Não houve depredação, mas tiveram o intuito de sujar. É uma forma de manifestação pacífica”. Outro universitário, Gabriel Marques ponderou: “Alguns dizem que é uma forma de se expressar, mas eu acho totalmente errado. Devemos agir com cautela e respeitar nosso patrimônio”.

 

Vida e morte

Todos os entrevistados ressaltaram o clima de Fla x Flu político vivido no país, do qual as pichações foram frutos. O “Marielle vive” merece ser ecoado. Sobretudo enquanto sua execução covarde não for devidamente solucionada, como o deputado federal Chico Alencar (Psol) cobrou (aqui) em entrevista exclusiva à Folha. Mas não sem o equilíbrio de uma parlamentar de esquerda, negra, lésbica e feminista, que também dava assistência às famílias dos PMs mortos da cidade do Rio. Já o “Fora Temer”, pichado em vários outros prédios de Campos, se refere a um governo talvez já morto e que só espera 1º de janeiro de 2019 para ser sepultado.

 

Sem clima?

Mesmo com a Copa do Mundo sendo na Rússia, a expectativa de faturamento em solos tupiniquins é grande. A estimativa é que 33% das micro e pequenas empresas esperam faturar com a torcida pela Seleção Brasileira. O comércio está pronto, só esperando os clientes. Nas ruas é que a empolgação anda devagar. Em tempos bicudos, com desemprego batendo a casa dos 13 milhões, está difícil encontrar em Campos, por exemplo, ruas enfeitadas já no clima para torcer. Até mesmo para se vestir para a Copa, com a sonhada camisa oficial, está puxado.

 

Negociações suspensas

A Coreia do Norte suspendeu as negociações com a Coreia do Sul e expõe como motivo os eventuais exercícios militares entre sul-coreanos e estadunidenses. Paralelamente, o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, informou que pode cancelar a reunião de cúpula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para o dia 12, em Cingapura.

 

Com os jornalistas Dora Paula Paes e Arnaldo Neto

 

Publicado hoje (16) na Folha da Manhã

 

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Este post tem 2 comentários

  1. josé carlos

    viu quem comentou a matéria da folha e ainda estimulou os alunos da uenf para fazerem mais pichações e continuarem deprendando o campus da universidade? apaixonado pela própria imagem (sabe-se la por que) é a mesma figura (trecho excluído pela moderação) que pavoneia liderar as greves todo ano na uenf, que é chamada de universidade das greves pelos alunos e pais de alunos sempre prejudicados. é um irresponsável e deveria responder cível e criminalmente se novas pichações acontecerem.

  2. MANUELA

    AINDA BEM QUE AS PICHAÇÕES NÃO FORAM PARA DIZER QUEM É O MAIOR MALA DA UENF. PORQUE NEM PRECISA. SE APARECER PICHADO NAS PAREDES DA UENF VOLTA GAROTINHO OU GAROTINHO NOSSO GOVERNADOR TODO MUNDO VAI FICAR SABENDO QUE QUEM PICHOU.

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