Wladimir aposta em Garotinho contra Paes e critica governo Rafael

 

Muito se comenta que, caso seja eleeito deputado federal daqui a 10 dias, Wladimir Garotinho (PRP) passará a mirar a eleição a prefeito de Campos em 2020. Nesta entrevista, a proposta era que analisasse os protagonistas das eleições a presidente e governador. Mas inevitável que visse Anthony Garotinho (PRP) pelos olhos do filho. Ainda assim, definiu acertadamente seu pai: “um sobrevivente” na briga com Romário Faria (Podemos) para enfrentar o líder isolado nas pesquisas, Eduardo Paes (DEM), no segundo turno. Ele aposta nisso, assim como no provável turno final entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) no pleito presidencial. Sobre o governo Rafael Diniz (PPS), sua análise tampouco surpreendeu: “um desastre”.

 

 

Jair Bolsonaro – Consegue reunir grande simpatia de parte da população por se encaixar no perfil de quem vai colocar ordem na casa. Pesa sobre ele o receio do autoritarismo, do que será no pós-eleição e a pouca experiência administrativa.

Fernando Haddad – O lulismo impulsiona seu crescimento rápido, porém o sentimento nacional anti-PT pode fazer ele sangrar no segundo turno.

Ciro Gomes – Na minha opinião o mais preparado na atual disputa, mas não consegue ganhar capilaridade eleitoral. Deve-se isso a estratégia colocada em prática pelo PT.

Geraldo Alckmin – Ninguém é governador de São Paulo por quatro vezes sem méritos, mas o PSDB não atrevessa um bom momento devido aos escândalos com Aécio Neves. A candidatura de Bolsonaro conseguiu reunir os votos à direita que tradicionalmente votariam com ele.

Marina Silva – Não passa a confiança necessária e nem tem uma postura que agrade a maior parte do eleitorado. Prejudicou-se ao se aliar ao agronegócio na eleição presidencial de 2014, o que ela sempre combateu na sua origem no PV.

Luiz Inácio Lula da Silva – Detentor da maior quantidade de votos individuais no país. Sem dúvida o maior estrategista dos últimos tempos. Consegue mesmo em condições extremamente adversas polarizar a eleição nacional.

Eduardo Paes – Continuação do que vem dando errado no Rio há 12 anos, tenta esconder seus padrinhos e amigos políticos para ludibriar o eleitorado. Ainda consegue alto índice de votos na capital devido ao difícil momento do atual prefeito.

Romário Faria – Um grande jogador de futebol e foi um bom parlamentar, mas não tem condições de administrar um Estado em grave crise econômica.

Anthony Garotinho – Um sobrevivente. Mesmo sofrendo com ataques, prisões e brigando com grandes figuras, consegue sempre se manter vivo na disputa. Como governador, foi eleito o melhor do Brasil pelo DataFolha. Passou a ter problemas a partir da eleição presidencial de 2002, quando brigou com o PT, não aceitando ser ministro de Lula.

Tarcísio Motta – O Psol tem eleitor cativo à extrema esquerda, em qualquer eleição tem seu percentual garantido, são combatentes e com militantes bem ativos.

Indio da Costa – Pela participação em todos os governos do PMDB e agora no de Crivella, fez com que o eleitor olhasse com desconfiança. Não se consegue identificar a posição dele.

Voto útil – Presente em qualquer disputa, aparecem nos últimos dias que antecedem o pleito e pode decidir de verdade uma eleição.

Segundo turno – No cenário nacional: Bolsonaro x Haddad. No Estado do Rio: Eduardo x Garotinho. Em ambos os casos, tudo pode acontecer. Pesquisas nesse momento não tem relevância.

Novo Congresso ؘ– Terá um papel mais importante do que o do próprio novo presidente da República. Vamos precisar de parlamentares de coragem e sabedoria para enfrentar a crise política e tomar as decisões importantes para o país.

Governo Rafael Diniz – Pergunte aos cidadãos campistas. Eu sou suspeito para falar porque avisei antes que seria um desastre.

 

Página 5 da edição de hoje (27) da Folha

 

Publicado hoje (27) na Folha da Manhã

 

Ibope: Bolsonaro e Haddad bateram teto, mas Ciro e Alckmin também

 

 

Bolsonaro e Haddad batem teto

Após o líder Jair Bolsonaro (PSL), o segundo colocado Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial também bateu seu teto nas intenções de voto. Foi o que indicou ontem a nova pesquisa Ibope. Na série do instituto, Bolsonaro teve 26% (11/09), 28% (18/09), 28% (21/09) e 27% (26/09). Na margem de erro de dois pontos para mais ou menos, ele está estagnado há 15 dias. Por sua vez, Haddad tinha 8% quando foi oficializado candidato do PT (11/09), cresceu a 19% (18/09), 22% (21/09) e ontem oscilou negativamente a 21% (26/09). O que sinaliza estar no fim a capacidade de transferência de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Ciro e Alckmin estagnados

Líderes em todas as pesquisas, tudo indica que Bolsonaro e Haddad pararam de crescer a 10 dias das urnas, mas passarão por elas ao segundo turno. Menos por seus desempenhos do que pelo fato do terceiro e quarto colocados também estarem estagnados ainda há mais tempo. Nas cinco últimas Ibope, as intenções de voto de Ciro Gomes (PDT) foram 12% (04/09), 11% (11/09), 11% (18/09), 11% (21/09) e, ontem, oscilaram novamente a 12%. Por sua vez, Geraldo Alckmin (PSDB) bateu 9% (04/09), 9% (11/09), 7% (18/09), 8% (21/09) e, ontem, repetiu os 8%. Há mais de 20 dias, os dois estão empatados tecnicamente e sem nenhum crescimento real.

 

Empate técnico no 2º turno

A Ibope de ontem foi encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e realizada entre sábado (22) e segunda (24). Neste dia, havia sido divulgada a Ibope anterior, encomendada pela TV Globo e o jornal O Estado de São Paulo, feita de sábado a domingo (23) — apenas um dia a menos. Com a mesma oscilação de um ponto para Bolsonaro e Haddad entre as duas, as mudanças mais significativas ocorreram nas simulações de segundo turno. Na Ibope anterior, o ex-capitão do Exército apareceu perdendo para o ex-prefeito de São Paulo fora da margem de erro: 37% a 43%. Mas na pesquisa de ontem, o resultado foi um empate técnico: 38% Bolsonaro a 42% Haddad.

 

Dilema de Ciro

A Ibope mais recente também apontou o empate técnico no segundo turno entre Bolsonaro e Alckmin:  36% a 40%. Foi um resultado melhor ao capitão do que na pesquisa anterior, onde ele perdeu para o tucano fora da margem de erro. O que não mudou foi a condição de Ciro como adversário mais difícil para Bolsonaro no segundo turno, a quem derrotaria com facilidade por 44% a 35%.  Todavia, como o próprio político cearense destacou na noite de ontem, em sua última participação no debate presidencial do SBT: “Todas as pesquisas mostram que eu ganho do Haddad e do Bolsonaro no segundo turno, mas para isso eu preciso estar lá”.

 

Melhor para Bolsonaro na Paraná

Também ontem foi divulgada a nova pesquisa do instituto Paraná. E ela indicou um quadro mais favorável a Bolsonaro. Ele apareceu com 31,2% das intenções de voto, seguido de Haddad (20,2%), Ciro (10,1%) e Alckmin (7,6%). Foram 11 pontos percentuais de vantagem do capitão para o petista, bem mais do que os seis do Ibope. Ele também teve simulações melhores de segundo turno: ganharia de Haddad por 44,3% a 39,4%, fora da margem de erro de dois pontos para mais ou menos. E, dentro dela, ficaria em empate técnico com Ciro: 41,6% a 43,2%.

 

A dúvida

Mais recente do que as duas últimas Ibope, a consulta Paraná foi feita entre domingo (23) e terça (25). Como o instituto havia feito outra só entre 7 e 11 de setembro, é bem mais difícil determinar se os dois líderes bateram teto ou não. Dá para afirmar que ambos cresceram nas intenções de voto: Bolsonaro, 4,6 pontos (de 26,6% a 32,2%), enquanto Haddad, 11,9 pontos (8,3% a 20,2%). Além do maior espaço de tempo, a dúvida fica por conta dos contratantes da nova Paraná: a Empiricus Publicações e a revista Crusoé. Elas são ligadas ao site conservador O Antagonista, há algum tempo chamado pejorativamente por seus detratores de “o Pravda de Bolsonaro”. Amanhã, sai mais uma Datafolha a presidente.

 

Com a Corte

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), paralisou o julgamento de mais um recurso do ex-presidente Lula que estava sob análise no plenário virtual. A defesa do petista tenta suspender os efeitos da condenação determinada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no âmbito da Lava Jato, no caso do triplex do Guarujá (SP). Lula está preso desde abril. Com o pedido de o caso terá que ser julgado presencialmente no plenário. Não foi divulgado prazo para que a Corte analise o recurso.

 

Com o jornalista Arnaldo Neto

 

Publicado hoje (27) na Folha da Manhã

 

TSE julga hoje se Garotinho pode ou não ser candidato a governador

 

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai julgar hoje o mérito do recurso de Anthony Garotinho (PRP) contra sua inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa, decretadada pelo plenário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A condenação eleitoral do candidato a governador foi consequência da sua condenação criminal pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), por conta de desvios de R$ 234 milhões em recursos da Saúde, entre 2005 e 2006, quando Garotinho era secretário do governo estadual Rosinha.

Inelegível pelo TRE, o político de Campos só pode continuar em campanha ao Palácio Guanabara por conta de liminar de 6 de setembro dada pelo o ministro Og Fernandes, do TSE. Hoje a instância máxima da Justiça Eleitoral julga o mérito da questão.

 

Pedras diferentes no caminho ao centro para Haddad e Bolsonaro

 

De terno, Humberto Castelo Branco, primeiro general presidente da ditadura militar no Brasil

 

 

Elio Gaspari, jornalista e escritor

O centro, como se chega ao centro?

Por Elio Gaspari

 

Tudo indica que Jair Bolsonaro e Fernando Haddad disputarão o segundo turno. Na última pesquisa do Ibope, um tem 28% das preferências e o outro ficou com 22%. Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva, Alvaro Dias, Henrique Meirelles e João Amoêdo têm juntos 31%. Esse percentual, somado ao total dos que não responderam e aos que preferem o voto nulo ou em branco, vai a 49%. Portanto, perto da metade do eleitorado ainda estaria potencialmente disponível num segundo turno.

Os candidatos dos partidos de Lula e de Levy Fidelix (o do Aerotrem) deverão buscar a diferença no mar dos disponíveis, ambos procurando afastar a imagem de radicais. O centro não foi à campanha, mas Bolsonaro, com 46% de rejeição e Haddad, com 30%, tentarão buscá-lo. Será um exercício de acrobacia política, e a responsabilidade final ficará para os eleitores que vierem a acreditar na versão light do PT ou na de Bolsonaro.

O capitão reformado dizendo que nada tem contra as mulheres poderá até ser verdade, mas nesse caso, não se deve acreditar nele, pelo que disse através dos tempos. O mesmo pode ser dito de Haddad quando ele repete que acredita nos mecanismos de combate contra a corrupção, apesar de nunca ter concordado com a prisão de um só petista condenado por corrupção.

Uma coisa é certa: por mais que se deteste o PT, ele tem um comprovante factual de respeito à democracia: governou o país durante 14 anos respeitando a Constituição. Ocorreram alguns incidentes de violência, mas eles não afetam essa constatação. Petistas quebraram o nariz de um manifestante nos primeiros meses do mandato de Lula e em abril passado um cidadão que protestava em frente ao Instituto Lula foi espancado por companheiros do ex-presidente.

Bem outra é a trajetória de Bolsonaro e de seu candidato a vice-presidente, o general Hamilton Mourão. Um negou que o Brasil tenha vivido uma ditadura entre 1964 e 1985. O outro expôs críptica e didaticamente uma hipotética situação de desordem, usando a palavra “autogolpe”, coisa que “já houve em outros países”, mas “aqui nunca houve”. Engano, na ditadura que ditadura não teria sido, deram-se três autogolpes. O primeiro, em 1965, com o AI-2, que extinguiu as eleições diretas. O segundo, em 1968, com o AI-5, que fechou o Congresso e suspendeu o habeas-corpus. O terceiro, em 1969, quando foi deposto o vice-presidente Pedro Aleixo, empossando-se a “Junta dos Três Patetas”, nas palavras de Ernesto Geisel (em privado) e de Ulysses Guimarães (em público).

Bolsonaro tem um longo caminho a percorrer para chegar a um centro no qual se coloque como defensor das instituições democráticas. Seus eventuais eleitores terão a tarefa de acreditar nele. Nesse aspecto, vale uma ressalva: é considerável o número de defensores da sua candidatura com bom nível de escolaridade e sobretudo de renda que flertam com o colapso das instituições democráticas. Essa camada de viúvas da ditadura foi magistralmente tipificada pelo marechal Castello Branco quando se referiu às “vivandeiras alvoroçadas, (que) vêm aos bivaques bolir com os granadeiros e provocar extravagâncias do Poder Militar.” Ele as sentiu na pele em 1965 e morreu dois anos depois, supondo que poderia impedir o encantamento dos granadeiros em 1968.

As vivandeiras de hoje sonham com um governo de Bolsonaro com o economista Paulo Guedes no Ministério da Fazenda. Quando podem, escondem-se atrás do que se chama de “mercado”. Se pusessem a cara na vitrine, estariam batalhando pelo tão apreciado Henrique Meirelles (2%) ou por João Amoêdo (3%). Preferiram o atalho Bolsonaro.

 

Publicado aqui na Folha da São Paulo

 

Mérida: atores de outubro e gestão Rafael pela ótica do setor produtivo

 

Desde que anunciou ser pré-candidato a deputado federal em entrevista à Folha, o empresário Marcelo Mérida (PSD) se colocou como representante do setor produtivo de Campos e região em busca de representação em Brasília. Com sua candidatura confirmada em convenção, ele aceitou a proposta do jornal de se posicionar mais como analista político. E falou sobre alguns dos protagonistas das eleições que daqui a 11 dias definirão o segundo turno quase certo a presidente e governador. Mantida a coerência, analisou cada um sob o ponto de vista do seu setor, gerador das divisas e empregos que sustentam a economia do Brasil e do Estado do Rio. De quebra, analisou também a gestão municipal Rafael Diniz (PPS).

 

 

Jair Bolsonaro – A sua candidatura é fruto da sequência de equívocos de governos anteriores, e cresce à mesma medida em que fracassaram gestões de esquerda, como a de Dilma, ou de centro, como a de Temer. Há pontos positivos de sua postura, como a defesa das instituições, como a família, e há exageros como a manifestação de seu economista pelo retorno da CPMF.

Fernando Haddad – Ele foi prefeito da maior cidade do Brasil e não se reelegeu. Ele é reconhecidamente um intelectual capaz, mas depõe contra ele a carga, a pressão e o peso de seu partido. O Brasil precisa amadurecer e encontrar caminhos para trazer avanços com gestões transparentes, com correta aplicação dos recursos, sem que o povo pague a conta de erros.

Ciro Gomes – Tenta se reinventar buscando aproximar seu discurso de viés nacionalista para um posicionamento mais ponderado e liberal, sem muita clareza. Vejo dificuldades que nascem de uma tendência pessoal ao isolamento, e isso se viu em suas alianças.

Geraldo Alckmin – Com fortes alianças e muito tempo de propaganda eleitoral, ele não decolou e hoje sua candidatura se dedica mais a polarizar com os que lideram do que a propor caminhos para o Brasil. Ele carrega também o desgaste dos principais quadros de seu partido com denúncias.

Marina Silva – Ela vive ainda a espera de um resultado que nunca veio: a eleição de 2014, quando substituiu Eduardo Campos à presidência e quase tirou do segundo turno a Dilma. Ela tenta reproduzir essa disputa, mas suas ideias, seu partido que não cresceu, já não encontram mais o mesmo ambiente.

Luiz Inácio Lula da Silva – É um político carismático, sem dúvidas, mas em sua biografia vão estar anotados os erros graves cometidos por seu partido e por seu governo. O comprometimento da máquina pública federal gerou uma grave crise institucional, moral, política e econômica, cujo preço é pago por toda a sociedade brasileira, sem distinção.

Eduardo Paes – A sua história se confunde com a da cidade do Rio de Janeiro, onde foi gestor em diferentes cargos. Ele também viu nascer os graves problemas de denúncias que enfrenta, teve o seu nome envolvido e atrelado a grupos políticos que lançaram o Estado do Rio na maior crise política e financeira já vivida em sua história.

Romário Faria – O senador é uma pessoa conhecida por todos nós por sua passagem na história dos esportes do Brasil, por seu jeito criativo nos campos, suas posições abertas e transparentes como jogador de futebol. Nessa campanha ele pode estar tendo dificuldades de adequar esse seu perfil às demandas que são muito delicadas e graves vividas hoje pelo Estado do Rio.

Anthony Garotinho – Não pertenço ao grupo dele, não sou seu aliado e vejo que Garotinho é um dos principais nomes que Campos projetou, seja para o bem por seus acertos, ou para o mal, por seus erros. A sua forma de de fazer política o leva ao isolamento.

Tarcísio Motta – Ele vai se consolidando no vácuo aberto pela pouca renovação dos grupos e partidos de esquerda no cenário complexo da fragilidade política do Estado do Rio.

Indio da Costa – Respeito muito as posições de meu colega de partido, suas visões administrativas e programáticas para o Estado do Rio e sua história, por ter sido o relator da Lei da Ficha Limpa, um divisor de águas na democracia brasileira. Eu me identifico com a sua posição em uma das questões mais difíceis que o Estado vive, a segurança pública, um debate que deve vir ao lado da geração de empregos com inclusão social e produtiva.

Voto útil – O voto útil para a transformação da sociedade é aquele exercido de forma consciente por parte do cidadão, na definição por nomes que representem um compromisso claro de propor avanços ao País e ao Estado do Rio.

Segundo turno – É preciso avaliar como irão sinalizar os candidatos no segundo turno sobre o diálogo com a sociedade. Se vão ouvir a todos e incorporar novos temas e demandas às suas proposições iniciais. .

Novo Congresso – A reforma do pacto federativo, que priorize as cidades onde vivem as pessoas, a redução e simplificação de tributos para apoiar quem produz e ao cidadão. O Congresso terá a responsabilidade de refundar as bases da República, dando maior espaço para a sociedade opinar, ser representada e respeitada de fato.

Governo Rafael Diniz – Pesa no ombro dele a responsabilidade de ter sido eleito com toda uma expectativa da população que ainda precisa ser confirmada. Para isso acontecer, é preciso dialogar com toda a sociedade, e os segmentos produtivos sempre alertaram para isso. A população quer resultados na saúde, na educação, na geração de empregos e só com interação é que esse caminho pode ser construído.

 

Página 2 da edição de hoje (26) da Folha

 

 

Publicado hoje (26) na Folha da Manhã

 

Ibope: Paes continua líder isolado e torce para Garotinho passar Romário

 

Paes bate teto e lidera

Na pesquisa Ibope divulgada ontem, Eduardo Paes (DEM) continua na liderança isolada da corrida ao Palácio Guanabara. Mas, na série do instituto, o ex-prefeito do Rio parece ter batido teto. Ele manteve os 24% que já tinha registrado na consulta anterior. A segurança de Paes é que o segundo colocado não apresentou crescimento, mas queda: dentro da margem de erro de três pontos para mais ou menos, Romário Faria (Pode) oscilou negativamente de 18% a 16%. Ele ficou em empate numérico com Anthony Garotinho (PRP), que teve crescimento real de quatro pontos, passando de 12% a 16%.

 

Romário cai, Garotinho cresce

Se as tendências de queda de Romário e de crescimento de Garotinho forem confirmadas na próxima pesquisa Datafolha, com divulgação prevista para a próxima sexta (28), a turma da Lapa campista só não gostará mais do que Paes. Primeiro porque, considerado inelegível pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e concorrendo pendurado numa liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Garotinho pode ter seus votos “jogados fora” ao final. Foi o que ressaltou na noite de ontem a jornalista Eliane Catanhêde, ao analisar na GloboNews as tendências reveladas pela nova Ibope a governador.

 

Teto da rejeição

O outro motivo para Paes estar torcendo para Garotinho ultrapassar Romário na briga pela vaga restante ao segundo turno, é a imensa rejeição do político de Campos: 50% dos eleitores fluminenses não votariam nele de jeito nenhum. Com cerca de metade no índice negativo, o ex-prefeito do Rio tem 27% de rejeição, com 25% para o senador. Não por outro motivo, Garotinho perdeu feio a simulação de segundo turno feita pelo Ibope contra Romário: 25% a 38%. Mas a goleada seria ainda maior se enfrentasse Paes no turno final: 24% a 41%. O candidato do DEM também bateria Romário, mas no limite da margem de erro: 37% a 31%.

 

Índio, Tarcísio e Witzel

A Ibope a governador revelou dados interessantes sobre o bloco intermediário. Após abrir a série do instituto atrás de Tarcísio Motta (Psol), Indio da Costa (PSD) o ultrapassou. Ele teve ontem 6% das intenções de voto, contra 4% do vereador carioca. Este ficou junto do ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), também com 4%. Todos estão no empate técnico da margem de erro, mas é relevante constatar que, nas duas últimas Ibope, Tarcísio empacou, enquanto Indio e Witzel cresceram dois pontos cada. Coincidência ou não, ambos aproximaram seus discursos ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no endurecimento contra o crime.

 

Líderes

Em relação à corrida ao Palácio do Planalto, alguns outros paralelos são possíveis na disputa ao Palácio Guanabara. Nas duas últimas pesquisas Ibope sobre cada pleito, os líderes repetiram o que parece ser o teto das suas intenções de voto: Paes nos 24%, Bolsonaro nos 28%. A vantagem de Paes é que ele não tem um segundo colocado também isolado e em franca ascensão, como é Fernando Haddad (PT), que já chegou aos 22%. Empatados e oito pontos atrás do líder na corrida a governador, Romário e Garotinho têm agora que se preocupar um com o outro, antes de fazê-lo com Paes. Este, ao que tudo indica, já está no segundo turno.

 

Charge do José Renato publicada hoje (26) na Folha

 

Ponte

Ontem, ocorreu mais uma visita do governador Luiz Fernando Pezão (MDB) à ponte da Integração, entre São João da Barra a São Francisco de Itabapoana, e a nova promessa de conclusão da obra: agora em novembro. Nas imagens do encontro, com políticos das duas cidades, mais confuso do que imaginar como a construção que se arrasta desde 2014 vai terminar em tão pouco tempo, é saber como pensamentos políticos ideologicamente tão distintos no cenário nacional não se furtam de caminhar juntos em assuntos paroquiais.

 

Distâncias

Pezão já contou com apoio dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do mesmo PT que a prefeita Carla Machado (hoje PP) foi filiada. Ela declara abertamente o voto em Fernando Haddad (PT). Entre os que os cercam nas fotos, existem auxiliares militantes, nas redes sociais, de Jair Bolsonaro. Se a ponte sobre o Paraíba será concluída no prazo prometido, só o tempo dirá. Das imagens da visita a percepção é: a distância entre as cabeceiras da Integração não é nada, comparada ao oceano que separa as correntes ideológicas seguidas pelos que estão no mesmo barco nas questões locais.

 

Com o jornalista Arnaldo Neto

 

Publicado hoje (27) na Folha da Manhã

 

Após dar R$ 700 mil a Clarissa, PT quer Garotinho apoiando Haddad

 

 

Presidente estadual do PT, Washington Quaquá confirmou ontem que o partido negocia com Anthony Garotinho (PRP) para seu apoio ao presidenciável Fernando Haddad. As conversas ocorriam desde a pré-campanha, mas cada um foi para o seu lado depois que o PT lançou Márcia Tiburi ao Palácio Guanabara. Como na pesquisa Ibope divulgada ontem, Tiburi não foi além dos 3%, enquanto Garotinho cresceu de 12% a 16%, empatando na segunda colocação na disputa a governador com Romário Faria (Pode), o namoro foi retomado:

— Eu liguei ontem (segunda) para o Garotinho. Ele me disse que vai votar no Haddad, mas que não declararia apoio agora, porque precisaria discutir melhor. Temos dialogado, mas quem fecha as alianças nacionais é a coordenação nacional. Agora é hora de unir o Brasil numa frente democrática. É um nível de apoio que a coordenação nacional teria de vir ao Rio — disse Quaquá.

Para garantir o interesse “republicano” das negociações, a aliança nacional entre PT e Pros, partido da deputada federal Clarissa Garotinho, rendeu a ela uma transferência de R$ 700 mil para a campanha de reeleição, feita pela direção nacional petista. Não por outro motivo, assessores de Garotinho confirmam que ele continua com bom trânsito com o partido de Haddad e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Quaquá, que recebeu do apenas R$ 431 mil do próprio partido para sua campanha de deputado federal, já havia tentado o apoio de Eduardo Paes (DEM), líder isolado em todas as pesquisas a governador. Mas o ex-prefeito do Rio negou qualquer interesse:

— Não há nenhuma tratativa nem conversa nesse sentido. Até porque o Hadad não faz parte da minha aliança e não tenho tido qualquer conversa com o PT. Manterei minha neutralidade.

A relação entre Garotinho e o PT é tão antiga quanto conflituosa. Ele foi eleito governador em 1998, com a petista Benedita da Silva como vice. Mas os dois não demoraram muito a romper. Em 1999, Garotinho classificou o PT, que ainda estava na sua base, como “partido da boquinha”, em referência à fome da legenda por cargos no governo estadual.

Benedita assumiu como governadora após Garotinho sair para concorrer à presidência em 2002. Mesmo no cargo, a petista seria derrotada no primeiro turno por Rosinha, mulher de Garotinho. Naquela época, o casal da Lapa era filiado ao PMDB e aliado próximo dos hoje adversários Sérgio Cabral e Eduardo Cunha.

 

Com informações de matéria publicada aqui em O Globo

 

Atualização às 10h41: Aqui, o jornalista Saulo Pessanha já havia noticiado o caso

 

José Maria prega voto útil no 1º turno e aposta em Ciro com o PT no 2º

 

Na entrevista exclusiva que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu à Folha da Manhã em 6 de dezembro, o repórter do jornal se sentou à mesa com o ex-presidente, o senador Lindbergh Faria (PT) e o então pré-candidato a deputado federal José Maria Rangel (PT). O que bastaria para endossar o último como petista “de raiz”, condição reforçada por sua militância de anos no Sindipetro do Norte Fluminense, tradicional reduto do partido na região. Com sua postulação à Câmara Federal confirmada em convenção, José Maria falou à Folha mais como analista político do que como candidato. Entre os principais nomes na disputa presidencial e a governador do Estado, ele claramente tomou partido.

 

 

Jair Bolsonaro – Um fascista enrustido, que traz sérios riscos à sociedade e à democracia. Ele está no Congresso há quase 30 anos e sempre manteve sua apologia à ditadura no discurso. Sua agenda econômica põe em risco nossas empresas públicas, em especial a Petrobras.

Fernando Haddad – A pedido do Lula, recebeu a grandiosa missão de enfrentar esse pleito eleitoral. Foi ministro da Educação e é um dos responsáveis por uma das mais importantes transformações em nosso país, ao ampliar as oportunidades de ensino. É o candidato do povo, das bases sociais e dos trabalhadores. Representa a continuidade do governo Lula.

Ciro Gomes – É um quadro da esquerda brasileira, mas muitas vezes se perde. Erra ao defender uma política econômica que possa prejudicar os trabalhadores. Apesar disso, acredito que estará junto com o PT no segundo turno.

Geraldo Alckmin – É o candidato do mercado e dos empresários, dos poderosos. Tem uma agenda contra o povo, contra os trabalhadores e contra as empresas públicas. Ajudou a aprovar medidas como o teto de gastos públicos e a reforma trabalhista, além de defender a reforma da previdência.

Marina Silva – É uma candidata que sujou a sua história ao se submeter aos interesses da direita. Vive em cima do muro. Está disputando a presidência pelo terceiro partido diferente e com alianças de ocasião. Possui uma agenda econômica conservadora.

Luiz Inácio Lula da Silva – Melhor presidente do país e uma das maiores lideranças da esquerda mundial. É um exemplo que nos guia em busca da melhor qualidade de vida para o povo e para os trabalhadores. Foi o presidente que levou a Petrobras a um grau nunca visto antes na história da empresa, descobrindo o pré-sal, reativando a indústria naval, gerando empregos, renda e tecnologia. Sua prisão injusta e ilegal representa a perda de 13 anos de conquistas.

Eduardo Paes – O Eduardo Paes, como prefeito, fez trabalhos importantes em parceria com os presidentes Lula e Dilma, preparando a cidade do Rio de Janeiro para ser a vitrine do Brasil nos últimos anos. Mas tenho severas críticas perante os descuidos com alguns legados não concluídos na sua gestão e o descaso com os servidores municipais.

Romário Faria – Apesar de ter feito um trabalho importante em defesa das pessoas com deficiência, nos momentos cruciais sucumbiu aos interesses que culminaram com a crise institucional, política e econômica que atravessamos nesse desgoverno Temer.

Anthony Garotinho – O Garotinho representa a velha classe política e o início do cenário falimentar que vivemos tanto no Estado do Rio de Janeiro, quanto em Campos. Teve todas as oportunidades possíveis para preparar a nossa cidade para um cenário econômico independente das receitas provenientes da indústria de petróleo e simplesmente jogou fora.

Tarcísio Motta – Assim como a Márcia Tiburi, candidata do PT, o Tarcísio também é professor e conhecedor dos problemas da educação pública. Realizou um bom trabalho como vereador do Rio de Janeiro. Defende a democracia e vê o presidente Lula como preso político.

Voto útil – Para a defesa da democracia é algo a ser pensado por todos e todas já no dia 07 de outubro. O voto em um candidato com chances reais de combater o fascismo, com compromissos firmes com a classe trabalhadora e o desenvolvimento do país, é fundamental para recolocarmos o Brasil no caminho do desenvolvimento com justiça social.

Segundo turno – As pesquisas apontam que, no segundo turno, teremos uma disputa não só de projeto político. Mas, sim, se queremos um país que defende a tortura, a ditadura militar e a disparidade salarial entre homens e mulheres, ou um Brasil com igualdade de oportunidades e no combate contra o racismo, misoginia e todas as formas de preconceito.

Novo Congresso – Uma análise feita pelo Diap aponta que os brasileiros estarão renovando o congresso nacional em quase 50%. Só que para pior: mais elitista, preconceituoso e contra os trabalhadores. Contra isso, temos a necessidade de eleger novas candidaturas com compromisso com a classe trabalhadora e dos movimentos sociais. Precisaremos ter uma grande base de apoio para fazer o embate contra a reforma da Previdência, por exemplo.

Governo Rafael Diniz – A atual gestão municipal perdeu uma grande oportunidade de promover o desenvolvimento da nossa cidade. Ao invés de cortar privilégios e priorizar os mais vulneráveis, acabou com diversos programas sociais que impactam diretamente na vida do trabalhador, como o Restaurante Popular e o fim do subsídio na passagem urbana.

 

Página 2 da edição de hoje (25) da Folha

 

Pubicado hoje (25) na Folha da Manhã