Entre Lula e Moro, Bolsonaro abre Brasil a não vacinados

 

 

 

Bolsonaro mente e xinga

Enquanto Campos, o país e o mundo vivem a apreensão pela nova cepa da Covid, Bolsonaro continua firme como o líder da Terra mais negacionista em relação à pandemia. Ontem, como faz desde a sua eleição a presidente, ele mentiu mais uma vez. Em sua típica linguagem chula, disse a um grupo de empresários: “Estamos trabalhando agora com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, porra?”. Na verdade, na última quarta (1º), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) só recomendou que o Brasil adote medidas mais rígidas no acesso de viajantes estrangeiros ao país.

 

Passaporte vacinal descartado

Presidida pelo médico e contra-almirante da Marinha Antonio Barra Torres, um dos poucos militares que desenvolve um bom trabalho técnico no governo, a Anvisa quer instituir o passaporte vacinal. A intenção é evitar que o país se torne um paraíso do turismo internacional dos negacionistas da vacina. O que já está acontecendo e aumenta as chances de o Brasil receber mais rápido novas cepas da Covid desenvolvidas em todo o mundo. Também ontem, em outro evento com empresários, Bolsonaro indagou: “Por que o passaporte vacinal? Por que essa coleira que querem colocar no povo brasileiro?”.

 

Moro/Lula

Em segundo lugar em todas as pesquisas presidenciais de 2022, Bolsonaro ontem também atacou o terceiro colocado, seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos). A quem chamou de “idiota”. Preocupado com o rápido crescimento de intenções de voto do ex-juiz sobre seu eleitorado, o capitão parece disposto a dobrar a aposta na radicalização. Visa cristalizar a segunda posição na disputa, mesmo que isso custe um novo agravamento da pandemia no país, como acontece na Europa. Moro ignorou o ex-chefe e preferiu polarizar com o líder isolado das pesquisas, o ex-presidente Lula (PT).

 

Lula/Moro

Por conta da idade, Lula ontem teve a prescrição do processo do tríplex do Guarujá, pelo qual foi condenado preso por 580 dias, pedida pelo Ministério Público Federal (MPF). Os advogados alfinetaram os algozes do cliente: “deve pôr fim a caso que foi construído artificialmente a partir do conluio do ex-juiz Sergio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol para prender o ex-presidente Lula, retirá-lo das eleições de 2018 e atacar indevidamente sua reputação”. Moro creditou a prescrição a “manobras jurídicas”. E pregou: “Crimes de corrupção deveriam ser imprescritíveis”.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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