BTG/FSB: sem efeito do Auxílio Brasil, Lula e Bolsonaro ao 2º turno

 

(Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Feita entre a sexta (2) e o domingo (4), a nova pesquisa BTG/FSB semanal divulgada hoje indica estabilidade da corrida presidencial às urnas de 2 de outubro, daqui a exatos 27 dias. E cada vez mais encaminhada à definição ao 2º turno de 30 de outubro. Como em todas as demais pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua na liderança, mas caiu um ponto nos últimos 7 dias, de 44% a 43% das intenções de voto na consulta estimulada ao 1º tuno. Segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) caiu 2 pontos entre as BTG/FSB de 29 de julho e 5 de agosto, de 36% a 34%. A vantagem do petista ao capitão cresceu de 7 para 8 pontos. Terceiro colocado, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) também caiu, de 9% para 8%. Só quem cresceu foi a senadora Simone Tebet (MDB), de 4% a 6%. A estabilidade entre Lula e Bolsonaro se deve, sobretudo, à ineficiência do novo Auxílio Brasil de R$ 600,00 em alterar até aqui o voto do eleitor pobre, no qual o petista tem sua maior vantagem.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

2º TURNO E REJEIÇÃO – Com 2.000 eleitores ouvidos por telefone, todas as mudanças estão dentro da margem de erro de 2 pontos para mais ou menos. Mas, como observou Marcelo Tokarski, sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa:ׅ “Com o crescimento de Ciro há duas semanas e uma nova evolução de Simone Tebet, a 3ª via subiu de 11% para 17% em duas semanas. Não é o suficiente para ameaçar os dois líderes, mas é para reduzir a chance de definição no 1º turno”. Na simulação do 2º turno, Lula passou de 52% a 53%. Ele cresceu 1 ponto nas intenções de voto, assim como Bolsonaro, que foi de 39% a 40%, mantendo a mesma diferença de 13 pontos entre os dois. Índice considerado fundamental à definição do 2º turno, a rejeição segue liderada pelo capitão. Que manteve os 55% e brasileiros que não votariam nele de maneira nenhuma, contra 46% do petista, 1 ponto a mais dos 45% de rejeição que tinha há uma semana.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

VOTO DOS EVANGÉLICOS – Após crescer entre o final de julho e agosto no voto dos evangélicos e no voto dos pobres que recebem o novo Auxílio Brasil de R$ 600,00, pagos desde o último dia 9, Bolsonaro parou de crescer nessas duas faixas. É o que explica sua estabilidade na desvantagem geral para Lula neste início de setembro. Entre as duas pesquisas BTG/FSB da última semana, o capitão tinha 58% das intenções de votos dos evangélicos, mas caiu 11 pontos, aos 47% de hoje. Lula tinha 29% e subiu 1 pontos, para 30%. A diferença de 29 pontos favorável ao presidente entre os evangélicos, caiu aos atuais 17 pontos sobre o ex.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

VOTO DOS POBRES DO AUXÍLIO BRASIL – Considerada a “bala de prata” para tentar virar as intenções de voto sobre Lula, o novo Auxílio Brasil anabolizado pelos R$ 41,2 bilhões da PEC Kamikaze tem se revelado, pelo menos até agora, um tiro n’água de Bolsonaro. Se chegou no início de agosto a apresentar diminuição na faixa onde o capitão sempre amargou sua maior desvantagem para o petista, este continua nadando de braçada. Entre as BTG/FSB de 29 de agosto e a deste 5 de setembro, Lula tinha e manteve 58% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro caiu 1 ponto, de 24% para 23%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

VOTO DA CLASSE MÉDIA – Outra faixa em que o capitão tinha melhorado suas intenções de voto sobre o petista, entre julho e agosto, foi entre o eleitor de classe média, com renda familiar mensal de 2 a 5 salários mínimos, advinda da sensação de queda no preço dos combustíveis. Houve estabilidade nessa faixa. Há uma semana, Bolsonaro batia Lula por 43% a 34% das intenções de voto da classe média. E cresceu apenas 1 ponto, dentro da margem de erro, nessa faixa: 43% contra os 33% do ex-presidente.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística no IBGE

ANÁLISE DO ESPECIALISTA – “A exemplo das sete principais pesquisas com diferentes metodologias divulgadas na semana passada e cobertas pelo Grupo Folha, o Instituto FSB Pesquisa, ao ouvir 2.000 pessoas por telefone entre sexta-feira e ontem, confirma o cenário de estabilidade nas intenções de votos a 27 dias do primeiro turno. Lula e Bolsonaro oscilaram para baixo dentro da margem de erro da pesquisa, Ciro teria interrompido a trajetória de crescimento e oscilado 1 ponto para baixo, aparecendo agora com 8%, e Simone Tebet, a única a crescer nas últimas duas semanas, saindo de 3% para 4% e agora aparecendo com 6%. O início da campanha na TV e rádio não mexeu no potencial e na rejeição dos dois líderes na corrida presidencial, mas favoreveu os candidatos mais desconhecidos, com Tebet como maior beneficiada”, concluiu William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.

 

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