Big Data é ducha de água fria
Uma ducha de água fria. Foi o que a pesquisa Real Time Big Data a prefeito de Campos significou à oposição goitacá. Encomendada pela Record e divulgada na segunda (23), foi feita com 800 eleitores nos dias 20 e 21. E, apesar da prisão do vereador governista Bruno Pezão (PP) no dia 18 e do apoio da deputada estadual Carla Machado (PT) à candidatura à prefeita da Delegada Madeleine (União) no dia 20, o prefeito Wladimir Garotinho (PP) ampliou as intenções de voto nas consultas estimulada e espontânea, como a aprovação de governo. E reforçou a perspectiva de reeleição em turno único em 6 de outubro, daqui a apenas 11 dias.
Omissão e oscilações para cima e para baixo
O impacto foi tanto que os veículos ligados à oposição sequer noticiaram a nova pesquisa. No compromisso político com a omissão dolosa de informação. Como já tinham ignorado a Big Data anterior a prefeito de Campos, feita entre 23 e 24 de agosto. Comparadas essas duas últimas pesquisas a prefeito de Campos, na série histórica de um instituto de renome nacional, Wladimir oscilou 2 pontos para cima na consulta estimulada. Nela, em um mês, passou de 63% a 65% das intenções de voto. Na direção oposta, Madeleine oscilou 1 ponto para baixo, de 15% aos 14% de hoje. Assim como o Professor Jefferson (PT), que caiu de 4% a 3% de intenção.
Tendências de teto
Todas essas oscilações, para cima ou para baixo, estão dentro da margem de erro de 3 pontos para mais ou menos da pesquisa Big Data. Pesquisas não são feitas para adivinhar o resultado da eleição. Mas, sobretudo tão perto dela, revelam tendências. E a tendência indicada pela nova pesquisa é que, com 51 pontos de intenção de voto a mais do que Madeleine (vantagem que, por si só, já bastaria à reeleição no 1º turno) e 62 pontos a mais que Jefferson, Wladimir pode ainda não ter alcançado seu teto; sua máxima votação potencial. Enquanto a oscilação negativa de Madeleine e Jefferson pode indicar a proximidade com o teto de cada um.
A 1 ponto e 1 voto da reeleição na espontânea
Outras consultas da pesquisa Big Data reforçaram o favoritismo do prefeito. Na espontânea, em que o eleitor fala da própria cabeça em quem votará, Wladimir cresceu 4 pontos: dos 45% de agosto aos 49% de setembro. A espontânea não é usada para aferição de indecisos, como foi tentado com a pesquisa Paraná de agosto, em desengonçado malabarismo estatístico. Sobretudo tão perto da urna, a espontânea tem como principal função medir a intenção de voto cristalizada, com pouca chance de mudança. E, entre esse eleitor já convencido consigo mesmo, o prefeito hoje só precisaria de mais 1 ponto e 1 voto para se reeleger no 1º turno.
Falta de espaço matemático
Na espontânea, Madeleine oscilou 1 ponto para cima na série Big Data. Ao passar de 5% a 6%, ficou 43 pontos atrás de Wladimir. Mesmo que o número de indecisos não fosse aferido pela consulta estimulada, em regra universal de análise, os que não souberam responder em quem votarão na espontânea caíram de 30% a 29% na última pesquisa a prefeito de Campos. O que isso quer dizer? Mesmo se todos esses indecisos decidissem votar na 2ª colocada em todas as pesquisas, sem que outro candidato ganhasse nenhum voto, Madeleine ainda ficaria 14 pontos atrás de Wladimir. O que revela falta de espaço matemático à reversão do quadro atual.
Pastor Fernando
Na espontânea, Jefferson se juntou anonimamente a “outros”, com 4% de intenção dividida entre todos os demais candidatos. Já na consulta estimulada, talvez fragilizado pelo apoio da petista Carla à conservadora Madeleine, o ex-reitor do IFF ficou empatado tecnicamente, na margem de erro, com todo o pelotão de baixo. No qual Dr. Buchaul (Novo), Thuin (PRD) e Fabrício Lírio (Rede) tinham e mantiveram, cada um, 1% de intenção. Além de Wladimir, só o Pastor Fernando (PRTB) também oscilou para cima na estimulada. Entre agosto e setembro, ele passou de 1% para 2% de intenção de voto, apenas 1 ponto atrás de Jefferson.
Aprovação de governo = intenção de voto
O favoritismo de Wladimir à reeleição nas consultas estimulada e espontânea, como é de outros oito prefeitos de municípios do Norte e Noroeste Fluminense, e Região dos Lagos, advém da avaliação popular ao seu governo. Na série Big Data, entre agosto e setembro, ela oscilou 1 ponto para cima: de 73% a 74% dos campistas que aprovam a atual gestão municipal. Tentar desconstruir essa esmagadora maioria em um pleito que tende a ser plebiscitário, a 11 dias da urna, é o trabalho de Hércules da oposição. Que, com seis candidatos somados, tem 22 pontos de intenção de voto na estimulada. É quase três vezes a menos do que tem Wladimir.
Voto a voto em Quissamã, Paraná e Quaest em Campos
Quem quer eleição disputada deve encontrá-la em Quissamã. Onde pesquisas Ágora e Prefab Future na segunda e ontem revelaram o revezamento na liderança numérica, com empate técnico na margem de erro, entre o governista Marcelo Batista (PP) e o ex-prefeito Armando Carneiro (PL). Na consulta estimulada, espontânea e rejeição. A disputa lá, tudo leva a crer, será voto a voto. Em Campos, enquanto não chega na sexta (27) a nova pesquisa Paraná, o chavão “a eleição acontece nas urnas”, por quem fingiu ignorar a Big Data na segunda e preferiu não registrar a Quaest fechada ontem, parece só choro de perdedor antes da hora.
Publicado hoje na Folha da Manhã.