Após meses de queda e antes do INSS, Lula recupera popularidade

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Recuperação parcial de Lula

Em queda nas pesquisas desde 2024, o presidente Lula (PT) e seu governo fecham abril em recuperação parcial de popularidade. Entre a pesquisa AtlasIntel de março e a divulgada ontem (confira aqui), o governo cresceu a aprovação de 44,9% a 46,1%. Enquanto os que desaprovam, ainda maioria, caíram de 53,6% aos atuais 50,1%.

 

Contra Bolsonaro

O petista também melhorou na intenção de voto. Num 1º turno contra Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030 no TSE e réu por tentativa de golpe de Estado no STF, Lula segue atrás, mas em empate técnico na margem de erro de 1 ponto para mais ou menos: 44,2% a 45,1% de Bolsonaro. Que, em março, tinha 5 pontos à frente: 45,6% a 40,6%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Contra Tarcísio

Lula também melhorou nas intenções de voto ao 1º turno contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP). Que, hoje, está atrás do petista por 34,3% a 42,8%. Esta vantagem de 8,5 pontos é maior do que os 7,8 pontos que o presidente já tinha na AtlasIntel de março, quando bateria Tarcísio por 41,7% a 33,9%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Contra Michelle

Em abril, Lula também ficou à frente da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) em outro cenário 1º turno, por 43,3% a 31,3%. É uma diferença de 12 pontos. Na AtlasIntel de março, Michelle não foi testada como candidata.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

No 2º turno

Lula também melhorou nas projeções de 2º turno. Atrás de Bolsonaro (46% a 48%) e Tarcísio (46% a 47%) em março, o petista apareceu na AtlasIntel de abril à frente do primeiro (48,5% a 46,4%) e em empate exato com o segundo: 46,7% a 46,7%. Com 46,1%, Michelle apareceu em abril quase empatada com os 46,6% de Lula ao 2º turno.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

No radar de Tarcísio

A recuperação parcial de Lula, cujo governo a maioria dos brasileiros ainda desaprova, já havia sido detectada na pesquisa Datafolha no início de abril. E foi reforçada pela AtlasIntel divulgada neste final do mesmo mês. Mas já estava, por exemplo, no radar de Tarcísio e sua equipe.

 

No Estadão de domingo

Em matéria do Estadão publicada no domingo (confira aqui), o jornalista Pedro Augusto Figueiredo registrou: “Tarcísio e seu entorno também acreditam que o presidente Lula da Silva recuperará parte da popularidade perdida e chegará como favorito na eleição”.

 

R$ 6,3 bilhões de desvios no INSS

Pode ser que essa recuperação parcial de Lula em abril caia por terra diante de casos como a corrupção no INSS. Segundo a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), entidades investigadas cobravam mensalidades de aposentados e pensionistas, sem autorização. Os desvios são de R$ 6,3 bilhões.

 

Jogo de empurra

Como os desvios são de 2019 a 2024, isso significa que ocorreram em quatro anos do governo Bolsonaro e dois de Lula. No Congresso Nacional, o jogo de empurra pelas responsabilidades do novo escândalo de corrupção já está estabelecido.

 

Cabeça de Lupi a prêmio

Ontem, na Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara de Deputados, o ministro da Previdência Carlos Lupi admitiu que sabia do caso desde 2023. Mas tentou tirar o seu da reta. A cabeça de Lupi vem sendo pedida a Lula.

 

Esnobado pelo Centrão, PT sem o PDT?

Por ser o cacique do PDT, o partido ameaça abandonar a base do governo se Lupi for demitido. E levar junto seus 17 deputados federais e dois senadores. O que não deixa saída boa a um governo já esnobado pelo Centrão, no convite recusado pelo líder do União na Câmara, deputado Pedro Lucas (MA), para ser ministro das Comunicações.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Rodrigo do União e Wladimir do PP juntos em Federação

 

Em Brasília para a oficialização da Federação entre União e PP, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, esteve com o senador Flávio Bolsonaro, enquanto o prefeito Wladimir Garotinho, acompanhado do engenheiro Sérgio Mansur, se reuniu com o ministro dos Transportes Renan Filho (Fotos: Divulgação/montagem: Eliabe de Souza o Cássio Jr.)

 

 

Rodrigo do União e Wladimir do PP

Presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar é do União Brasil. Prefeito de Campos, Wladimir Garotinho é do Partido Progressistas (PP). Como a coluna adiantou no sábado (confira aqui), os dois estiveram ontem (29) em Brasília ao lançamento da Federação União Progressista (UP). Que de progressista não tem nada. E já é maior força do Congresso Nacional.

 

Agendas além da Federação

Wladimir, que pode ser vice na chapa do prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) a governador em 2026, como pode vir a deputado federal e apoiar Rodrigo a governador, teve agenda de prefeito (confira aqui) em Brasília. Rodrigo, que busca consolidar sua pré-candidatura a governador, a reforçou ao se encontrar (confira aqui) com o senador Flávio Bolsonaro (PL).

 

Do Centrão com xará na extrema esquerda

Já existia um UP na política brasileira: o União Popular, de extrema esquerda e sem representação no Congresso. Por sua vez, o UP do Centrão já nasceu ontem somando 109 deputados federais, 14 senadores, 6 governadores, 1.328 prefeitos e R$ 954 milhões, que serão corrigidos na casa do bilhão para 2026, de Fundo Partidário.

 

Nascimento em oposição a Lula

Na oficialização ontem do UP, os discursos foram de oposição a Lula, mesmo com os 4 ministérios que os dois partidos ainda mantêm no Governo Federal. Governador de Goiás e pré-candidato a presidente, Ronaldo Caiado (União) garantiu: “Em curto espaço de tempo, o UP vai se desligar definitivamente do governo Lula”.

 

Caminhos de Rodrigo e Wladimir a 2026

Pode não ter sido a prioridade de Antônio Rueda, presidente do União, e do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, para se unirem e dividirem o comando do UP. Mas, na ponte Brasília/Rio/Campos, deixaram mais próximos os caminhos para 2026 entre o presidente reeleito da Alerj e o prefeito reeleito de Campos. A ver.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Eleições 2026 pelas pesquisas no Folha no Ar desta 4ª

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Geógrafo com especialização doutoral em estatística no IBGE, William Passos é o convidado do Folha no Ar desta quarta (30), ao vivo, a partir das 7 da manhã, na Folha FM 98,3.

A partir das pesquisas (confira aqui, aqui, aqui e aqui), que indicam uma parcial recuperação de Lula (PT) após meses de queda de popularidade, ele tentará projetar as eleições presidenciais de 4 de outubro, daqui a pouco mais de 1 ano e 5 meses.

Também com base nas pesquisas estaduais (confira aqui e aqui) e nas articulações de bastidores (confira aqui), William tentará projetar as eleições a governador, senador e deputados federal e estadual, com Campos no contexto das decisões do RJ.

Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quarta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

AtlasIntel: Lula em recuperação parcial de aprovação e intenção

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Em queda nas pesquisas desde 2024, o presidente Lula (PT) e seu governo fecham abril em recuperação parcial de popularidade. Sinalizada primeiro pela Datafolha do início de abril, a tendência apareceu também na nova pesquisa AtlasIntel divulgada ontem (28). Comparada (confira aqui) com a AtlasIntel de março, o governo cresceu a aprovação de 44,9% a 46,1%. Enquanto os que desaprovam, ainda maioria, caíram de 53,6% aos atuais 50,1%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Contra Bolsonaro — Lula também melhorou na intenção de voto. Num 1º turno contra Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e réu por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), Lula continua atrás: 44,2% a 45,1% do ex-presidente. Mas é um empate técnico na margem de erro de 1 ponto para mais ou menos. Na AtlasIntel de março, Lula estava 5 pontos atrás: 40,6% a 45,6% de Bolsonaro.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Contra Tarcísio e Michelle — Lula também melhorou nas intenções de voto ao 1º turno contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP). Que, hoje, está atrás do petista por 42,8% a 34,3%. A vantagem de 8,5 pontos do presidente é maior do que os 7,8 pontos que ele tinha na AtlasIntel de março, quando bateria Tarcísio por 41,7% a 33,9%. Em abril, Lula também ficou à frente da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) no 1º turno, por 43,3% a 31,3%, diferença de 12 pontos.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

No 2º turno — Lula também melhorou nas projeções de um eventual 2º turno. Numericamente atrás de Bolsonaro (46% a 48%) e Tarcísio (46% a 47%) na AtlasIntel de março, o petista apareceu em abril à frente do primeiro (48,5% a 46,4%) e em empate exato com o segundo (46,7% a 46,7%). Com Michelle, que não foi testada nos cenários de março, Lula apareceu em abril quase empatado na projeção de 2º turno: 46,6% a 46,1%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Dados da pesquisa — A nova pesquisa da série histórica AtlasIntel foi feita entre 20 e 24 de abril. E entrevistou digitalmente 5.419 eleitores brasileiros pela metodologia Atlas Random Digital Recruitment (RDR).

William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística no IBGE

Análise do especialista — “O governo Lula vinha tendo sua aprovação caindo pesquisa a pesquisa desde janeiro de 2024, quando começaram as medições da pesquisa AtlasIntel. Agora na pesquisa de abril de 2025, porém, com 46,1% de aprovação, o presidente apresenta sua melhor aprovação no ano, superando a de janeiro (45,9%), fevereiro (45,7%) e março (44,9%), quando a aprovação caiu ao pior patamar do mandato. Na AtlasIntel de abril, a melhora parece derivar da percepção de leve queda da inflação, leve recuperação do poder de compra e um aumento ainda maior das expectativas econômicas”, concluiu William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística no IBGE.

 

Vereador Silvinho Martins no Folha no Ar desta terça

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Vereador governista, Silvinho Marins (MDB) é o convidado do Folha no Ar desta terça (29), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.

Silvinho falará sobre a nova composição da Câmara Municipal de Campos, a partir (confira aqui) da reforma administrativa da Prefeitura. E analisará os primeiros 100 dias do governo Wladimir Garotinho 2.

Por fim, com base nas pesquisas, tentará projetar as eleições de 6 de outubro de 2024 a presidente (confira aqui, aqui, aquiaqui e aqui), governador (confira aqui e aqui), senadores (confira aqui) e deputados federal e estadual.

Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta terça poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

Wladimir a deputado federal e Rodrigo a governador?

 

Presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar é pré-candidato a governador e o prefeito Wladimir Garotinho, a deputado federal (Foto: Divulgação)

 

 

Wladimir a deputado e Rodrigo a governador?

É quase certo que o prefeito Wladimir Garotinho (PP) sairá do cargo até 4 de abril de 2026. É possível que o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), assuma o governo do estado até a mesma data. Wladimir hoje tem mais chance de concorrer a deputado federal em 4 de outubro de 2026. Rodrigo, sobretudo se já no cargo, seria candidato a governador.

 

Vice de Paes ou apoio a Rodrigo?

Wladimir tem outros cenários à vista. Mantém aberta a porta para vice do prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) a governador. Como para apoiar Rodrigo ao mesmo cargo. Nesta possível parceria eleitoral entre os dois maiores políticos de Campos da sua geração, o município teria investimentos estaduais. Como teve enquanto durou a pacificação entre Garotinhos e Bacellar.

 

Opções de Rodrigo

Com ou sem apoio de Wladimir, Rodrigo tem também outras opções. Pode tentar ser deputado federal ou se reeleger a estadual. Embora não pudesse se candidatar numa 2ª reeleição a presidente da Alerj, nela manteria muito poder. Ou pode virar conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE) do RJ, seu objetivo antes de subir o sarrafo a governador.

 

Quem senta na cadeira de Castro?

A vaga de conselheiro do TCE-RJ hoje pode ter outra finalidade a Rodrigo. Serviria para ofertar ao vice-governador Thiago Pampolha (MDB). Para que este abrisse vaga ao presidente da Alerj assumir a cadeira de governador. Da qual Cláudio Castro (PL) também sairá até 4 de abril de 2026, para concorrer seis meses depois a senador ou deputado federal.

 

Lados A e B de Pampolha

Como a coluna revelou (confira aqui) em 12 de março: “Quem conhece a política fluminense, mas trabalha na oposição a Bacellar, diz que Pampolha é a encarnação da marchinha ‘Daqui não saio, daqui ninguém me tira’. Quem conhece a política fluminense e trabalha com Bacellar, aposta que o vice-governador só está valorizando o passe”. Hoje, a aposta maior é na segunda opção.

 

Paes com Lula ou Tarcísio?

Até as candidaturas serem homologadas nas convenções partidárias entre julho e agosto de 2026, tudo serão especulações. E há várias nos bastidores. Há quem, por exemplo, aposte que Paes não seria candidato a governador em apoio nacional a Lula. Mas à eventual candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (REP), atual governador de São Paulo.

 

Rejeição a Lula no RJ

Todas as pesquisas estaduais de 2025, como das eleições municipais de 2024 no RJ, apontam que Lula hoje tem uma aprovação entre o eleitor fluminense consideravelmente menor que a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Isso seria um empecilho a Paes. Que teria que esconder o presidente candidato à reeleição na sua campanha a governador.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

A variável Kassab (I)

O governador de São Paulo tem entre seus maiores aliados Gilberto Kassab. Que é presidente nacional do PSD e secretário de Governo de Tarcísio. Se este concorresse a presidente, certamente teria o apoio de Kassab. O que, até partidariamente, levaria Paes pelo mesmo caminho. Em apoio a um presidenciável com rejeição menor do que Lula entre o eleitor do RJ.

 

A variável Kassab (II)

Por outro lado, na correlação entre as eleições estaduais e nacional, há quem aposte que Kassab trabalha para que Tarcísio se candidate à reeleição como governador de São Paulo. Em que, hoje, é considerado franco favorito. E com Kassab de vice. Da qual sairia para tentar se reeleger governador já sentado na cadeira em 2030, quando Tarcísio sairia a presidente.

 

No RJ, Flávio e quem ao Senado?

No RJ, o caminho de Castro ao Senado pode não ser tão fácil quanto apontam as pesquisas, que hoje o colocam em 2º lugar na corrida. Se ninguém discorda que Flávio Bolsonaro (PL) é favorito à reeleição ao Senado, na 1ª das duas cadeiras fluminenses em 2026, a disputa real pela 2ª também pode guardar surpresas. E elas podem sair de onde menos se espera.

 

Bené e Crivella ao Senado?

Caso Tarcísio não se lance agora a presidente, a aliança de Paes com Lula poderia trazer ao Senado no RJ não só a hoje deputada federal Benedita da Silva (PT), 3ª colocada nas pesquisas, mas também Marcelo Crivella (REP). Ex-adversário figadal de Paes, que tirou Crivella da Prefeitura do Rio em 2020, as conversas entre os dois estão abertas em 2025 para 2026.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Crivella, Kassab e Tarcísio em Dilma

Paes se lançaria a governador com dois nomes a senador: Benedita, sua cota na aliança com Lula; mas para tentar driblar a rejeição deste no RJ, também Crivella. Que, antes de o bolsonarismo capturar o eleitorado neopentecostal em 2018, já foi ministro da Pesca de Dilma Rousseff (PT). De quem Kassab foi ministro das Cidades e Tarcísio, diretor-geral do Dnit.

 

Bolsonaro mira Senado contra STF

Há mais dificuldades à candidatura de Castro a senador. Com a possibilidade de condenação e prisão de Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) e já inelegível até 2030, o bolsonarismo passou a ter como objetivo crescer sua bancada e tentar chegar à presidência no Senado. Que é onde o STF pode ser constitucionalmente enfrentado.

 

Flávio, Eduardo e Michelle ao Senado?

Bolsonaro pode achar que Castro não tem perfil, se senador, para encarar um ministro do STF como Alexandre de Moraes. Para isso, além de Flávio no RJ, o ex-presidente pode lançar seu filho 03, Eduardo (PL), senador em São Paulo; e a esposa, Michelle (PL), senadora em Brasília. Isso caso nenhum deles se arrisque a presidente, ou vice numa chapa encabeçada por Tarcísio.

 

União com PP favorece Rodrigo

Aliado de Castro, enquanto também busca o apoio de Bolsonaro, Rodrigo tem a curto prazo outro trunfo em sua pré-candidatura a governador: nesta terça (29), seu União e o PP de Wladimir têm marcada em Brasília a oficialização da Federação dos dois partidos. Que reunirá não só a maior bancada federal, mas também mais de 1/3 de todos os prefeitos fluminenses.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Do céu ao purgatório, a tragédia como ethos do Botafogo

 

(Imagem: Reprodução de TV)

 

Este blog tem um grupo de WhatsApp que divide com o programa Folha no Ar. Composto de lulopetistas, bolsonaristas e nem-nem, sua moderação dá um certo trabalho nestes tempos de bipolaridade política. Ainda assim, é tido como um dos mais conceituados da cidade e região. Rende pautas e alguns debates interessantes.

Nesse grupo, na manhã de hoje, um amigo botafoguense aparentemente jogou a toalha por conta da atuação ruim do seu time na noite de ontem. Em que até o bom goleiro John falhou bisonhamente no gol do argentino Estudiantes de La Plata, que deu números finais ao placar. Ao que respondi com um texto sincero, mas um pouco mais longo, que reproduzo abaixo:

 

O empresário estadunidense John Textor, Pai Provedor do Glorioso (Foto: Botofogo)

 

Sempre tive simpatia pelo Botafogo, por conta das histórias sobre Garrincha, Didi e Nilton Santos que meu pai me contava. E aprendi terem composto, ao lado do Santos de Pelé, Zito e Pepe, a fase de ouro do futebol brasileiro. O sentimento se reforçaria com a leitura de “Nunca houve um homem como Heleno”, de Marcos Eduardo Neves.

Em 2023, torci sinceramente para o Botafogo sair da fila no Brasileirão. Assim como para o Fluminense do meu pai (confira aqui) na Libertadores daquele ano. E, com o primeiro, pude sentir na pele a frustração com uma das maiores pipocadas da história do mesmo futebol brasileiro.

Na sequência, após o Botafogo golear por 4 a 1 um Flamengo todo desfalcado no Brasileiro de 2024, a arrogância de parte da sua torcida — como a do flamenguista médio, só que com menos títulos e torcida — me irritou bastante. E, sem a minha azarada torcida pessoal, que deu sorte ao Fluminense, vi o Botafogo ser campeão com merecimento (confira aqui) do Brasil e da América do Sul. Pelo que liguei a alguns botafoguenses, para cumprimentar e reconhecer a façanha.

Tenho muita desconfiança dos que defendem a inexorabilidade das SAFs no futebol de clubes. Sinceramente, não sei se estão certos. Mas sempre vou preferir o sistema dos clubes em que os sócios votantes impõem freios, contrapesos e consequências às decisões do comando do futebol. Como Leila no Palmeiras ou Rodolfo Landim no Flamengo, onde a condução errática das molecagens de Gabigol rendeu a eleição da oposição a presidente.

A todos os botafoguenses que liguei para saudar pelos títulos de 2024, frisei que aquele time tinha dois craques: Almada e Luiz Henrique. Não sei se nenhum deles contou a John Textor, estadunidense a encarnar nosso messianismo lusitano de Dom Sebastião. Mas o fato é que o gringo vendeu os dois jogadores, não quis pagar o que o luso Artur Jorge pediu e o resultado está aí. Exposto em 2025 como o dente perdido pelo argentino Barboza. E não há o que o clube possa fazer sobre as decisões do seu Pai Provedor.

Não tenho argumento racional à constatação de muitos botafoguenses, de que, sem o dinheiro de Textor, o Glorioso não teria como reencontrar seu tempo de glória. Mas, como lembrou o Cristo, toda moeda tem duas faces. Particularmente, creio que o equilíbrio entre a arrogância catártica de 2024 e a desesperança presente de 2025 seria mais salutar. Mas, vendo de fora, reconheço que a tragédia, no sentido grego, faz parte do ethos do Botafogo.

 

Papa com nome a quem Cristo pediu: “Conserta minha Igreja!”

 

Em 27 de março de 2020, no auge da pandemia da Covid, o Papa Francisco caminhou e celebrou sozinho uma missa na praça de São Pedro vazia

 

 

Novo Papa conservador ou progressista?

A morte do Papa Francisco, na segunda, consternou o mundo. Que, em sua bipolaridade política, passou a debater se o sucessor do Trono de Pedro será progressista ou conservador. Como foi outro Papa muito popular, João Paulo II, polonês e um dos responsáveis pela queda do socialismo ateu na Europa, com a queda do Muro de Berlim em 1989.

 

“Conserta minha Igreja, Francisco!”

Em sua Argentina natal, até hoje se discute se Jorge Mario Bergoglio seria politicamente progressista ou conservador. O fato é que, quando se tornou Papa e adotou o nome Francisco, em 2013, ele adotou implicitamente a revelação de outro Francisco. O italiano de Assis, a quem Jesus apareceu no século 13 e pediu: “Conserta minha Igreja, Francisco!”

 

Coragem com bom humor

Ao encarar os escândalos financeiros do Banco do Vaticano e os de pedofilia que assombravam a Igreja Católica no início do século 21, Francisco abraçou a missão. Na qual misturou coragem com humildade e um traço que talvez o distinga de todos os seus antecessores: o bom humor. Como se distinguiu ao falar sério quando pregou o acolhimento da Igreja aos homossexuais.

 

Exemplo do Cristo

Desde João XXIII e seu Concílio Vaticano II, nos anos 1960, que permitiu que as missas católicas fossem celebradas na língua de cada país, Francisco foi o Papa mais reformador. Na missa que rezou sozinho na Praça de São Pedro, em 27 de março de 2020, no auge da pandemia da Covid, ele talvez não tenha consertado a Igreja do Cristo. Mas foi o seu melhor exemplo.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.