A Uenf é tudo. Um templo do saber onde soluções para problemas complexos se dão através de arranjos de conhecimentos e técnicas tão complexas quanto o problema a ser solucionado. É um lugar onde a ciência, em suas diversas manifestações, é a arte suprema. É um espaço cultural e de convivência. É onde contemplamos a beleza da transformação dos saberes empíricos em métodos científicos, o desenvolvimento de indicadores, a transformação do intangível em algo mensurável. O conhecimento, por si só, é excitante. E o espaço físico no qual ele acontece, um oásis para as mentes inquietas.
No entanto, uma crise profunda se abateu sobre a universidade. Crise essa, provocado pelo própria natureza da Uenf na estrutura do Governo do Estado, na qual sua independência financeira e orçamentária não lhe é garantida, deixando a universidade prisioneira da política econômica do executivo estadual. Um modelo conservador, que não permite que a Uenf estimule ao máximo a dinâmica necessária ao moroso processo científico. A crise está posta. Se sairemos dela vitoriosos ou derrotados ainda não sabemos. Mas, de certo, tal coisa nos força a pensar novas soluções, novos métodos, novas perspectivas. E nesse caso, este exercício seria de bom tom para a Uenf, pois, na iminência até do fechamento da universidade como foi alardeado por muitas vezes, não se viu uma comoção geral da sociedade campista, tampouco das populações dos municípios vizinhos. Tal fato sempre me causou espanto. E ficava a pergunta: porque uma universidade com tantos títulos e posições soberbas em rankings de avaliação nacionais e internacionais não conseguiu arregimentar uma grande parcela da sociedade à sua causa? Ou melhor: como grande parte da sociedade não foi às ruas defender um patrimônio tão importante para o município, para o estado e para o país? Por que tanta indiferença? Talvez, ao longo dos anos, a Uenf tenha se focado tanto, com justa razão, em desenvolver conhecimento, trazer novas soluções, que esqueceu de compartilhar isso com seu principal cliente: os cidadãos campistas e do Norte Fluminense como todo. “Oi, estamos aqui. Somos de vocês e vocês são nossos. Somos um na causa do desenvolvimento da nossa sociedade. Disponha sempre que precisar”, poderia ter dito. A Uenf é uma lutadora, sua natureza é de luta e superação. E neste momento, mais do que nunca, é preciso arregimentar mais pessoas a mesma causa. E fazer mais pessoas entenderem que a causa da Uenf é um causa de todos. Em momentos assim, se comunicar passa a ser a estratégia derradeira, pois, por mais justa que uma causa seja, é bom que a maioria do conjunto de uma sociedade possa entendê-la. É preciso montar uma estratégia firme de comunicação, além de identificar cientistas-carismáticos que possam traduzir, ao limite do espectro social, toda a beleza e relevância dessa instituição. Se pudesse sugerir diria aos aos alunos, professores e profissionais para se organizarem em células e começar a circular por todas as escolas do ensino médio falando da Uenf, chamando os alunos não só para se prepararem para o ingresso, mas para defenderem o seu direito legítimo de brigar por uma vaga em uma universidade que esteja situada em sua cidade. Conclamaria as universidade e instituições de ensino superior e organizaria um ato com os companheiros de diretórios acadêmicos, coordenações de cursos e demais funcionários, para estarem engajados na mesma causa, pois, uma instituição conceituada de ensino, precisa se organizar para cativar, acima de tudo, os que mais precisam de uma instituição de ensino.
É hora de botar todo mundo dentro da Uenf e abaixar o muro que separa este templo do conhecimento do resto do conjunto espacial que habita. A Uenf não pode ser só o sonho de Darcy, ou dos que nela habitam. A Uenf tem que ser o sonho de toda uma sociedade.
Vida longa a Uenf e aos que fazem a Uenf ser o que é!
Se alguém ainda duvida que a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) é hoje o retrato do abandono, a madrugada de ontem para hoje raiou o dia sobre qualquer dúvida. Duas motobombas, no valor de R$ 8 mil foram roubadas dentro do campus Leonel de Moura Brizola. Elas serviam à Casa Ecológica, no Prédio nº 5 (P5) da universidade, atrás da agência do Bradesco, que agora está sem água em meio ao ano letivo. A segurança deveria ser feita pela Polícia Militar (PM) e a Guarda Civil Municipal (GCM) de Campos.
Os ladrões entraram pela av. São João da Barra, que fica atrás do campus, entre as comunidades do Matadouro e do Risca Faca. Segundo informou o coordenador do Núcleo de Energias Alternativas da Uenf, o engenheiro agrônomo José Carlos Mendonça, as duas motobombas roubadas eram utilizadas na explotação, filtragem e tratamento da água, com qualidade, para os cerca de 3 mil visitantes anuais da Casa Ecológica:
— Agora não temos água. Estamos em meio ao semestre letivo e o espaço da casa, que conta com um auditório de 50 lugares, onde eventos institucionais e defesas de teses e reuniões sãos periódicas. Tudo fica comprometido, por não termos água.
O coordenador explicou ainda que, no local onde funcionavam as bombas, a Uenf tinha um sistema de captação e tratamento de água inovador, que é objeto de patente em curso. “Só que não temos mais as motobombas, nem tratamento, nem água de qualidade para nossos visitantes”, lamentou.
Se o próprio secretário estadual de Fazenda, Gustavo Barbosa, já admitiu que “a situação do Estado do Rio é falimentar”, a Uenf parece ser a vítima preferencial. Desde outubro de 2015, a universidade na qual estudam 6,2 mil alunos, e considerada fundamental ao desenvolvimento de Campos e região, não conta com repasses de custo e manutenção, de cerca de R$ 2 milhões mensais, previstas no Orçamento. A situação levou o reitor da Uenf, professor Luis Passoni, a admitir:
— Se ainda estamos funcionando é única e exclusivamente por mérito dos servidores e de empresas parceiras, que vão muito além das obrigações contratuais para continuarem a fornecer produtos e serviços indispensáveis ao nosso funcionamento.
Sem verba de manutenção há um ano e meio, a Uenf funciona com servidores que ainda não receberam o 13º de 2016, nem os salários de março, correndo o risco do mesmo acontecer em abril. Já os bolsistas estão há dois meses sem receber.
Muitas são as lembranças quando mencionam a Universidade Estadual do Norte Fluminense. Tem aquela advinda da formação acadêmica e o início do aprendizado político, a importância da mesma para o contexto do Norte Fluminense (e do Brasil), além das lembranças afetivas de quem foi graduada em ciências sociais pela mesma. E agora me proponho a escrever um texto sem advérbios de modo. Quando muito, para indicar o tempo, mas não para me desculpar hoje ao leitor.
Sobre a formação acadêmica, conheci a Uenf em tempo de recursos com fluxo normal no início dos anos 2000. Estudei ciências sociais no Centro de Ciências do Homem, praticamente todos os meus colegas tinham alguma bolsa de apoio acadêmico, o que garantia as condições materiais de existência — aluguel para aqueles que vinham de outras cidades, comida e xerox. Esse apoio acadêmico poderia significar o desenvolvimento de uma atividade, seja como bolsista da Casa de Cultura Villa Maria catalogando livros, ou extensão acadêmica assistindo aos direitos da população da área rural, ou mesmo realizando uma pesquisa com base na leitura de cânones das ciências sociais brasileiras.
Nota: Isso era possível em um curso com poucos recursos no âmbito da universidade, marcado pelo rótulo de ser eminentemente “de esquerda” e outros tantos juízos de valor que não vale a pena mencionar.
O meu primeiro trabalho de pesquisa na graduação em ciências sociais na Uenf foi na área de sociologia quantitativa. Com tudo o que tem direito, desde questionário de 12 páginas a me entender com SPSS (Statistical Package for Social Sciences — Pacote Estatístico para as Ciências Sociais). Pensando no que o sociólogo Howard Becker propõe de maneira bastante didática sobre o estudo da realidade social: “[Esta] pode ser descrita de muitas maneiras, já que as descrições podem ser respostas para qualquer uma entre as diversas perguntas. Podemos concordar em princípio que nossos procedimentos devem nos deixar obter a mesma resposta para a mesma pergunta, mas de fato só fazemos a mesma pergunta quando as circunstâncias de interação social e organização produziram consenso em relação ao que constitui uma ‘boa pergunta’”. Sinto que vivemos uma “enxurrada” de muitos números na mídia – desde a impressa até as redes sociais. Todos os índices, a polarização do governo, o (des) caminho do Estado do Rio Janeiro geram uma larga massa de dados a serem consultados. Pensemos em outras “perguntas boas para pensar”.
Falo de outro lugar, com um posicionamento engajado. E esse lugar de fala me trouxe hoje aqui a Universidade Federal de Roraima. No extremo norte do país, mas com problemas tão comuns. As dificuldades de repasse de recursos para a pesquisa (ensino e extensão); as intempéries relacionadas a permanência do aluno na universidade, como transporte público de qualidade, acesso a um restaurante universitário condizente com as necessidades nutricionais e sanitárias; bem com a sobrecarga de funcionários e docentes com as inúmeras tarefas de gestão. São somente alguns exemplos de necessidades dentre as várias para se ter acesso ao conhecimento. Público, gratuito e de qualidade. Compreendido na sala de aula, nos laboratórios de pesquisa e durante a primeira etnografia no trabalho de campo no mercado municipal.
Parecem que todos os meus textos são em primeira pessoa. Alguém diria que é um vício de antropóloga. Sim, trata-se de algo “de dentro”. Aprendi com as ciências sociais e, sobretudo na Uenf, que o nosso referencial de pesquisa é a interação humana. Essa interação humana é posicionada, no entanto, nunca neutra. São os “imponderáveis da vida real”, como diria o polonês Bronislaw Malinowski, reverenciado como fundador do trabalho de campo na antropologia, ou mesmo os “aspectos românticos da disciplina”, para citar o célebre antropólogo brasileiro Roberto DaMatta, que nos informam.
Esse desmonte político orquestrado das universidades, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, nas quais estão incluídas a Uenf, além da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), bem como a UEZO (Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste), é covarde. Muitos discentes e docentes que acreditam no potencial transformador da educação pública, gratuita e de qualidade hoje se revezam entre resistir e padecer de agonia.
Agonia pública e também privada. Daqueles que viveram a Uenf e da impossibilidade eminente de tantos outros e outras poderem ter acesso à educação.
Quando estava na graduação, sempre tive a atitude comedida de não me expor politicamente, porque julgava não ter voz. Essa qualidade atribuía à falta de reverberação política, e não maniqueísta, de qualquer opinião que pudesse emitir. Mas hoje, depois de ter cumprido parte do rito acadêmico, e sentindo na pele o trabalho visível (e muito também do invisível) que é ser docente, servidora de uma universidade pública, galguei alguns passos na direção almejada. Mesmo diante de todas as incertezas políticas do momento e do futuro desse projeto de educação pública, queria expressar minha indignação pela covarde falta de investimento em um patrimônio, pago com dinheiro de todos, tendo como principal objetivo a transmissão da educação.
Mas ainda não perdemos a luta. Peço desculpas ao leitor se não consegui revisar o texto as várias vezes necessárias, porque com certeza faltaram muitos elementos que gostaria de trazer à tona. Mas o tic-tac do relógio está me deixando aflita para repassar a aula de hoje, a preparação da atividade de paralisação à noite, além da aula da pós-graduação de amanhã que tanto lutamos para conquistar. Isso tudo porque, em teoria e prática procuro resistir e, citando Darcy Ribeiro, eu detestaria estar do lado de quem (por ora) me venceu.
Ainda sem saber do projeto Nurbe, do fotógrafo Kelvin Klein, o blog publicou aqui, no último dia 12, um registro dele que havia viralizado anônimo nas democracia irrefreável das redes sociais locais. Posteriormente, a partir do toque da Beatriz Silva, amiga comum, foi possível chegar não só o autor da foto, como ao projeto que pode ser conferido aquie descrito na transcrição abaixo:
— O Projeto Nurbe consiste em fotografias de nu artístico e nu no cenário urbano, com uma exploração generalizada. A conexão do Nu com a Urbe, linhas e curvas. Por que Nurbe? Nurbe é a união da palavra Nu com Urbe um misto de natural, orgânico e o arquitetado e construído.
Confirmada a origem da foto, o crédito devido à foto foi feito numa atualização da postagem, no dia 16. Dois dias depois, a colaboradora do blog, professora, escritora e atriz Carol Poesia dedicou seu espaço quinzenal no “Opiniões” para também falar aqui do Nurbe. A partir da polêmica gerada pela foto nas redes sociais, do qual ela chegou a ser retirada, Carol questionou:
— A estética das fotos também merece destaque, Kelvin criou uma linguagem, estabeleceu um diálogo pertinente entre as linhas do corpo e a linha do trem, entre as curvas da mulher e silhuetas de concreto, até entre o modelo fotografado e grafite ao seu lado pintado. Está tudo ligado! E poderia ser bem explorado, se machismo e tabu não reduzissem os olhares à seguinte questão: de quem é essa bunda?
Por acaso, no mesmo dia 18 em que o blog publicou o texto da Carol, a Casa de Cultura Villa Maria teve as portas fechadas, por falta de luz, água e internet. O fato foi noticiado aqui, no dia seguinte (19), na coluna “Ponto Final”, da Folha da Manhã, como vanguarda do processo de desmonte da Uenf, em virtude da crise financeira sem precendentes do Estado do Rio. E o alerta sensibilizou a população, também viralizando nas redes sociais.
O acaso se dá porque algumas das fotos do projeto Nurbe têm como cenário justamente a Villa Maria, cuja energia seria religada (aqui) no dia 24, seis após a denúncia da Folha. Como a beleza da carne, da arquitetura e do sonho de uma universidade pública de excelência não podem ser negadas, confira abaixo a confluência de todas na foto do Kelvin:
Dois momentos na história da Uenf: Brizola e Niemeyer ouvem explanação de Darcy sobre uma maquete da universidade e no ainda no terreno da futura universidade, Darcy, Niemeyer com Gilca e Wanderley de Souza
Sonho de várias gerações, a Universidade Estadual do Norte Fluminense é fruto do encontro da mobilização popular com a utopia de Darcy Ribeiro. Já nos anos 60 do século passado a universidade era realidade tão palpável que a usineira Maria Queiroz de Oliveira, a “Finazinha Queiroz”, também conhecida como “rainha da bondade”, deixara em testamento o seu casarão no alto da Rua Baronesa da Lagoa Dourada (Villa Maria), para sediar a futura instituição de ensino superior. Duas décadas depois, por ocasião da elaboração da Constituição Estadual, em 1989, uma emenda de iniciativa popular liderada pelo professor Mário Lopes Machado reacendeu a campanha pela universidade. O governador da época, Wellington Moreira Franco, inclusive sancionou lei, nomeou reitor… Mas a intenção morreu no papel.
Posta na letra fria da lei a instituição só ganharia viabilidade política poucos anos depois, na esteira da ascensão do jovem promissor Anthony Garotinho, então prefeito de Campos, que em busca de projeção estadual inseriu a reivindicação como uma das principais do movimento batizado de “grito do interior”. Por duas ou três vezes, milhares de pessoas levadas em dezenas de ônibus fretados pelas prefeituras da região invadiram a capital do Estado para mostrar que do lado de cá ponte Rio-Niterói tinha mais Estado do Rio de Janeiro.
No último dos protestos, uma comissão encabeçada por Garotinho e composta de lideranças regionais foi recebida no Palácio das Laranjeiras pelo então governador Leonel Brizola. Houve outros marcos iniciais de criação da Uenf, mas creio que este foi o primeiro passo efetivo para criação da universidade . O segundo, e talvez mais importante, foi quando a tarefa sobre entregue ao educador Darcy Ribeiro. Mineiro de Montes Claros, Darcy já tinha criado a Universidade de Brasília nos anos 60 e, “plantado universidades pelo mundo”, como gostava de dizer, durante seu exílio imposto pelo regime militar.
A primeira reunião de trabalho da nascente Universidade Estadual do Norte Fluminense ocorreu num feriado — não sei se de Corpus Christi ou Páscoa — no auditório do Palácio da Cultura, quando conhecemos os que iriam efetivamente implantar a Uenf, ou seja, o próprio Darcy Ribeiro, o professor Wanderley de Souza (que seria o primeiro reitor) e a professora Gilca Weinstein, principal executiva e que presidiria a Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte). A comissão contava ainda com alguns campistas, sendo o destaque para a professora Ana Lúcia Boynard, que fazia a ligação entre a Prefeitura e os organismos do governo do Estado e teve papel gigantesco em todo o processo.
Ponto fundamental entre a utopia de Darcy — que já nesta época discorria com a eloquência habitual sobre os cientistas do mundo inteiro que atrairia para a “sua” universidade, que já batizara de “Terceiro Milênio” — foi a decisão do então prefeito Sérgio Mendes de desapropriar o terreno de 50 mil metros quadrados localizado na Avenida Alberto Lamego e doá-lo para a implantação da Uenf. O gesto garantiu o caminho sem volta naquele delicado momento em que se debatia a viabilidade do projeto.
Entre a iniciativa do professor Mário Lopes, o “Grito do Interior” e a aula inaugural proferida pelo jurista e então chefe do Gabinete Civil do governo Brizola, Carlos Roberto Siqueira Castro, em 16/08/1993, passou-se um tempo surpreendentemente pequeno para a grandeza e reconhecimento que a universidade ganhou no Brasil e no mundo. Mas o que surpreende de verdade é que, tão pouco tempo depois a mais importante conquista da região em todo o século XX esteja em real risco de desaparecer como consequência do desmantelamento geral da máquina pública do Estado do Rio de Janeiro.
Está na hora de um novo grito. É hora de garantir a conquista no grito, por meio de uma ampla mobilização de toda a comunidade regional para que a Uenf, conquistada na manifestação popular, seja também salva e mantida pela legítima aspiração do povo dos municípios do Norte e Noroeste Fluminense.
Na entrevista que será publicada amanhã (26) na capa da Folha Dois, sobre a sessão do Cineclube Goitacá desta quarta, às 19h30, na sala 507 do edifício Medical Center, no cruzamento das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, o repórter Jhonattan Reis fez a primeira pergunta: “Por que você escolheu apresentar ‘Taxi Driver’?” Ao que respondi de pronto: “A pergunta deveria ser: como é que ainda não exibimos ‘Taxi Driver’?”
Difícil explicar a um jovem de hoje, como o repórter, dado à luz na era digital da informação em tempo real, o que foi ter nascido poucas décadas antes. Em maio de 1982, um mês antes da Seleção Brasileira de Zico, Falcão, Sócrates e cia. encantar o mundo com seu futebol de sonhos, mas perder a Copa, a crueza do mundo real já dera as caras num vazamento de resíduos tóxicos da Paraibuna Metais, em Minas Gerais, no rio Paraíba do Sul.
Interrompida a captação d’água no rio, todas as escolas de Campos fecharam as portas por duas semanas. Como aquelas crianças evadidas das grandes cidades inglesas para evitar os bombardeios alemães na II Guerra Mundial (1939/45), eu e meu irmão fomos para casa de parentes fora da planície. Não lembro onde Christiano ficou, mas eu, refugiado de 9 anos, fui acolhido na casa do meu tio Luiz Edmundo Barbosa, irmão caçula do meu pai, que residia em Itaipu, Niterói.
Se era maio, o Natal veio com alguns meses de antecedência, quando descobri que não só teria um quarto só para mim, como tio Luiz ainda fez a gentileza de me disponibilizar nele uma TV particular. Para quem dividia o quarto com o irmão, num apartamento de uma única TV coletiva, na sala, a novidade se tornou ainda melhor pelas férias forçadas. Sem aulas de manhã, não tinha que acordar cedo, podendo varar as madrugadas assistindo às sessões do Corujão, na quais a censura da Ditadura Militar (1964/85) ainda vigente liberava os filmes com cenas de violência e conteúdo erótico.
De Niro em “Taxi Driver” na charge de Sebastian Kruger
Foi então que assisti pela primeira vez a “Taxi Driver”. O filme era de 1976, mas naquela época as novidades do mundo demoravam bem mais para chegar ao Brasil. E nunca vou esquecer do impacto que foi travar contato pela primeira vez com a história do veterano da Guerra do Vietnã (1955/1975), conservador e paranóico Travis Bickle. Motorista de táxi na violenta Nova York dos anos 1970, ele se revolta com a “escória” que observa pelas janelas do carro entre uma corrida e outra, numa composição antológica de Robert De Niro, capaz de se igualar a qualquer outra na história do cinema.
O “You talking to me? You talking to me?” (“Você está falando comigo?”) repetido por Bickle no seu pequeno apartamento, ecoado diante ao menino exilado num quarto da casa de seu tio, jamais saiu da minha cabeça. E foi a partir dali que, ainda aos 9 anos, ela se abriu à possibilidade do cinema ser muito mais que mero entretenimento. Depois daquela obra prima de Martin Scorsese, a quem passaria a considerar um dos grandes diretores do cinema falado, certamente o maior ainda em atividade, eu nunca mais veria um filme da mesma maneira.
A história do motorista de táxi encarnada visceralmente por De Niro é sobre solidão, mesmo numa megalópole como Nova York. Como só, distante da sua cidade, pais, irmão, amigos e colegas de escola, estava a criança que a assistiu pela primeira vez. Além da identificação inevitável, pude constatar com o tempo que “Taxi Driver”, como qualquer outra obra da filmografia do ex-seminarista católico Scorsese, trata de apogeu, queda e redenção.
Habilitação de De Niro como motorista de táxi em Nova York, parte do laboratório para sua interpretação antológica
O apogeu é apenas roçado por Bickle na tentativa de conquistar Betsy, assessora do senador Palantine (Leonard Harris) em campanha à presidência dos EUA. Ela é interpretada por Cybill Shepperd, no auge da beleza, que ficaria mais conhecida no Brasil dos anos 1980 pela popular série de TV “A Gata e o Rato”, responsável pelo lançamento de Bruce Willis ao estrelato. Mas, desastrado como conquistador, Bickle leva Betsy, no primeiro encontro, para assistir a um filme pornô, do qual ela sai absolutamente constrangida.
Quedado por sua incapacidade psicológica de levar uma vida normal, ele parte para atitudes mais extremas, mas sem perder Betsy como referência. Após adquirir um arsenal, planeja matar o senador para qual ela trabalha. Desastrado também como terrorista, a nova falha conduz o atormentado motorista de táxi, Hamlet sem brilho, à busca de redenção da única maneira que lhe restou: tentando resgatar uma adolescente da prostituição, a Iris vivida por uma Jodie Foster de apenas 12 anos e até então mais conhecida pelos filmes da Disney. Como alvo da sua ira do mundo, Bickle troca o senador Palantine pelo cafetão Sport, encarnado por Harvey Keitel, figurinha carimbada dos primeiros filmes de Scorsese.
Apesar de levar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, “Taxi Driver” não ganhou nenhum Oscar nas quatro categorias em que concorreu: filme, ator (De Niro), atriz coadjuvante (Jodie Foster) e trilha sonora, finalizada por Bernard Herrmann poucas horas antes de morrer. A despeito da tremenda injustiça de Hollywood com aquela obra que a revolucionou, é considerado pela crítica do mundo como um dos grandes filmes já feitos.
Se você, leitor, já assistiu ao filme, revê-lo e poder debatê-lo é sempre uma grande oportunidade. E se ainda não viu, não deixe de conferir essa obra necessária, sabendo que tenho uma inveja danada de você, como do menino que fui um dia.
Na última semana, a rede social Facebook foi tomada por confissões de seus usuários em um jogo de verdades e mentiras. A proposta era que os seguidores de cada perfil adivinhassem o que era verdadeiro ou falso nas declarações postadas. Li algumas dessas listas, achei divertido (e cansativo), ensaiei fazer a minha lista, mas desisti rapidamente. Não sou um bom mentiroso ou não tenho tanto talento para a mentira. É verdade, acreditem ou não (apesar da desonestidade estar em alta no Brasil, especialmente no falido estado do Rio de Janeiro governado por políticos inescrupulosos nas últimas décadas).
Ao ler as confissões das pessoas, lembrei-me de um texto que escrevi há seis anos em meu blog, cujo título é A maior mentira do mundo. O conteúdo daquela crônica se refere à uma piada machista muito comum em rodas de conversas sobre práticas sexuais (homo ou hétero), quando se utiliza da proposta de coito superficial feita por sedutores com um pé na cafajestagem, e outro pé na mentirinha pseudo-inocente. Os seduzidos também se entregam à mentira em jogos de fingimentos.
A piadinha infame parece até a relação entre políticos e eleitores. Quando aqueles dizem que não vai doer nada, estes creem e cedem sofrendo todo tipo de consequência ou violência depois do voto-coito. Sigmund Freud explicaria.Darcy Ribeiro também discorreria desses joguinhos promíscuos brasileiros. Somos tão mal-educados que nem o sexo escapa de nosso mal-estar (in)civilizatório. Já faz algum tempo, há um “estupro coletivo” e “roubo generalizado” por parte das autoridades fluminenses e do governo do país com a população (além de alguns megaempreiteiros, como bem sabemos).
Quanta mentira o Brasil vive! O Rio de Janeiro experimenta os resultados de muitas mentiras praticadas em atos de corrupção dos últimos governos (diversas prefeituras fluminenses também podem ser incluídas nestas listas de muitas mentiras e poucas verdades em se tratando de verbas públicas desviadas ou mal-empregadas) que arruinaram as finanças do segundo estado mais importante da federação. A situação que já não era boa na segurança, nos hospitais públicos e escolas estaduais, fez com que as universidades Uerj, Uezo e Uenf também amargassem caos e incertezas.
Fomos tomados pela indignação, mas também por um estranho silenciamento que até pode ser rompido em postagens de redes sociais. Para mim, não basta (mas fazer exatamente o quê em curtíssimo prazo se temos urgências?). Sei que protestos e enfrentamentos também carecem de estrutura, financiamento e dinheiro (coisas que muitos servidores sem salários ou mal-pagos não têm, além de haver milhões de desempregados em toda a parte). Reféns e cansados de esperar soluções de políticos desmoralizados, os cidadãos fluminenses reagem como boa parte dos brasileiros diante da opressão de um Estado calhorda e ineficiente: deixa o barco correr, a ver até onde se chega, sem muito a fazer. Será o fim? Haverá como cavar ainda mais o fundo do poço no Rio de Janeiro e no Brasil com seus dramas sociopolíticos?
Espera-se por milagre ou pela morte (esta é verdadeiramente certa de acontecer). Eu sinto raiva dos políticos, mas também da sociedade que não reage. Não posso esquecer que faço parte desta sociedade que abriga esses políticos ruins. Somos todos tão ruins assim? Há muitos interesses em jogo. E, brasileiramente, “falamos” em defesa do coletivo, mas não esqueçamos que nossa vontade pessoal tende a ser mais valorizada. O jeitinho brasileiro é uma sacanagem generalizada em busca de vantagens.
Repito a frase de Maria Bethânia: “estou morrendo de pena do Brasil”. Eu também estou morrendo de pena do Rio de Janeiro e da Universidade Estadual do Norte Fluminense. País polarizado e dividido? Sempre foi: milhões de pobres explorados e pouquíssimos ricos poderosos. Nessa casta elitizada e privilegiada verificamos representantes dos grandes partidos políticos brasileiros (todos os partidos estão desmoralizados, nenhum escapa).
Desde que a lista do ministro Luiz Edson Fachin finalmente veio ao conhecimento público (esperava-se por isto antes do ministro Teori Zavascki morrer em um acidente aéreo suspeito) com o teor das delações de executivos da construtora Odebrecht sobre as operações de caixa dois e propinas nos últimos governos estaduais e federal; vemos de um lado, políticos serem desmascarados com detalhes, e do outro lado, políticos negando tudo e afirmando que as delações são invenções mentirosas, e que seus autores não possuem provas do que dizem. Alguém duvida sobre essas verdades e mentiras? Pois é, alguns fanáticos e criminosos só enxergam a verdade que lhes convém.
Há pessoas que mentem com tanta frequência e convicção que a mentira passa a ser confundida com a verdade ou se transforma em verdade. Isto ocorre com a ficção quando vemos filmes e lemos romances em demasia; quando jogamos determinados games esquisitos em ambiente virtual (a tal baleia azul anda ajudando a matar gente que sofre de depressão, por exemplo); quando passamos a viver conectados em rede, mas sem saber dirigir a palavra ou ouvir uma pessoa ao lado.
Assim, entre ilusões e omissões, construímos realidades falsas ou verdadeiras mentiras. Infelizmente, a educação brasileira está inserida nesse contexto. Quando enfim produzimos conhecimento científico e pesquisas nas universidades, alcançamos êxito ou reconhecimento de uma comunidade acadêmica, vem o golpe dos governos com corte de orçamentos e verbas, além de sequestro de dinheiro público para favorecer empresários e empreiteiras suspeitas (o pior é que sempre soubemos e nunca provamos).
No país dos mentirosos, apesar de tantos escândalos financeiros e roubos de dinheiro público por parte de políticos e empresários gananciosos, o que nos restará? Não sei se a população quer, de fato, encarar verdades e se livrar das mentiras que nossos opressores nos impõem, pois nenhum de nós, acredito, tem sido honesto e verdadeiro o bastante. No entanto, diante de tantos crimes contra a nação, vemos o Brasil falir, hospitais agonizando, escolas depredadas, servidores públicos sem salários, avanço da criminalidade, escalada da violência nas cidades e no campo, população cada vez mais insegura: o dinheiro público que deveria ser aplicado nessas áreas tem sido roubado para abastecer uma lista enorme de políticos mentirosos que ajudamos a eleger.
E qual o papel dos juízes e promotores públicos de justiça diante dessa bandalheira toda? Sinceramente, tenho dúvidas. No Brasil, dizem, a justiça não funciona para pobres e pretos (a imensa maioria). Para condenar ricos e poderosos, o tempo se arrasta em recursos e manobras de advogados caros, até prescrever o crime, praticamente. O debate é amplo e espinhoso, eu sei.
Temos sido escravizados e usurpados por mentiras há várias décadas no Brasil. Desde que a democracia foi retomada no país, em 1985, não paramos de errar e de afundar em um oceano de lama podre. Os discursos dos partidos políticos não servem para mais nada; simpatizantes pelo extremismo começam a ganhar espaço com acenos para a volta do regime militar ou a eleição de radicais e ditadores. Quando Cazuza compôs “Brasil” e pedia para que o país mostrasse sua cara e revelasse o nome do seu sócio, a Odebrecht já existia e já aprontava todas com o dinheiro público, muito semelhantemente com esta era. Mais de trinta anos depois, o cenário não mudou quase nada, mas piorou em matéria de roubalheira e descaso.
O evangelista João afirma em seu texto que quem conhece a verdade é libertado por ela. Hesito quanto às mentiras que parecem verdades e que nos confundem. Há verdades que pessoas não querem acreditar. Se há solução para o Brasil? Isto vai depender verdadeiramente de profundas mudanças, mas não sei até quando e onde conseguiremos suportá-las. Viver em um mundo de ilusões e de mentiras também tem seu preço. E como temos visto nesta operação Lava-Jato, verdades e mentiras custam muito caro a todos os brasileiros. Estamos em uma guerra de nervos. Sobreviremos? Espero que sim.
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Já contei neste espaço do meu encontro com Darcy Ribeiro nas primeiras reuniões para a criação da Universidade Estadual do Norte Fluminense: foi uma honra. Depois que me tornei jornalista, perdi a conta de quantas reportagens realizei na instituição. Em 2014, fui aluno especial no programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem no Centro de Ciência do Homem. Em 2015, fui aprovado como aluno regular, e nesta semana, enfim, defenderei minha dissertação para receber o título de mestre. Uma grande conquista pessoal auxiliada pelos professores e servidores da universidade. Caminhar pela Uenf, passear por entre os prédios projetados por Oscar Niemeyer é uma inspiração para mim. Estudar é privilégio e um caro investimento.
Tenho muito orgulho de estar na Uenf, de aprender com a comunidade acadêmica, de pensar soluções para nossa sociedade, para Campos, o Rio e o Brasil. Os campistas precisam e devem se orgulhar dessa universidade (muitos estrangeiros e imigrantes sentem esse orgulho). É preciso promover e estreitar laços das pessoas que vivem na cidade e região com os responsáveis pelo ensino (e vice-versa).
A Uenf não é e não deve ser uma instituição para uma determinada “elite”. Ela pertence à população. É um desafio enorme batalhar por um país justo e democrático em qualquer lugar. Por acreditar na educação, só vejo saída evolutiva e desenvolvimentista passando pela família e pela escola fundamental e cidadã, por uma universidade (que deveria se chamar diversidade ou multidiversidade) capaz de dialogar com todas as pessoas e segmentossociais e econômicos (inclusive com o setor privado que também pode contribuir em parcerias com o poder público).
O futuro da Uenf está em jogo. A ameaça ao Rio de Janeiro é enorme, pois há um colapso em andamento. A solução só acontecerá quando a população fluminense realmente decidir solucionar. Como fazer? Não sei exatamente. Alguns cogitam até uma divisão da federação, a independência do estado do Rio, já que a União (com pouca credibilidade), ao que parece, não demonstra muito interesse em resolver nossos problemas sociais, econômicos e políticos (que são muito graves e que nos pertencem, sim). Não defendo divisionismos. O Brasil carece de unir forças contra a corrupção e necessita fazer uma série de autocríticas: é preciso decidir a Campos, o Rio de Janeiro e o Brasil que queremos. É necessário rever a Uenf que precisamos e podemos ser. O tempo é de lutas diárias. Para vencer tantas adversidades e mentiras, vamos precisar de todo o mundo.
A foto do praticante de slackline que ilustra este texto fiz há alguns meses durante minhas caminhadas pelo lindo campus da Uenf (há bosques magníficos que muita gente da cidade desconhece, pois nunca entrou ali). A imagem serve para refletirmos sobre o equilíbrio que necessitamos para lidarmos com os problemas do Rio de Janeiro e da universidade. Repensemos e atravessemos sem cair.
Atualmente no Rede Sustentabilidade, partido para onde se mudou antes do naufrágio eleitoral do PT nas eleições municipais de 2016, o presidente da Câmara de Campos, vereador Marcão Gomes, é hoje considerado pelo PPS como uma das duas pré-candidaturas em que o partido pretende apostar para eleger dois deputados federais pelo Estado do Rio. O obstáculo seria a aliança antiga do edil com o deputado federal Chico D’Ângelo, ainda no PT e irmão do professor Luciano D’Ângelo, petista histórico de Campos.
Certeza e dúvida
Na edição desta coluna do último dia 4, Marcão confirmou (aqui) que, por ter sido o vereador mais votado de Campos em 2016, sua candidatura legislativa em 2018 seria “natural”. Mas não definiu se viria como deputado federal ou estadual. Na ocasião, ressalvou que o momento não era de se falar em pré-candidaturas, mas “de tentar achar soluções ao quadro caótico em que o governo (Rosinha Garotinho) passado deixou as finanças do município. Em todas as conversas que mantenho com lideranças políticas e comunitárias, digo que a hora é de nos unirmos para tentar ajudar o prefeito e a cidade”.
Elemento Rafael (I)
Ao ser abordado ontem mais uma vez sobre o assunto, mais especificamente do interesse do PPS em apostar em seu nome para conquistar uma vaga na Câmara Federal, Marcão repetiu o discurso da prioridade municipal. Todavia, como o PPS é o partido do prefeito Rafael Diniz (PPS), isso pode ser um indicativo — a depender, lógico, do que for aprovado na reforma política em Brasília. Como reforço dessa linha de pensamento, em relação ao seu compromisso com Chico D’Ângelo, o presidente do legislativo goitacá disse que isso hoje é secundário diante ao projeto eleitoral traçado para 2018 pelo grupo político do prefeito de Campos.
Elemento Rafael (II)
A coluna também teve a informação de que o deputado estadual Gil Vianna (PSB) estaria projetando sua reeleição como candidato da parte do grupo de Rafael que não apoia Marcão — caso este decida concorrer à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Gil desmentiu categoricamente a versão: “Não ajudei Rafael a se eleger (foi vice do pedetista Caio Vianna na chapa derrotada à Prefeitura). Mas sou amigo pessoal de Rafael e Marcão. Jamais me colocaria como opção a Marcão. Isso é mentira! Se Rafael quiser que eu seja candidato do seu governo, vou gostar muito. Mas vou concorrer à reeleição mesmo se ele não me ajudar”.
Elemento Rafael (III)
Outro que também tem Rafael como elemento da sua equação para chegar à reeleição é o deputado estadual João Peixoto (PSDC): “Sempre me elegi com o prefeito de Campos contra mim. Posso não ser o candidato de Rafael, nem ter seu apoio, mas ele não vai me atrapalhar”. Peixoto também voltou a comentar a possibilidade do médico Diogo Neves, do grupo IMNE, se lançar candidato em 2018 pelo seu PSDC, como esta coluna revelou (aqui) no início do mês: “Ele não falou nada comigo. Nem aconteceu a minha conversa com seu pai, o empresário Herbert Sidney Neves, de quem gosto muito. Diogo tem que querer as coisas. Voto não cai do céu”.
Esforços por reforma
Rafael Diniz se reuniu, ontem, com representantes de todas as secretarias, superintendências, fundações e autarquias da Prefeitura, voltando a destacar a delicada situação financeira e a necessidade dos esforços de todos para uma reforma administrativa. Ele ressaltou que nos organogramas de ajuste, apresentados pelos secretários e superintendentes, há mostras de gestores que compreenderam bem a proposta. E que espera que todos apresentem um projeto final de reforma, dentro da atual realidade do município.
Emendas
Hoje, às 9h, a vice-prefeita de Campos, Conceição SantAnna, vai receber a deputada federal Cristiane Brasil, na Casa de Convivência do Parque Tamandaré (antigo Clube da Terceira Idade). Na ocasião, será assinado protocolo de intenção das emendas no valor de quase R$ 1 milhão, que serão destinadas a projetos do Conselho Municipal do Idoso, Fundação Municipal do Esporte, superintendência dos Direitos do Idoso e secretaria de Desenvolvimento Humano e Social.
Com a colaboração do jornalista Rodrigo Gonçalves
Publicado hoje (25) na Folha da Manhã
Atualização às 8h57 de 26/04/16 para correção feita aqui pelo leitor Edimar Azevedo