Mourão ao RJ e Cláudio Castro entre Bolsonaro e Lula

Mourão, Castro, Bolsonaro, Lula, Quaquá e Bacellar (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Especulado como candidato a governador fluminense em 2022, o vice-presidente, general na reserva e gaúcho Hamilton Mourão (PRTB), já teria definido seu domicílio eleitoral ao Rio. A informação, creditada ao partido, foi divulgada hoje pela jornalista Berenice Seara, do jornal carioca Extra. A dúvida seria só se Mourão vai concorrer a governador ou ao Senado — que no próximo pleito elegerá apenas um à Câmara Alta de República pelo estado.

Novidade à parte, a jornalista registrou também o óbvio aparente: se Mourão confirmar sua candidatura a governador do RJ, o principal afetado seria o atual, Cláudio Castro (PL), pré-candidato a ficar no cargo que assumiu com o impeachment de Wilson Witzel (PSC). Pelo menos aos seus adversários na corrida ao Palácio Guanabara, Castro é tão ligado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto o general se distanciou do capitão no governo federal.

Mesmo que Mourão confirme sua candidatura, há muitas variáveis numa eventual disputa sua com Castro. Uma delas é que esta semana o ex-presidente da Juventude Nacional do PT Rodrigo Abel foi oficializado secretário na suposto governo bolsonarista do estado do Rio. Isto depois de  Thiago Pamplona, deputado pedetista licenciado como secretário estadual do Ambiente, ter tornado pública a possibilidade de aliança entre Castro e Lula (PT):

—  O governador e o ex-presidente Lula tem muitos amigos em comum que já estão trabalhando na construção deste movimento — disse Pamplona. Ele adiantou que sairá do PDT, caso o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves confirme sua candidatura a governador pelo partido. Caso ela não vingue, o secretário de Castro trabalhará para levar a legenda de esquerda, que tem Ciro Gomes como pré-candidato a presidente, para apoiar o governador.

Noves fora o PDT, há mais elementos na salada de frutas política fluminense da aproximação do governador “bolsonarista” com o PT de Lula. Aliança com que também contam outros pré-candidatos a governador, como o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), além do pedetista Rodrigo Neves. A despeito disso, o ex-prefeito de Maricá petista Washington Quaquá postou em suas redes sociais no último dia 24, ao recepcionar Castro em sua terra:

— Não sou de participar de eventos oficiais, nem quando era prefeito gostava, mas hoje fiz questão de ir prestigiar a vinda do governador Cláudio Castro. Para quem chegou sem que ninguém levasse muita fé, ele tem demostrado imensa capacidade de diálogo e ao mesmo tempo de vencer a crise administrativa do Estado — pregou um dos grandes nomes do PT fluminense.

 

Fabiano Horta, Cláudio Castro, Washington Quaquá, Rodrigo Bacellar e Zeidan em Maricá, em 24/08 (Foto: Instagram)

 

Junto a Quaquá e Castro, no encontro da semana passada em Maricá, estavam o atual prefeito petista do município, Fabiano Horta, a deputada estadual do PT Zeidan e o secretário estadual de Governo, o deputado campista Rodrigo Bacellar (SD). Cujo pai, o ex-vereador Marcos Bacellar (SD), egresso do movimento sindical dos eletrecitários em Campos, sempre foi admirador confeso do ex-sindicalista dos metalúrgicos Lula.

Paulo Ganime

Pré-candidato a governador pelo Novo, o deputado federal Paulo Ganime se posicionou sobre a salada de frutas fluminense, entre as eleições aos palácios Guanabara e do Planalto em 2022:

— Todos esses nomes (a governador) estão querendo colar no Lula, no Bolsonaro ou no Ciro. Mas os eleitores do RJ querem algo diferente, o RJ precisa de algo diferente.

 

Atualizado às 14h15.

 

fb-share-icon0
Tweet 20
Pin Share20

Deixe um comentário