“Campos tem liderança natural na região, até porque todos os municípios da região usam nossos serviços e quase nenhum paga por isso. Daí vem o grande dilema do nosso orçamento municipal, que mesmo robusto não atende somente à nossa cidade. Com a metropolização da região da Bacia de Campos serão necessários investimentos de todos os entes federativos por aqui. Os executivos municipais, por si sós, não terão condições de acompanhar a celeridade do processo em curso. Neste caso, o relacionando político atrelado a bons projetos é o que fará toda a diferença, principalmente no setor de mobilidade”. Foi o que disse o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), sobre processo de metropolização da região da Bacia de Campos, que tem como polo o município que a batiza. E que teve impulso na inédita abertura de voos comerciais regulares, pela Azul, de Campos e Macaé para a Europa.
A metropolização da região da Bacia de Campos, e suas consequências populacionais e econômicas, foram levantadas pela Folha da Manhã e este blog, com base nos estudos do geógrafo William Passos, geógrafo e consultor especializado em estatística e desenvolvimento regional. Quem também se posicionou sobre o papel regional que Campos tem, na busca de protagonismo estadual, foram os deputados federais campistas Chico D’Ângelo (PDT) e Felício Laterça (PSL). Respectivamente radicado em Niterói e Macaé, os dois mantêm fortes laços afetivos e políticos com a sua cidade natal.
Chico propôs o debate amplo com a sociedade civil organizada, com o envolvimento direto do IFF, da UFF-Campos e da Uenf. E Laterça, como Wladimir, também ressaltou a importância da questão da mobilidade no processo de metropolização da região da Bacia de Campos, que já havia sido levantada na Folha, na quarta (6), pelo também deputado federal de Macaé Christino Áureo (PP). No mesmo dia, a deputado federal Clarissa Garotinho (Pros) e o presidente da Câmara Municipal de Campos, vereador Fábio Ribeiro (PSD), também foram ouvidos sobre o processo de metropolização da região.
— Como campista, considero importante que políticos e intelectuais influentes do nosso estado se mobilizem para defender um processo de metropolização da região Norte/Noroeste, tendo a cidade de Campos como seu polo. Tenho acompanhado com entusiasmo que vários pré-candidatos ao governo do estado já se manifestaram sobre o tema, afirmando que, caso sejam eleitos, farão de Campos uma segunda capital do estado. Muito me orgulha saber que Rodrigo Neves (ex-prefeito de Niterói e pré-candidato do PDT a governador) assumiu esse compromisso que, certamente, irá trazer grandes benefícios para o desenvolvimento de nossa empobrecida região. Um dos fatos que contribuem para a viabilização dessa proposta é o excelente parque universitário existente em Campos com três reconhecidas instituições públicas de ensino: o IFF, a UFF e a Uenf. Sugiro que esse núcleo de dirigentes dê partida na reflexão sobre a tese da metropolização e incorpore colaborações de diversos atores sociais relacionados ao tema. Somos muitos os que acreditamos que esse é um caminho promissor. Está na hora de acreditar na força de nossa Campos e região —convocou o parlamentar Chico D’Ângelo.
— Li o artigo do William, com base no estudo que ele fez sobre o processo de metropolização da região da Bacia de Campos. Nós vamos tentar resgatar 50 anos da nossa Campos dos Goytacazes. Nas décadas de 50 e 60 do século 20, Campos alcançou uma pujança que foi se perdendo, por uma série de fatores. Mas o que a gente vê hoje, com o Porto do Açu, com as rotas de gás de Macaé e Campos, nós vamos voltar a ter uma grande pujança. E temos trabalhado muito, no nosso mandato de deputado federal, para fazer a questão da mobilidade acontecer. Então o término da duplicação da rodovia BR 101, dentro do trecho em que corta Campos, e a questão da Estrada de Ferro (EF) 118, são necessárias para de fato alavancar a nossa região. Nós temos as termelétricas que estão sendo inauguradas, a primeira da GNA, no Porto de Açu, com a segunda prevista. Nós temos as termelétricas de Macaé, várias já licenciadas, uma já para terminar. A rota do gás é uma realidade. Nós temos que trazer as indústrias que vão se beneficiar do gás, próximas à sua produção, na Bacia de Campos, não só como fonte de energia, mas também insumo. Temos a questão das cerâmicas, das indústrias de fertilizantes. Então esse é o nosso papel como deputado federal: ajudar a alavancar a nossa região. Que agora se torne mais fácil com a abertura de voos regulares, dos aeroportos de Campos e Macaé, para o exterior — constatou o deputado Felício Laterça.