Hoje, Lula venceria 8 cenários de 1º turno e 9 de 2º turno a 2026

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Após ter revelado ontem (8) a parte da sua pesquisa em que Lula (PT) melhorou (confira aqui) na aprovação de governo, embora a desaprovação continue numericamente maior (49% a 48%), a Quaest divulgou hoje (9) a parte eleitoral do levantamento.  Nele, o presidente hoje lidera com boa vantagem a corrida a 4 de outubro 2026, daqui a pouco menos de 1 ano, nos oito cenários de 1º turno e nos nove cenários de 2º turno em todas as consultas estimuladas.

Nos oito cenários de 1º turno da Quaest, Lula tem entre 35% e 43% de intenção de voto, com vantagem que varia de 9 a 20 pontos sobre os possíveis adversários. Já nos nove cenários de 2º turno, o petista lidera entre 41% e 47% de intenção, com vantagem que varia entre 9 e 23 pontos sobre cada um dos possíveis adversários. A pesquisa ouviu 2.004 eleitores de 2 a 5 de outubro, com margem de erro de 2 pontos para mais ou menos.

Curiosamente, o adversário menos distante de Lula nas simulações de 1º turno da Quaest é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado (confira aqui) no Supremo Tribunal Federal (STF) e que já tinha duas outras condenações de inelegibilidade até 2030 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Hoje, o atual presidente bateria o ex no 1º turno por 35% a 26%, 9 pontos de diferença.

Em outra curiosidade que evidencia a vantagem de Lula na corrida pela reeleição, seu oponente menos distante no 2º turno da pesquisa Quaest, hoje, seria seu ex-ministro da Integração Regional entre 2003 e 2006, Ciro Gomes (PDT). A quem o petista bateria no 2º turno por 41% a 32%, 9 pontos de diferença. Só que Ciro não é pré-candidato a presidente em 2026. E nem é considerado um político de direita.

Entre os presidenciáveis de direita e elegíveis, a menor vantagem de Lula nas simulações de 1º turno da Quaest foi contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). A quem o petista hoje bateria por 36% a 21%, ou 15 pontos de vantagem.

Já nas simulações de 2º turno, o governador paulista Tarcísio de Freitas (REP) se mostrou o mais competitivo entre os nomes elegíveis da direita. Ainda assim, Lula hoje o bateria no turno final por 45% a 33%, ou 12 pontos de vantagem.

 

Eleições 2026 e esquerda x direita no Folha no Ar desta sexta

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Ex-candidatos a prefeito de Campos em 2024, respectivamente, pelo Novo e o PT, o odontólogo Alexandre Buchaul e o professor e ex-reitor do IFF Jefferson de Azevedo são os convidados para encerrar a semana do Folha no Ar nesta sexta (10), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.

Os dois analisarão as pré-candidaturas de Campos, Norte e Noroeste Fluminense a deputado federal e estadual (confira aqui) em 4 de outubro de 2026, daqui a pouco menos de 1 ano. No mesmo pleito, com base nas pesquisas mais recentes, também falarão das disputas majoritárias a governador e senador no RJ.

Por fim, também com base nas pesquisas, Jefferson e Buchaul tentarão projetar as eleições a presidente da República. E analisarão como essa disputa se insere na polarização política entre esquerda e direita que divide o Brasil, até em seus núcleos familiares, há mais de 10 anos.

Quem quiser participar do Folha no Ar desta sexta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

Paes segue líder isolado a governador, com Flávio e Garotinho atrás

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Em quatro cenários de consulta estimulada da pesquisa Real Time Big Data divulgada hoje (9) a governador do RJ, não há novidade na liderança folgada do prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) contra todos os possíveis adversários. Variando de 61% a 51% das intenções de voto nos quatro cenários, ele poderia se eleger já no 1º turno, se o pleito de 4 de outubro de 2026, daqui a pouco menos de 1 ano, fosse hoje.

Também não há novidade no fato que o senador Flávio Bolsonaro (PL), também favorito à reeleição ao cargo em todas as pesquisas, é hoje o candidato a governador mais competitivo contra Paes. De quem, ainda assim, ficaria 19 pontos atrás no 1º turno ao Palácio Guanabara, com 32% a 51% do prefeito carioca.

A novidade foi a inclusão do nome do ex-governador Anthony Garotinho (REP) no cenário 4 da pesquisa Big Data. Sem Flávio, Garotinho aparece hoje o 2º colocado mais consistente em intenções de voto contra Paes. De quem perderia por 37 pontos, no 1º turno a governador: 16% a 53% do prefeito carioca.

Com margem de erro de 3 pontos para mais ou menos, Garotinho ficou em empate técnico na 2ª colocação do cenário 4 com o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União). Que teve 13% de intenção a governador, 3 pontos abaixo do ex e seu conterrâneo de Campos. A pesquisa Real Time Big Data foi feita com 1.500 eleitores fluminenses, entre terça (8) e quarta (9).

Sem Flávio e Garotinho, Bacellar assumiu a 2ª posição nos cenários 1 e 3 da pesquisa Big Data. No cenário 1, ele repetiu os 13% de intenção a governador, 48 pontos atrás dos 61% de Paes. No cenário 3, o presidente da Alerj teve 12% de intenção e ficou em empate exato com o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB). Ambos, 43 pontos atrás dos 55% de Paes.

 

Lula 3 vive melhor aprovação desde 2024 e cresce nos mais ricos

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

A menos de um ano da urna de 4 de outubro de 2026, o governo Lula vive sua melhor aprovação desde dezembro de 2024. A desaprovação ainda lidera numericamente, mas caiu 2 pontos de setembro a este outubro de 2025: de 51% aos atuais 49%. Enquanto a aprovação cresceu os mesmos 2 pontos no mesmo período: de 46% aos atuais 48%.

Foi o que revelou a pesquisa Quaest divulgada hoje (8), feita de 2 a 5 de outubro, com 2.004 eleitores e margem de erro de 2 pontos para mais ou menos.

A surpresa está na faixa socioeconômica em que se deu essa melhora. De setembro a outubro, foi entre os mais ricos, com renda familiar mensal acima de 5 salários mínimos, que a desaprovação ao Lula 3 mais caiu, de 60% aos atuais 52%. E foi onde mais ganhou aprovação: de 37% aos atuais 45%. As duas alterações, em um mês, foram de relevantes 8 pontos.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Na verdade, a aprovação ao Lula 3 variou muito pouco entre os eleitores de renda familiar mensal até 2 salários mínimos (SM): a aprovação se manteve em 54% e a desaprovação cresceu 2 pontos, de 41% a 43%. Também variou pouco entre os de renda de 2 a 5 SM: a aprovação se manteve em 46% e a desaprovação oscilou 1 ponto para baixo, de 52% a 51%.

 

Wladimir e Washington Reis no Rio por Baixada e NF em 2026

 

Washington Reis e Wladimir Garotinho, na manhã de hoje, no Rio (Foto: Divulgação)

 

Embora Wladimir Garotinho (PP) tenha revelado à Folha na semana passada (confira aqui) a intenção de permanecer prefeito de Campos até o final do mandato, a possibilidade de ser vice numa chapa a governador em 2026 não está descartada. E ela esteve hoje na mesa durante o encontro, no Rio, do prefeito  campista com ex de Duque de Caxias Washington Reis (MDB):

— Pelo clima animado da conversa, há quem aposte em uma aliança entre as principais lideranças da Baixada e do Norte e Noroeste Fluminense, lembrando que a disputa pelo governo estadual não se restringe à capital — informou a assessoria de Wladimir, numa pontada ao final no prefeito carioca Eduardo Paes (PSD), favorito em todas as pesquisas a governador e de quem se especulava também que o prefeito de Campos poderia ser vice em 2026.

— As eleições de 2026 foram o principal tema de um encontro, na manhã desta quarta (8), no Rio, que reuniu o presidente estadual do MDB e ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis; e o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, ainda filiado ao PP — informou a assessoria do segundo.

 

Oratória, JCI Campos e eleições 2026 no Folha no Ar desta 5ª

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

O advogado, professor do Uniflu e ex-presidente da OAB Campos Andral Tavares filho e o presidente da JCI Campos (antiga Câmara Júnior), Glauter Notenos de Medeiros, graduado em Direito e servidor municipal, são os convidados do Folha no Ar desta quinta (9), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.

Os dois falarão sobre o curso de oratória promovido pela JCI que será ministrado (confira aqui) por Andral neste sábado (11), no Uniflu, e da importância profissional e pessoal do tema. Eles também analisarão a atuação da JCI em Campos e a importância desse tipo organização no mundo virtual das redes sociais.

Por fim, com base no cenário atual e nas pesquisas mais recentes, Andral e Glauter tentarão projetar as eleições a presidente (confira aqui, aqui e aqui), governador (confira aqui, aqui e aqui), senador (confira aqui e aqui) e deputados da região (confira aqui) em 4 de outubro de 2026, daqui a pouco menos de um ano.

Quem quiser participar do Folha no Ar desta quinta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

Novo encontro de Trump e Lula, com Rubio e sem Bolsonaro na pauta

 

Donald Trump, Lula da Silva, Marco Rubio e Jair Bolsonaro (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Trump e Lula em videoconferência

A provar o quanto a política e a geopolítica são sempre mais complexas que a acefalia bipolar das redes sociais, os presidentes dos EUA e do Brasil, respectivamente, Donald Trump e Lula (PT) fizeram uma videoconferência na segunda (6). Em que a “química” entre os dois em 23 de outubro, quando se cruzaram na Assembleia Geral da ONU, parece ter voltado a se dar.

 

Videoconferência por Trump

Perguntado na Casa Branca se a nova conversa com Lula pode gerar uma revisão do tarifaço que os EUA impuseram ao Brasil, Trump respondeu: “Tive uma ótima conversa com o presidente do Brasil, que é um homem bom (…) Sim, vamos começar a fazer negócios. Em algum momento, ele virá aqui. Falamos sobre isso”.

 

Videoconferência por Lula

“Primeiro, acho que foi uma conversa extraordinariamente boa, entre dois presidentes de dois países importantes, das duas maiores democracias do Ocidente. Nós temos uma relação civilizada com mais de 200 anos de diplomacia (…) Nós ficamos de marcar para nos encontrar em torno de uma mesa” disse Lula em entrevista à TV Mirante, afiliada à Globo no Maranhão.

 

Marco Rubio pelos EUA

Na prática, Trump designou seu secretário de Estado, Marco Rubio, para dar seguimento às negociações sobre o tarifaço e as medidas restritivas aplicadas pelos EUA contra autoridades do Brasil. Enquanto a delegação deste será composta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

 

Histórico de Rubio

Filho de refugiados de Cuba em Miami antes da Revolução Cubana de 1959, o ex-senador Rubio é considerado da ala ideológica do governo Trump. Desde que o governo deste assumiu em janeiro, o secretário de Estado dos EUA se pronunciou publicamente cinco vezes sobre o Brasil. Nunca citou Lula, mas já fez duras críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

 

Bolsonaro na pauta até setembro

Em 11 de setembro, com Bolsonaro condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, Rubio escreveu: “As perseguições políticas do violador de direitos humanos já sancionado Alexandre de Moraes continuam, já que ele e outros membros do STF decidiram injustamente prender Bolsonaro. Os EUA responderão adequadamente a essa caça às bruxas”.

 

Bolsonaro fora da pauta em outubro

O fato é que, se estava na carta com que Trump anunciou em 9 de julho as tarifas dos EUA ao Brasil, e se estava até o mês passado nas palavras de Rubio, o nome de Bolsonaro sumiu da pauta entre os dois países em outubro. O que, a despeito de qualquer negacionismo, é uma derrota do bolsonarismo.

 

Mudança de tom de Trump e Rubio em 2025

A mudança de tom por parte de Trump e Rubio não é novidade. Pode voltar a acontecer com o Brasil, caso as negociações entre os dois países desandem, como ainda apostam os bolsonaristas. E, de fato, já aconteceu entre o passado recente e o presente dos dois líderes do Partido Republicano dos EUA.

 

Tom de Trump e Rubio em 2016

Nas primárias republicanas que Trump e Rubio disputaram em 2016, o primeiro ganhou para ser candidato naquele ano a presidente do EUA. E se elegeu à Casa Branca pela primeira vez. Mas só depois de ser classificado de “vigarista” por Rubio na disputa interna. Ao que Trump respondeu chamando de “canalha” seu hoje secretário de Estado.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Condenação de Bolsonaro em argumentos opostos e complementares

 

Historiador Arthur Soffiati e juiz Elias Pedro Sader Neto (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Arthur Soffiati e Elias Sader Neto

No último sábado (4), a Folha da Manhã trouxe duas entrevistas: com o historiador Arthur Soffiati e o juiz Elias Pedro Sader Neto. O primeiro, porque completava (confira aqui) 50 anos como articulista na imprensa de Campos. O segundo, porque se aposentou (confira aqui) após 27 anos na magistratura, os últimos 18 como titular da 3ª Vara da Família de Campos.

 

Entrevistas à Folha

A entrevista de Soffiati foi a reprodução da entrevista que ele concedeu no Folha no Ar, programa da Folha FM 98,3, na manhã da sexta anterior (3). A de Elias foi feita integralmente por escrito, como é muitas vezes a praxe de jornal impresso e virtual.

 

Carioca e niteroiense que Campos adotou

Cada um deles com grande contribuição a Campos nas suas áreas, uma curiosidade: Soffiati é carioca, enquanto Elias é niteroiense. E, embora tenham vindo ambos, já adultos, residir na planície goitacá, acabaram adotando esta como lar. Como foram por ela adotados.

 

Perspectivas do historiador e do juiz

Como historiador, Soffiati foi indagado sobre o ineditismo histórico de o Brasil ter um ex-presidente, três generais e um almirante julgados e condenados (confira aqui) por tentativa de golpe de Estado. Como juiz, Elias foi indagado sobre o papel protagonista que o Judiciário e, mais especificamente, o Supremo Tribunal Federal (STF) passaram a ter (confira aqui) no Brasil dos últimos anos.

 

“Moraes respaldado”

“Acho que se o Moraes extrapolou, ele foi respaldado por três juízes (ministros da 1ª Turma do STF também favoráveis à condenação de Bolsonaro: Flávio Dino, Cristiano Zanin e Carmén Lúcia). Acho que o voto de Fux foi bastante caótico. Eu, mesmo não sendo jurista, achei que foi uma coisa meio confusa, muito longo e muito contraditório”, analisou Soffiati.

 

“Não pode continuar assim”

“Não é possível que alguém pretenda ser o juiz do caso em que sua mãe é a ré e ainda pretender ser respeitado. É como vejo o STF hoje (…) Pessoas nomeadas para um cargo vitalício de ministro passaram a julgar, sem constrangimento algum, questões políticas do maior interesse daquele que as nomeou. Isso não pode continuar assim”, questionou Elias.

 

“Julgamento foi válido”

“Acho que mais três juízes referendando o que o Moraes falou, isso de alguma maneira dá um respaldo muito grande a ele. Se fosse para o pleno (do STF) eu acho que ele não contaria com mais dois votos, mas a maioria votaria com ele também. Não vou invalidar, acho que o julgamento existiu e foi válido”, endossou Soffiati.

 

“Imparcialidade para o ralo”

“O STF condenou o Bolsonaro pelo desejo do golpe, por uma realidade psíquica e não por um fato idôneo. A expressão ‘trama golpista’ só foi adotada em razão de desconhecimento jurídico daqueles que torciam pela condenação do Bolsonaro (…) Juiz não pode ter vontade de condenar. Quando isso acontece, a imparcialidade foi para o ralo”, sentenciou Elias.

 

Acima da acefalia das redes sociais

Pode-se concordar ou não com o historiador ou o juiz. Mas não se pode discordar que os dois, para além da mera opinião, trouxeram argumentos substantivos, opostos e complementares sobre o caso. Que a Folha ecoou ciente da sua condição de ágora da cidade. Na tentativa de nivelar o debate acima da acefalia bipolar do “direita boba” e “esquerda feia” das redes sociais.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.