Mea culpa — Interatividade Folha/blogs

Até que os 18 novos blogs da Folha Online entrassem no ar, a interatividade desses espaços virtuais com a editoria de Política do impresso, ficava mais por conta do Blog do Bastos, do Painel, do Na Curva do Rio, do Na Geral e deste Opiniões, respectivamente de autoria do Alexandre Bastos, Saulo Pessanha, Suzy Monteiro, Luiz Costa e Aluysio Abreu Barbosa e José Renato, todos profissionais da redação do jornal. Já com sua editoria de Economia, as contribuições virtuais, embora muitas vezes desperdiçadas, ocorriam basicamente por parte do Ponto de Vista, do Christiano Abreu Barbosa, que embora seja diretor da Folha, nunca foi ligado à redação. Com seu Entrelinhas, a Júlia Maria (também jornalista, mas fora da nossa redação há alguns anos) também tem gerado pautas muito interessantes para ambas as editorias, pelo menos quando seus integrantes demonstram sensibilidade para saber aproveitá-las.

Pois entre os novos blogueiros da Folha, dois outros se destacam na geração de pautas afins às duas editorias citadas: Roberto Barbosa,  em Política; Esdras, também em Economia. Ontem, ambos fizeram isso, Esdras anunciando (aqui) os novos investimentos da gigante Hiunday no Porto do Açu, Roberto divulgando (aqui e aqui) a ruptura, em São Fidélis, entre o prefeito Luiz Fenemê (PMDB), com seu antecessor no cargo e agora ex-padrinho, o polêmico David Loureiro. Enquanto a primeira pauta foi parcialmente aproveitada pela Folha, mas só a partir do aviso aos seus profissionais pelo blogueiro, a segunda não veio com sino grudado ao pescoço e foi desperdiçada até ser aproveitada apenas hoje, numa velocidade lenta demais à era do tempo real.

Embora ambos jornalistas e com passagens na Folha, principalmente o primeiro, que possui extensa folha de serviços prestados, Esdras e Roberto não são mais profissionais do jornal, apenas seus colaboradores. Eles e outros novos blogueiros que já vem se destacando na geração de boas pautas, como o André Lacerda (aqui), a Neusinha Siqueira (aqui) e a Luciana Portinho (aqui), precisam ser melhor aproveitados pela redação da Folha. Caso contrário, o leitor que se mostrar atento ao desperdício, pode chegar à conclusão simples e lógica de que, mesmo na condição de “leigo”, ele possui mais interesse em buscar informações do que profissionais que são pagos para fazê-lo.

Como entre eles está este jornalista e blogueiro, assumo o compromisso com você, leitor, de fazer tudo que estiver ao meu alcance para que esta interatividade entre a Folha e os 41 blogs que ela orgulhosamente hospeda, passe a se dar da maneira mais dinâmica possível.

Albertinho ecoa arcebispo contra Dilma

Parece que o “homem-bomba” de Garotinho na Câmara entrou na jihad pela presidência da República. Em seu blog, o vereador Albertinho (PP) anuncia: “Arcebispo da Paraíba acusa Dilma e PT de mentirem para os eleitores”. Confira aqui

Refletir para ampliar — Um conceito

Seja em espaços reais ou virtuais, refletir é ampliá-los. Quem, mesmo sem dar a mínima para decoração, já não percebeu que a instalação de um espelho num aposento contribui para aumentá-lo, literalmente, a olhos vistos? Como o conhecemos hoje, o espelho foi uma invenção veneziana do séc. 13, mas até o séc. 16, dado seu elaborado trabalho artesanal, o instrumento ótico ainda chegava a custar mais que uma pintura do mestre italiano Rafael (1483/1520).

O Alhambra
O Alhambra

Até que os portugueses abrissem os caminhos do Atlântico, os árabes, que tanto influenciaram o Renascimento na Itália a partir do comércio no Mediterrâneo, desenvolveram ao máximo de refinamento uma solução engenhosa, mas relativamente mais fácil, para usar o reflexo na ampliação dos seus espaços arquitetônicos: o espelho d’água. Quem já teve oportunidade de visitar o Alhambra, complexo de palácios em Granada, no sul da Espanha, último reduto mouro na Península Ibérica, sabe bem do que estou falando.

Quem não teve e quiser conferir o que digo em Campos, basta se entregar ao mesmo deslumbramento proporcionado pelas imagens publicadas aqui, pelo Antonio Cruz, e aqui, pelo Leonardo Berenger, ambos repórteres-fotográficos e blogueiros da Folha. Ciente da valiosa lição de que refletir é ampliar, o blog se cura da “cegueira” de Narciso ao tomar as duas fotos de empréstimo, abaixo…

 

 

Duas faces da cópia do Parthenon de Atenas, antes Fórum, hoje Câmara de Campos (foto de Antonio Cruz)
Duas faces da cópia do Parthenon de Atenas, antes Fórum, hoje Câmara de Campos (foto de Antonio Cruz)

 

  

Academia Campista de Letras reescrita no leito do lago do Jardim São Benedito (foto de Leonardo Berenger)
Academia Campista de Letras reescrita no leito do lago do Jardim São Benedito (foto de Leonardo Berenger)

 

 

Atualizado às 2h15 de 29/10/10, antes tarde do que nunca, para corrigir a incorreção na grafia do prédio público mais importante de Atenas, cujo erro ortográfico foi alertado, desde o dia 14, pelo leitor Antonio Carlos Ornellas Berriel   

Garotinho com Dilma a que custo para Campos?

Em seu artigo dominical, publicado na edição de ontem da Folha, o jornalista Aluysio Barbosa teceu algumas observações interessantes. Entre elas, talvez a principal esteja no estranhamento lógico ao fato de Marina Silva, candidata forte nas classes A, B e C+, ter sido a mais votada no primeiro turno em Guarus, área cuja dominância sempre foi de baixa renda. O velho repórter enxerga aí a digital de uma “liderança forte, muito forte, naquele bairro de classes mais fortes e iletradas”, num trabalho pelo segundo turno, onde, por exemplo, o apoio do PR seria fundamental a Dilma, ao custo de acordos em Brasília com força talvez até para influenciar as decisões judiciais de Campos ainda pendentes, sobre a cassação de Rosinha.

Três dias antes de 3 de outubro, este Opiniões já havia alertado (aqui) sobre essa possibilidade, de um segundo turno servir em benefício do grupo de Garotinho, inclusive no que se refere à eleição suplementar a prefeito de Campos. Como indícios dessa tese, no sábado, em seu Juventude e Atitude, blog que estreou na Folha Online com volume e qualidade de veterano, o André Lacerda já noticiou aqui, em primeira mão, que a indicação do deputado federal em fim de mandato e derrotado nas urnas a estadual, Geraldo Pudim, à direção-geral do Dnit, seria uma das condições impostas por Garotinho ao apoio do PR a Dilma.

Resta saber quais serão as outras…

Abaixo, a íntegra do artigo do veterano com atitude de jovem, Aluysio Barbosa:

 

Balcão de negócios
 

Quando o engenheiro Paulo Feijó, depois de ser eleito mais uma vez deputado federal, investiu contra entidades de classe do município (aqui), acusando-as de serem, em grande parte, responsáveis pela respeitável soma de votos de candidatos de fora em todas eleições, mais uma vez fez aflorar a sua inabilidade no trato com as forças produtivas do colégio eleitoral que o acolheu, técnico importado de Santa Maria Madalena, terra da sempre lembrada Dercy Gonçalves, para prestar serviços na Rede Ferroviária.

Mostrou, inclusive, talvez por conveniência, que a realidade é outra e bem antiga. Se tivesse que fazer crítica justa, ela teria que ser dirigida a classe a que pertence. Sim, porque os responsáveis maiores do motivo de sua destemperada reação são os políticos locais, não apenas em defesa da sigla partidária a que pertencem, mas pela compensação financeira que recebem ao longo da campanha de candidatos de fora que necessitam garantir, sem susto, suas eleições.

Os exemplos são muitos e antigos e o mais representativo deles no passado foi do ex-banqueiro Ronaldo César Coelho arrebanhando votos em uma região que na prática não conhecia e na qual que também não era conhecido. Essa compra desenfreada de votos não atinge apenas a disputa pela Câmara Federal, mas também, certamente em proporções maiores, vagas para a Assembléia Legislativa. Não surpreende, depois de apuradas as urnas, que candidatos forasteiros fiquem revoltados e lamentem o dinheiro gasto por votos que nem sempre chegam de acordo com a quantidade prometida.

Diante deste quadro que se repete de quatro em quatro anos, pergunta-se o que foi feito do decantado bairrismo que em outra época caracterizava o campista? Verdade que muitos candidatos locais, depois de eleitos, poucos fazem para sua cidade e região, mas verdade também que este fato não poderia e nem pode servir de justificativa para abrir o município para aventureiros que só aparecem por aqui, quando aparecem, para levar votos preciosos que garantam suas vitórias nas urnas.

Afinal de contas, nesta eleição, como explicar votações expressivas como as obtidas por Adrian Mussi, Domingos Brazão, Eduardo Cunha, Vitor Paulo, Felipe Pereira, Felipe Bornier e outros, principalmente do primeiro que, apesar de ser de Macaé, nunca deu as caras por essas bandas? Se cabos eleitorais foram responsáveis por tantas surpresas (?), o que receberam de recompensa? Sim porque de graça é que não foi. Quando não é grana, como ocorre na maioria dos casos, são interesses meramente pessoais e políticos que se misturam.

Fica difícil explicar, como Marina Silva, candidata sufragada nas urnas pelos jovens e intelectuais, conseguiu ser a mais votada em secções de Guarus. Num exame mais acurado e lógico, obviamente houve aí o dedo de uma liderança local forte, muito forte, naquele bairro de classes mais pobres e menos letradas. E não é difícil encontrar quem era  o maior interessado que houvesse 2º turno para melhor negociar seu cacife eleitoral. Na verdade, no Brasil, eleição se transformou em um grande balcão de negócios.

Obrigado, Diomarcelo!

Na humilde opinião deste blogueiro, a foto feita e postada aqui pelo Diomarcelo Pessanha, não deixa nada a dever às obras dos dois arquitetos em foco: Oscar e Javé. Qualquer dúvida terrena ou divina, basta conferir abaixo…

Obrigado Oscar

Por diomarcelo, em 09-10-2010 – 0h48

Uma visão do Rio de Janeiro onde a obra do homem museu de arte contemporânea (MAC)  de Niterói e obra da natureza (Morro Cara de Cão) se atraem.

Pergunta do Bastos — Colla?

Provocação pertinente do jornalista e blogueiro Alexandre Bastos (aqui), acerca do papel real do PSDB de Campos na campanha de Serra no segundo turno, enquanto parte do partido encontra-se aparentemente cooptada por Garotinho, que é aliado de Dilma, poderia (e deveria) ser respondido por outro blogueiro hospedado na Folha (aqui), o presidente do partido Robson Colla: “Onde estão os tucanos da planície?”

Enquanto a resposta não vem, segue abaixo o questionamento do Bastos, temperada com sua ironia de sempre…

 

Tucanos em extinção

Por Alexandre Bastos, em 10-10-2010 – 22h23

Na eleição presidencial de 2006, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, caminhou em Campos ao lado de lideranças tucanas no município. Hoje, com Paulo Feijó no PR e seus aliados bem afinados com o grupo do casal Garotinho, fica difícil saber onde estão os tucanos da planície. Até agora não vi um único adesivo do José Serra na cidade.

Até o Eymael (PSDC), que recebeu o apoio do deputado estadual João Peixoto, teve uma campanha mais organizada em Campos.