Wladimir Garotinho, Paulo Feijó, Marcelo Mérida e José Maria Rangel analisaram a troca de César Tinoco por Marcão Gomes como pré-candidato do governo Rafael a deputado federal (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
“Para mim, não interfere quem seja o candidato da máquina”. Esta foi a reação de Wladimir Garotinho (PR) à troca do empresário César Tinoco (PPS) pelo vereador Marcão Gomes (Rede) como pré-candidato do governo Rafael Diniz (PPS) a deputado federal. A novidade foi anunciada ontem (aqui), na coluna “Ponto Final”, da Folha da Manhã. Também pré-candidato a deputado federal e apontado como principal alvo da mudança governista, Wladimir não foi o único a se posicionar hoje sobre ela:
— Marcão é habilidoso. Vai saber colocar as questões de Campos e da região acima dos interesses partidários. Como Marcelo (Mérida, PSD) também. São pessoas de bom nível — opinou o deputado federal Paulo Feijó (PR), do mesmo partido de Wladimir, mas cujo apoio é disputado por Marcão e Mérida.
Citado por Feijó, o presidente da Federação Fluminense das Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) e também pré-candidato a deputado federal se posicinou sobre a troca governista na disputa do mesmo cargo:
— Acho que César e Marcão têm legitimidade e conteúdo para postular uma candidatura a deputado federal — analisou Marcelo Mérida.
Outro que opinou sobre as definições do grupo político do prefeito de Campos para as eleições de outubro foi o petroleiro e também pré-candidato a deputado federal José Maria Rangel (PT):
— Para mim, tanto faz se vai vir Marcão ou Cesinha. Parece que a decisão do governo é definir alguém para enfrentar Wladimir — observou o dirigente do Sindipetro-NF.
Confira a reportagem completa na edição de amanhã (27) da Folha da Manhã
Sai o empresário César Tinoco (PPS) e entra o vereador Marcão Gomes (Rede). Se antes mirava a Assembleia Legislativa, o preidente da Câmara de Campos será o pré-candidato a deputado federal do governo Rafael Diniz (PPS). Após anunciar (aqui) sua pré-candidatura à Câmara Federal em entrevista à Folha, publicada em 17 de dezembro, Tinoco agora vai assumir a chefia de gabinete de Rafael. Ocupante do cargo, o jornalista Alexandre Bastos vai para a secretaria de Governo. Hoje responsável pela pasta, o advogado Fábio Bastos vai para a superintendência de Relações Governamentais, para cuidar do planejamento e captação de recursos.
Articulação interna
Segundo César, Marcão e o próprio Rafael falaram à coluna, a decisão foi de todo o grupo político. “Tenho certeza de que o César Tinoco desempenharia um grande papel na disputa eleitoral, já que tem a política no sangue e uma grande capacidade de agregar, mas hoje ele é uma peça fundamental em nossa gestão e tem nos ajudado muito no processo de reconstrução da cidade”, admitiu o prefeito. Um dos seus colaboradores mais próximos, se César fosse eleito, temia-se que o governo perdesse capacidade interna de articulação.
Nova missão
“Não há mais espaço na política para quem pensa apenas em si mesmo. É preciso ter maturidade, entender o processo e, principalmente, colocar a cidade à frente de qualquer interesse. Vamos ajudar Rafael Diniz na construção de um alicerce sólido, com projetos importantes não só para os próximos anos, mas para as próximas décadas. Apesar de todas as dificuldades, já nos próximos meses iremos ajudar o prefeito a desenvolver um pacote de ações em áreas como Educação, Saúde, Transporte e Social”, justificou César Tinoco.
Alvo: Wladimir
Vereador de Campos mais votado em 2016, Marcão é um dos nomes de maior densidade eleitoral no grupo governista. Sua entrada na disputa à Câmara Federal traz um objetivo político: se opor ao também pré-candidato Wladimir Garotinho (PR), que vinha liderando todas as pesquisas a deputado federal em Campos. Caso o filho dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho se eleja em outubro, não se espera que traga benefícios a uma Campos governada pela oposição aos seus pais. Diferente, por exemplo, do deputado Paulo Feijó (PR), eleito com apoio dos Garotinho, mas que tem conseguido recursos federais à gestão Rafael.
Armas na disputa
Ainda que não assuma Wladimir como alvo da mudança da sua pré-candidatura, de deputado estadual a federal, Marcão adianta os elementos que usará no embate com o filho do casal Garotinho na disputa pelo mesmo voto: experiência e retorno do eventual mandato a Campos e região. “Sou advogado, servidor público federal do IFF e contador. Estou no meu segundo mandato, fui o vereador mais votado do município e hoje tenho a experiência de presidir a maior Câmara do interior do Estado. Campos, o Norte e o Noroeste Fluminense precisam de deputados que tenham compromisso com a nossa terra”, pregou o edil.
Aliado em Brasília
Assim como Marcão, Rafael não foi direto, mas apontou distinções que considera existir entre as pré-candidaturas do seu grupo político e dos Garotinho: “Durante muitos anos Campos contou com políticos que pensavam mais nas eleições do que na gestão, muitas vezes utilizando a cidade como trampolim. Marcão deixa sua pré-candidatura à Alerj e se coloca como pré-candidato a deputado federal. No atual momento da cidade e da região, é a hora de construir pontes, não muros. Por isso, ter aliados na Câmara Federal é fundamental para viabilizar parcerias e colocar projetos em prática, como já estamos fazendo”.
Dobradas
O que Rafael, Marcão e César não disseram, na troca do terceiro pelo segundo como pré-candidato do grupo a deputado federal, é que a saída do presidente da Câmara Municipal da corrida à Alerj abre espaço para articulações políticas importantes. Assim, alguns dos pré-candidatos a deputado estadual que já estavam pensando em fazer dobrada com Wladimir, ou com o empresário Marcelo Mérida (PSD), podem ser agora seduzidos pela possibilidade de fazê-lo com o novo pré-candidato do governo. É o que determinarão as próximas pesquisas e, sobretudo, o voto nas urnas. Mas ninguém duvida que 2020 passa antes por outubro de 2018.
Em 2016 a Oxford Dictionary, editado pela universidade britânica, elegeu a palavra “pós-verdade” como a palavra daquele ano para língua inglesa. Após a publicação, a palavra se popularizou nos debates no meio jornalístico e no meio político. Basicamente, segundo a acepção cravada pelo dicionário, pós-verdade é um adjetivo que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais.
Não faltaram matérias e análises sobre política tentado como base tal conceito. Um bom exemplo da peso da pós-verdade na vida prática do cidadão são os estragos causados pela disseminação de fake-news através de sites de notícias que vivem exclusivamente de produção de conteúdo sem qualquer tipo de rigor na apuração da informação, mas que apelam para psicologia do medo, sempre com manchetes que demonstram um universo distópico à situação real.
Nunca vimos tanta disseminação de boato como nos dias de hoje. Basta receber um texto no whatsapp contendo algo sensacionalista que um um número incontável de pessoas já vai repassando sem ao menos googlar e conferir a veracidade da notícia de whatsapp. É como se cada um com um celular na mão se tornasse um motor em potencial na corrida pelo espalhamento da boataria. Os menos cuidadosos ainda encaminham a mensagem com um preâmbulo bonitinho na tentativa de se isentar de estar repassando informação falsa. Se receber mensagem com “ não sei se é verdade mas tô repassando porque…”, é melhor nem ler o resto.
Em Campos temos um especialista nesse tipo de coisa. Na verdade, de tão eficaz que é na construção de boatos, arrisco dizer que daria um bom escritor de obras de realismo fantástico, ficção científica ou mesmo algo steampunk. Afinal, são gêneros que exigem um enorme capacidade de imaginação.
No jogo das pós-verdade x verdade, Garotinho parece estar no primeiro time. Ele e uma parte mais apaixonada de seus seguidores não hesitam em espalhar um sem número de mentiras, boatos que tentam desestabilizar governos, moldar fatos à sua vontade na tentativa de conseguirem adesão a causa do principado da casinha da Lapa.
O último tiro pela culatra foi a difusão de “notícia” sobre um parecer que seria favorável a cassação do prefeito Rafael Diniz. Boato requentado, por sinal. Desde que seu grupo político foi apeado do poder pelo voto da maioria da população, Garotinho tenta disseminar essa mentira na pauta política e na cabeça da população. Há aqueles prevenidos, que sabem como o líder rosáceo opera sua rede, e há os que estão na iminência de despertar dessa Matrix que é o universo da pós-verdade.
O presidente e o produrador da Câmara de Campos, Marcão Gomes (Rede) e Robson Maciel Júnior (Foto de Atonio Leudo – Folha da Manhã)
Celebrada (aqui) em 12 de maio de 2016 pelo governo municipal Rosinha Garotinho (PR), no apagar das luzes do governo federal Dilma Rousseff (PT), a “venda do futuro” de Campos junto à Caixa Econômica Federal (CEF) será investigada (aqui) como “ato de improbidade administrativa e ilícito penal”. A determinação partiu do Ministério Público Federal (MPF), em parecer do procurador regional da República José Homero de Andrade. E, segundo o presidente da Câmara Municipal de Campos, vereador Marcão Gomes (Rede), o “contrato fraudulento” feito entre os Garotinho e a CEF será alvo também de uma CPI.
Através do seu procurador, Robson Maciel Júnior, o legislativo goitacá tomou ciência do parecer do MPF de 11 de dezembro. Nele, o procurador regional eleitoral acatou todos os argumentos da procuradoria da Câmara de Campos, considerados fundamentais à decisão liminar (aqui) do desembargador Marcelo Pereira da Silva, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), em 20 de junho de 2017. Foi ela que garantiu a cobrança mensal da “venda do futuro” de Campos no limite legal de 10% dos royalties do petróleo recebidos mensalmente pelo município, não nos termos pactuados entre a CEF e os Garotinho, que agravariam ainda mais a situação de caos financeiro do município.
Trechos do parecer do procurador regional da República José Homero de Andrade (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Além endossar a decisão liminar do TRF-2, favorável a Campos, o procurador José Homero de Andrade foi duro nas palavras com as alegações da CEF para querer cobrar de Campos, até 2026, o R$ 1,3 bilhão que acordou com o governo Rosinha: “beirando o cinismo a alegação segundo a qual a Caixa não seria responsável pelo destino dado pelo Executivo Municipal (comandado pelos Garotinho) à verba que lhe repassara”.
A denúncia de fraude no contrato da “venda do futuro”, feita pela procuradoria da Câmara de Campos, foi considerada “das mais sérias” pelo MPF. Para o procurador regional eleitoral, os fatos “configuram, em tese, ato de improbidade administrativa e ilícito penal”. Tudo foi oficiado ao chefe do MPF no Estado do Rio:
— Trata-se de acusação das mais sérias, de inegável relevância, a merecer imediata apuração. Para essa finalidade (…) expedirei ofício do Procurador Chefe da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro, dando-lhe ciência dos fatos que configuram, em tese, ato de improbidade administrativa e ilícito penal.
Segundo a imprensa nacional noticiou (aqui) à época, a ausência inesperada da deputada Clarissa Garotinho (atual PRB, mas então no PR) na votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na Câmara Federal teria sido trocada pelo ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) pelo empréstimo com a Caixa ao governo Rosinha. Foi a terceira operação seguida da administração rosácea daquilo que ficou popularmente conhecido como “venda do futuro” de Campos.
Além do MPF, o contrato firmado entre a CEF e a ex-prefeita Rosinha deve ser também alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Campos:
— Já tínhamos denunciado lá atrás (aqui) que a “venda do futuro” de Campos, pela prefeita Rosinha, foi uma fraude contratual. Foi a argumentação jurídica neste sentido, feita pelo procurador da Câmara, dr. Robson Maciel, que garantiu a manutenção da cobrança em 10% no TRF-2. E agora essa argumentação foi acatada também pelo MPF, que vai investigar o contrato por improbidade administrativa e ilícito penal. É dever da Câmara de Campos também fazer o mesmo. Já na próxima semana, vamos conversar com nossos pares sobre a necessidade de abrir uma CPI para investigar esse contrato fraudulento com a Caixa, lesivo aos cofres do município — garantiu o presidente do legislativo goitacá, vereador Marcão.
O presidente e o procurador da Cãmara de Campos, Marcão Gomes (Rede) e Robson Maciel Júnior (Foto de Atonio Leudo – Folha da Manhã)
Celebrada (aqui) em 12 de maio de 2016 pelo governo municipal Rosinha Garotinho (PR), no apagar das luzes do governo federal Dilma Rousseff (PT), a “venda do futuro” de Campos junto à Caixa Econômica Federal (CEF) será investigada como “ato de improbidade administrativa e ilícito penal”. A determinação partiu do Ministério Público Federal (MPF), em parecer do procurador regional da República José Homero de Andrade.
Através do seu procurador, Robson Maciel Júnior, a Câmara Municipal de Campos tomou ciência hoje do parecer de 11 de dezembro. Nele, o MPF acatou todos os argumentos da procuradoria do legislativo goitacá, considerados fundamentais à decisão liminar (aqui) do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) em 20 de junho de 2017. Foi ela que garantiu a cobrança mensal da “venda do futuro” de Campos no limite legal de 10% dos royalties recebidos mensalmente pelo município, não nos termos pactuados entre a CEF e os Garotinho.
Além da investigação do MPF, oficiada ao procurador-chefe do órgão no Estado do Rio, o contrato firmado entre a CEF e a ex-prefeita Rosinha deve ser também alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Campos:
— Já tínhamos denunciado lá atrás (aqui) que a “venda do futuro” de Campos, pela prefeita Rosinha Garotinho, foi uma fraude contratual. Para além do discurso, foi a argumentação jurídica neste sentido, feita pelo procurador da Câmara, dr. Robson Maciel, que garantiu a manutenção da cobrança em 10% no TRF-2. E agora, essa nossa argumentação foi acatada também pelo MPF, que vai investigar o contrato por improbidade administrativa e ilícito penal. É dever da Câmara Municipal de Campos também fazer o mesmo. Já na próxima semana, vamos estar conversando com nossos pares sobre a necessidade de abrir uma CPI para investigar esse contrato fraudulento com a Caixa, lesivo aos cofres do município — garantiu o presidente do legislativo goitacá, vereador Marcão Gomes (Rede).
Trechos do parecer do procurador regional da República José Homero de Andrade (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Confira a reportagem completa na edição de amanhã (24) da Folha da Manhã
Por ‘N’ razões defendo que a intervenção no Estado é uma necessidade. Penso que demorou. Perguntem, em especial, aos moradores da cidade do Rio de Janeiro e regiões próximas;
2) Esta ação não está ferindo a Constituição Federal. Está no âmbito do Estado de Direito;
3) Esta intervenção não é um ato apenas burocrático, ele é político também, óbvio;
4) Em especial neste ano eleitoral, esta intervenção expressa um ato político-eleitoral. Um ato de atores explícitos ou não, pertencentes as relações de poder em nosso país;
5) Esta intervenção é Golpe? Para mim, NÃO!;
6) Poderá compor um Golpe de Estado? Talvez, tenho muitas dúvidas. Como variados atos políticos/sociais podem compor a instalação de um Estado de Exceção. Levar à suspensão das eleições neste ano? Talvez, tenho muitas dúvidas;
7) Esta intervenção foi devido ao Carnaval carioca, marcado pela crítica e denúncia no âmbito político-social? NÃO! Foi devido as faixas presentes em favelas de apoio ao Lula, que ameaçava o ‘morro descer’? Para mim, NÃO! Menos;
8) Como ato político-eleitoral de maior amplitude, esta intervenção dando certo em seus objetivos ‘técnico-humanos’, poderá gestar um candidato viável à direita? Para mim, é PROVÁVEL. Que tal, ‘Rodrigo Maia’? OBS: seu discurso no ato de assinatura do decreto foi o único que recebeu aplausos, tímidos, mas, houve;
9) Esta intervenção é para apoiar a candidatura de Bolsonaro? Para mim, NÃO! Menos;
10) Com esta intervenção, o governo federal está dando ‘um tempo’ na Reforma da Previdência? SIM. Talvez, nem aconteça… (anotações de 16/02/2018 – 6ªf – 15h41).
Horas depois da assinatura do Decreto Nº 9.288/2018 da Intervenção, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, anuncia a retirada da PEC da Reforma da Previdência da pauta; 12) e, na segunda, 19/02, o ministro articulador do governo Temer, Carlos Marun anuncia a retirada desta PEC do Congresso Nacional, por ‘insegurança jurídica’(!?).
Devido à ignorância ou má intenção (interesseira?) percebi ao longo da semana muita confusão com o significado constitucional de ‘intervenção federal na segurança pública’ e ‘intervenção militar’, que são coisas diferentes;
14) Preocupada fiquei com a confusão generalizada (intencional?) entre ‘intervenção federal ou militar’ com o dispositivo constitucional denominado GLO – Garantia da Lei e da Ordem no Rio de Janeiro; daí anotei sobre a presença, as ações das Forças Armadas no Rio de Janeiro, através da GLO:
Acontece através do amparo da Constituição Federal no seu artigo 142, pela Lei Complementar 97/1999 e pelo Decreto 3897/2001: GLO – GARANTIA DA LEI E DA ORDEM. Dando poder as Forças Armadas para apoiar operações pontuais de combate ao tráfico de drogas, roubos de cargas, etc.,etc. É a Presidência da República quem autoriza a GLO;
Foram 12 ações de GLO no Rio: a 1ª) foi em outubro de 2008 (eleições municipais); 2ª) de dezembro de 2010 a junho de 2012 (Ocupação do Complexo do Alemão); 3ª) julho de 2011 (V Jogos Mundiais Militares); 4ª) junho de 2012 (Rio + 20), 5ª) outubro de 2012 (eleições municipais); 6ª) julho de 2013 (Jornada Mundial da Juventude); 7ª) julho de 2014 (Copa do Mundo); 8ª) de abril de 2014 até junho de 2015 (Ocupação do Complexo da Maré); 9ª) agosto de 2016 (Jogos Olímpicos); 10ª) outubro de 2016 (eleições municipais); 11ª) fevereiro de 2017 (votação do pacote de austeridade); 12ª) a partir de julho de 2017, para a implantação do Plano Nacional de Segurança no Rio;
Na 12ª ação, as operações do tipo GLO deram apoio em operações conjuntas e pontuais com as polícias Civil e Militar para combater o tráfico de drogas e os roubos de carga. Desde então, houve incursões nas favelas da Rocinha, Cidade de Deus, Jacarezinho, Mangueira, Tuiuti, Arará, Mandela 1 e 2, Barreira do Vasco, Complexo do Salgueiro, Anaia, São Carlos, Zinco, Querosene e Mineira. Como parte da GLO do Plano Nacional de Segurança, o Exército também foi usado na disputa de facções da Rocinha.
A ‘INTERVENÇÃO FEDERAL NA SEGURANÇA PÚBLICA DO RJ’ (13ª ação), difere das outras 12 vezes em que o Exército foi chamado a intervir no Estado. Porque “evoca os artigos 144 e 145, que tratam da gestão da segurança pública – o que inclui traçar estratégias e destinar recursos – de um Estado da Federação.”
Registrei também algumas observações 15) sofre o tráfico de drogas e de armas neste contexto:
Há que se registrar no drama da violência do Estado do Rio, que as questões do tráfico de drogas e das armas e das milícias articulam-se com a questão política, econômica e político-eleitoral. Um aspecto ‘novo’, que devemos atentar, porque remete mais ou menos aos anos de 2014/15 em diante, ou seja, até hoje, é o acirramento e a complexidade da ‘guerra entre facções do tráfico’, com a entrada no Rio de Janeiro do PCC – Primeiro Comando da Capital, a poderosa facção paulista, a maior do Brasil, que passa a expandir seus negócios, organização, metodologias, etc, por aqui, em rivalidade com o CV – Comando Vermelho (a maior facção do Rio). Numa verdadeira guerra por territórios, deixando para trás, mais ou menos 20 anos de ‘paz’/sociedade entre eles.
“A ofensiva, que mais parece uma estratégia de expansão empresarial, contempla também acordos comerciais com outras facções criminosas e o monopólio da distribuição de drogas e armas na favela considerada como a mais rentável do Rio, a gigantesca Rocinha, na rica Zona Sul. O objetivo é aumentar o lucro e enfraquecer o novo inimigo – o Comando Vermelho.”(cf. https://ponte.orge https://brasil.elpais.com)
Ao longo da semana ‘chefes/comandantes/líderes’, em especial do PCC, foram presos ou morreram (fora do RJ).
No mesmo dia 16/02, dia do ‘decreto’, lendo alguns outros noticiários/artigos, deparei-me 16) com mais informações sobre a possibilidade de Lula não ser preso, em especial da colunista de ‘O Globo’, Lydia Medeiros, com o título ‘Poder em jogo’ – “A mudança do entendimento sobre a prisão após condenação em segunda instância já é dada como certa no Supremo Tribunal Federal, diz a colunista Lydia Medeiros, no jornal O Globo; apesar das negativas da presidente da Corte, Cármen Lúcia, sobre sua intenção de pautar novamente o assunto, a decisão do relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin, de levar ao plenário o pedido de habeas corpus feito pela defesa do ex-presidente Lula forçará uma deliberação; há sinais claros de que Gilmar Mendes mudará o voto dado pela prisão, e de que Rosa Weber manterá sua posição contra a execução da pena após a segunda condenação; com isso, prisão do ex-presidente Lula não deve acontecer.”
Daí anotei, para não esquecer, uma pergunta meio ‘maluca’(!?) – 17) E aí, a intervenção federal no Rio será boa ou ruim para sua candidatura??
E a cabeça teimosamente refletindo, mas ciente de que deveria parar, a fim de obter um fôlego e tempo necessários para estudar mais a área de economia-política à luz da crise iniciada no final de janeiro e os novos acontecimentos por aqui, terminei minhas notas, pensando a intervenção federal no Rio a partir da ‘política como um tabuleiro de xadrez’; e fui finalizando assim: 18) CÁ PRA NÓS, O TEMERÁRIO FEZ UMA ‘JOGADA DE MESTRE’ NA MOVIMENTAÇÃO POLÍTICO-ELEITORAL! Teve o efeito surpresa. O conteúdo escolhido – violência/segurança, é ao mesmo tempo estratégico, como também, urgente e sensível às subjetividades de quem vivencia 24 horas por dia a insegurança e as perdas de vidas (isso é concreto);
19) COMO VAMOS RESPONDER? TAMBÉM COM AÇÕES EM UNIDADE NO CAMPO DA POLÍTICA!
Falo em unidade porque temo um desenrolar que volte a alimentar um ‘acordaço conciliatório’ pelo alto. Afinal, tudo caminha, pelo menos até agora, para a derrubada no STF do tema ‘prisão em segunda instância’.
Executado na Barra da Tijuca com um tiro na nuca, Renato Chagas de Souza Júnior teve o corpo sepultado ontem (22), no Caju (Foto: Folha da Manhã)
Sete suspeitos de integrarem a milícia do jogo da Zona Oeste do Rio, onde Ericksson e Renato seriam executados, foram detidos e encaminhados à 134ª DP de Campos, em 05 de outubro de 2016 (Foto: Folha da Manhã)
Milícia do jogo suspeita de mortes (I)
Em plena intervenção federal no Estado do Rio, os campistas ficaram chocados com o assassinato (aqui) de dois conterrâneos na capital fluminense. Ericksson Rodrigues Calil e Renato Chagas de Souza Junior foram executados, cada um com um tiro na nuca, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste carioca. Ocorrido entre domingo e segunda, o crime teria sido um acerto de contas com a milícia do jogo, com o qual os dois estariam envolvidos. Ericksson tinha passagens na 134ª DP por envolvimento com a atividade, enquanto Renato teve sua ligação com o jogo clandestino apontada em áudio que circulou, após as mortes, no WhatsApp.
Milícia do jogo suspeita de mortes (II)
Na verdade, o crime recente teria ligação com uma ocorrência policial estranha, um pouco mais antiga. Em 5 de outubro de 2016, sete homens em dois carros foram detidos (aqui) por atitude suspeita no cruzamento das avenidas 28 de Março e José Alves de Azevedo. Abordados pela PM local e encaminhados à 134ª DP, três deles se revelaram PMs do Rio, enquanto os outros quatro tinham extensa folha corrida. Um seria envolvido com a milícia da comunidade de Gardênia Azul, em Jacarepaguá, na mesma Zona Oeste carioca onde os dois campistas foram assassinados.
Milícia do jogo suspeita de mortes (III)
Em 2016, a polícia de Campos chegou aos sete homens vindos do Rio, por acaso. Como o juiz da 129ª Zona Eleitoral (ZE) de Campos, Ralph Manhães, estava à frente da Chequinho e reside em um condomínio em frente de onde os dois carros pararam, suspeitou-se de uma ação contra ele. Não era, mas pode estar ligado à dupla execução no início da semana. As informações estão com a Divisão de Homicídios da capital. Ontem, o aplicativo do EC Games, usado para fazer apostas de futebol em Campos e região, anunciava (aqui): “Estamos em LUTO, porém o SONHO continua! Vida que segue!”. EC são as iniciais de Ericksson Calil.
Como o aplicativo da EC Games tirou sua mensagem de luto do ar, após a publicação do Ponto Final de hoje, aqui a sua reprodução
General como secretário
Com a intervenção federal na Segurança do Rio, o novo secretário estadual da pasta passará a ser um militar da ativa do Exército. Um dos nomes cogitados é o general Richard Fernandez Nunes, segundo afirmou o porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Roberto Itamar. Segundo ele, o nome definitivo ainda será debatido em Brasília e só será anunciado oficialmente na terça-feira (27). Fernandez, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, ficou por três meses à frente da ocupação militar do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Fernandez foi promovido nesta semana a general de Divisão, três estrelas.
Violência sem fim
Hoje, o interventor, general Braga Netto, e o governador Luiz Fernando Pezão se reúnem para falar sobre a intervenção. A proposta não é só discutir o destino do comando da secretaria de Segurança, mas também os primeiros resultados da operação no Rio. Mesmo com a intervenção federal, os casos de violência seguem assustando da Região Metropolitana ao interior. Ontem, em Niterói, nem um tenente do Exército escapou da ação de assaltantes e foi baleado. Em Campos, em uma das principias avenidas, a 28 de Março, bandidos trocaram tiros com um policial de folga após um assalto.
Bola fora
Viajando durante mais temporal na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella fez piada com a situação: “Lá em São Paulo também tem enchente. Vão até lançar um programa novo: o Balsa Família”. Crivella estava em Brasília, na quarta, onde foi pedir recursos ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para a realização de projetos sociais em áreas conflagradas pelo crime organizado. Ele só voltou ao Rio ontem. Na semana passada, durante a forte chuva que deixou quatro mortos, o prefeito estava viajando pela Europa, onde passou o Carnaval.
Posse marcada
Reeleita com 685 votos, a presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Renata Gil, toma posse para o biênio 2018-2019 na próxima segunda-feira (26), às 17h30, no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio. A juíza ressaltou que o desafio é reforçar o combate à retaliação contra a atuação firme e independente dos juízes. “Nossa proposta é sempre trabalhar com afinco em defesa dos interesses da magistratura. Especialmente no cenário nacional, diante dos graves ataques em curso às nossas prerrogativas”, disse.
Isaías. parte do complexo escultório “12 profetas”, esculpido em pedra sabão por Aleijadinho (1730/1814), nas escadarias do Santuário de Bom Jeseus de Matosinhos, na cidade mineira de Congonhas (Foto: Aluysio Abreu Barbosa)
O corpo estava pálido. Mais do que o normal. Atipicamente branco e frágil. A ausência de luz provinha de sua atual condição: morto. Parado. Duro. Frio. Um corpo que, outrora, aquecera o homem que o observava. Esperava movimentos. Reações. Mantinha a esperança. Permanecia a analisá-lo sem desviar o olhar. “Quem sabe ela possa respirar a qualquer momento? Ou mexer as mãos.”
As mãos.
Ainda com unhas ainda pintadas. Pretas e longas. Agora, estavam gélidas e inúteis. Há uns dias, os dedos passeavam pelos cabelos dele e acariciavam sua cabeça. Estava cansado. Dividiam a cama de solteiro de seu quarto. A proximidade dos corpos gerava um calor que, hoje, parecia impossível.
“Eu entendo, mas você precisa buscar novos caminhos. De que adianta insistir no que não te faz bem?”, questionava ela, atenciosa na escolha das palavras. Não queria magoá-lo. Se dissesse que via seus atos como perda de tempo, ele se chatearia. Era calmo, mas, por quaisquer motivos, abandonava a tranquilidade e se tornava agressivo. Não gostava de vê-lo assim.
Tocou a pele da mulher que jazia à sua frente. Pensou, durante muito tempo, em colocar um anel em seu dedo e fazer dela sua esposa. Casar. Viver histórias sob o mesmo teto. Acompanhar os dias bons e ruins. Desistiu após concordar que não foram feitos para o matrimônio.
“Terminaremos em apuros, querido. Prefiro permanecer a vida como está. Compartilhamos afagos descompromissados. Enquanto for bom, ficaremos ao lado do outro”, afirmou.
“E agora, querida, cadê a vida que você queria manter?” Ele continuava à espera de respostas. De que aquilo, em algum momento, seria revertido, e ela retornaria para dar-lhe o colo nos momentos de ansiedade.
O colo.
Quente. As pernas grossas se transformavam em travesseiro. “Largue suas angústias quando passar pela porta, menino”, ela dizia. Mas estava sempre pronta a ouvi-lo e afastar o que lhe fazia mal. Possuía o dom de escutar e enxergar o outro sem pré-julgamentos e pré-conceitos. Mesmo pouco à vontade, era suficientemente delicada para não dispensar os aflitos e atormentados que apareciam, a qualquer hora, e batiam à porta.
“Como você aguentava essas pessoas?”, perguntou, em voz alta. Deveria ter tirado suas dúvidas quando ainda havia tempo. Ela teria respondido cordialmente. Era uma mulher generosa, embora a paciência, por vezes, lhe faltasse. “É por amor. Amor às causas perdidas”, ouviu a voz imaginária. Teriam sido essas as suas palavras? Quais expressões apareceriam em seu rosto enquanto ela interpretava as falas? A boca se esticaria em um sorriso depois do término?
A boca.
Rosada. Por vezes, quase vermelha. Quando sorria, parecia menina. Os traços dos lábios indicavam o humor do dia: quando apertados, apreensão; quando soltos, leveza; se estivessem mais esticados, alegria. Era visível e previsível.
“O que aconteceu?”
“Nada. Por que a pergunta?”
“Seus lábios mostram sua tensão. Você não tem talento para me enganar, minha menina. Tão querida.” E beijou a boca antes retesada. Sorriu em resposta ao ato. Gostava de ser surpreendida. Ele conhecia seus desejos, mesmo que afirmasse o contrário para agradá-la. Batia, de modo delicado, os nós dos dedos quando discordavam dela. Característica percebida por quem a conhecia verdadeiramente.
O corpo.
Tocou boca, mãos, pernas, dedos, colo. Tateava todas as partes desnudadas por ele. Sentia falta da reciprocidade. “Será que, desta vez, ficarei mesmo sozinho?” Uma gota escorria pelo rosto dela. Era dele a lágrima que percorria espaços por onde línguas e lábios e ternura se alternaram. Buscava sinais vitais que abandonaram a mulher há horas, mas ela permanecia na mesma posição.
Um homem, com a voz delicada, pediu licença. Precisava ajeitá-la para a cerimônia. “É a última desta noite. Temos hora para encerrar o expediente”.
Por sua mente, passaram as cenas das últimas noites e sonhos; coxas entrelaçadas, abraços, palavras soltas e planos. “Última desta noite para encerrar o expediente”, sibilou. Despediu-se com beijo. O frio se apossou de seu corpo. Os dois, homem e mulher, mergulhados na apatia. Presente e futuro, agora, conjugados no passado.