Amin Botequim, no Parque Corrientes (Foto: Divulgação)
Instalado na rua Amin Salim, penúltima tranversal da avenida Alberto Torres, no Parque Corrientes, o Amin Botequim conquistou clientes assíduos na cidade. Não só por seu cardápio variado e de qualidade, ou pela cerveja sempre gelada, mas também por ser uma opção para quem quer fugir do eixo da avenida Pelinca. Mas, até o fnal deste mês de maio, se prepara para abrir uma filial também na Pelinca, na esquina com a rua Formosa, onde funcionou o Sistema Bruto.
A ideia do casal Eleonora e Areno Parente, proprietário do Amin, surgiu há cerca de três meses. De lá para cá, o novo local passa por reformas. Responsável pela cozinha, Eleonora diz que pretende levar alguns pratos do Amin original à filial da Pelinca, mas quer também lançar alguns pratos novos. O botequim manterá o serviço de delivery do tradicional ponto do Parque Corrientes. Que seguirá abrindo de quarta a domingo (a partir das 18h de quarta a sexta e do meio-dia, nos finais de semana). Na Pelinca, a ideia inicial é abrir de segunda à segunda, a partir das 10h da manhã.
Filial do Amin, na esquina da Pelinca com a Formosa, deve abrir no final deste mês (Foto: Divulgação)
Por fim, Rafaela analisará a política cultural dos governos Wladimir Garotinho (sem partido) e Jair Bolsonaro (PL), assim como a cultura enquanto tema das campanhas a deputado estadual, federal, governador e presidente. Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quinta pode fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Por Aluysio Abreu Barbosa, Arnaldo Neto, Cláudio Nogueira e Matheus Berriel
Eleito presidente da Câmara Municipal de Campos no pleito anulado pela atual Mesa Diretora, Marquinho Bacellar (SD) espera que a Justiça ou o prazo máximo da eleição até dezembro confirme o resultado de 15 de fevereiro. Mas ciente de que sua maioria mínima de 13 vereadores caminha à ampliação, no caso da reeleição em outubro do irmão Rodrigo Bacellar (PL) e de Cláudio Castro (PL), respectivamente, a deputado estadual e a governador. Em entrevista no início da manhã de ontem (17) ao Folha no Ar, Marquinho falou do seu nome como de consenso na oposição, defendeu o voto do edil Maicon Cruz (PSC) que definiu sua vitória, revelou nomes de colegas que podem ampliar sua vantagem, das defecções governistas e seus motivos, da ameaça aos mandatos oposicionistas, do ex-governador Anthony Garotinho (União), do trabalho estadual de Castro e Rodrigo por Campos, do prefeito Wladimir Garotinho (sem partido), da queixa-crime contra o atual presidente Fábio Ribeiro (PSD), da redução do remanejamento do Executivo no Orçamento municipal e voltou a negar qualquer acordo para a eleição da Mesa Diretora.
Marquinho Bacellar no microfone da Folha FM 98,3 (Foto: Genilson Pessanha/Folha da Manhã)
Nome de consenso da oposição – Meu nome não era apresentado como presidente. A gente tinha dois nomes no grupo: Helinho Nahim (PTC), sempre imaginando que o governo iria antecipar essa eleição, pela história de vida que ele tem com o grupo, ele já imaginava isso. E tinha o nome de Nildo Cardoso (União), por toda a experiência. Foi decidido realmente no dia da votação que teria que ser o meu nome, para unificar o grupo. Houve resistência da minha parte, da parte do meu irmão, do meu pai, porque realmente, num primeiro mandato, eu, particularmente, considero que precisava de uma bagagem maior para o posto de presidente. Mas, vendo a incapacidade administrativa e de grupo do atual presidente, vendo o quadro de ter que ter um nome para unificar o grupo, para gente não ter um grupo dividido, me coloquei à disposição. Como todos sabem, sou filho de Marcos Bacellar. Não sou omisso, não fujo de uma briga. Graças a Deus, conseguimos articular bem, em cima da hora, e conseguimos vencer a eleição. Como todos puderam ver, foi declarada a minha vitória. Infelizmente, essa eleição está por conta do Judiciário. Acredito que a eleição para presidente está decidida.
Após assumir compromisso com governo, Maicon define vitória da oposição – Se durante a plenária, com todos assistindo, a imprensa toda, quase foi agredido pelo vice-presidente da Casa (vereador Juninho Virgílio, União), imagina dentro de uma sala trancada. Se ele diz “não vou votar”, o que aconteceria ali dentro? Se, em vídeo, está comprovado que houve uma tentativa de agressão física, houve agressão verbal. Então, eu realmente não sei o que se passou lá dentro. Não julgo o Maicon por isso, tanto que posso conversar com ele e, hoje, já falei várias vezes para ele que foi corajoso demais ao tomar a atitude que tomou. É muito difícil você sair de baixo de um cabresto de Garotinho.
Após Maicon e Dandinho (Rio Preto, PSD) quem é o 15º vereador da oposição? – Para a mídia, não parece, mas o nosso 15º vereador é Marcione (da Farmácia, União): apoia Rodrigo Bacellar para deputado estadual e está na base do prefeito. A gente tem Silvinho (Martins, MDB), que foi eleito no grupo de Rodrigo e também está na base do governo. Então, se a gente for avaliar em questão de apoio a Rodrigo, não são nem 14 no grupo. Abdu tem um candidato dele (a deputado estadual), Bruninho (Vianna, PSD) é pré-candidato a deputado estadual e está no grupo. Mas, no contexto geral, 15º para a oposição ainda não tem. O Dandinho, a conversa dele foi exclusiva de apoio ao Rodrigo. Foi uma conversa que eles tiveram. Na Câmara, o 15º depende da incompetência ou da má gestão de Wladimir. Se ele continuar com projetos complicados para a população, que desgastam o vereador e prejudicam a população, ele vai desgastar a base do governo. Ninguém vem para outro grupo política se não tiver insatisfeito. Eu comecei o meu mandato sozinho na oposição. Fui aprendendo a falar. Fui o único que não votei em Fábio Ribeiro para presidente. E fui aprendendo no dia a dia. Lógico, com toda a história do meu pai, do meu irmão. Mas, hoje, a figura é Marquinho Bacellar, um cara que sempre foi de bastidor e aceitou o desafio de estar à frente. Devagar, no dia a dia, fui vendo: Abdu (Neme, Avante) muito experiente, insatisfeito; Nildo, muito experiente, insatisfeito.
Saída de Fred (Machado, Cidanania), Raphael (Thuin, PTB) e Bruno da base no projeto do Código Tributário – Ali (em maio de 2021), no aumento de imposto, foi algo que eu particularmente nunca vi daquela forma que foi feita. Mandar um chumaço de projeto de 500 folhas às 15h para a gente apresentar um voto às 17h deixou claro que nem a base do governo leu. “Toma e vota!”. Digo hoje que, graças a Deus, com a experiência de Fred Machado, que já foi presidente daquela Casa, Thuin e Bruninho realmente eram mais próximos, conversaram e chegaram num entendimento de que, daquela forma, não ia passar. A gente conseguiu tirar de pauta na madrugada, foi até 3h da manhã. E a gente veio brigando com aquilo. Infelizmente, passou grande parte, mas alguma parte a gente conseguiu travar.
Wladimir disse: “Ou vai ou racha” – E rachou. Rachou e rachou muito. Por isso que eu digo: o prefeito não está tendo o poder de articulação que se esperava dele.
Ameaça de afastamento dos 13 vereadores de oposição – A questão do afastamento ou o nome que ele (Fábio Ribeiro) quer dar, eu entendo como cassação de mandato. Foi uma forma covarde. Como a gente costuma dizer, jogou fora da bola com os colegas ali. Todo mundo sabe a luta de cada colega que está ali. Político já é muito difamado na rua, mas a gente sabe o suor que a gente tem para chegar ali, a história política a gente tem que ter. Eu, particularmente, considero mais fácil a minha trajetória, por toda a história do meu pai, do meu irmão. Mas, eu sei o que me doei para estar ali. E há colegas ali que não têm uma família política como eu tenho. Então, por causa de uma divergência, de perder uma batalha política, você pedir a cassação de um mandato… O senhor não está pedindo um vereador; está afetando a família, o grupo e os eleitores desse vereador. Então, é algo que fugiu da bola. Graças, a Deus o Ministério Público e o juiz de Campos entenderam que não cabe cassação de vereador.
Eleição da Mesa Diretora – Fábio realmente se perdeu no meio dessa pressão de grupo político e de tomar atitudes erradas. Está por conta da Justiça do Rio, aguardando o parecer do Ministério Público do Rio também, para o juiz tomar a decisão. Mas, diferente do juiz de Campos, o parecer do juiz do Rio deu a entender, sim, que se for considerado que houve uma falta de atitude correta por parte do presidente, ele vai intervir e dizer que a eleição tem que ser mantida ou tem que ser refeita de imediato, ou, na pior das hipóteses, no final do ano. Eu confio muito na Justiça. Assim que o Ministério Público der o parecer deles, espero que seja favorável à gente e acredito que vai ser, eu acho que essa eleição vai ser colocada em pauta antes da eleição para deputado, governador e presidente. Assim espero. Pelo que o Judiciário diz, a gente também está confiante nisso.
“Puxadinho da Prefeitura” – o A gente já entende que a Câmara, usando o linguajar popular, é um puxadinho da Prefeitura. E acho que não pode ser assim. Você pode, sim, ter um presidente da base do prefeito. Mas, com limites. E ali não está tendo.
Papel de Garotinho – Em relação ao Garotinho, é lógico que tem que ser respeitada toda a história dele na política, onde ele chegou, mas eu considero que Garotinho hoje perdeu o tempo da política. Eu respeitava muito ele por articulação, por ter sempre um grupo à mão. Hoje, a gente não vê isso. Hoje, a gente não vê ele conseguindo interferir tanto no prefeito, que é filho dele. Eu vejo ele mais atrapalhar o Wladimir do que ajudar. E essa forma de falar. “Ah, Garotinho falou que alguém vai te trair”. Se a gente for botar ao pé da letra tudo o que Garotinho fala, o mundo acaba. Inventa cada coisa e faz os vídeos dele, algo mirabolante, de que sempre tem alguém perseguindo. Agora ele cismou que o Rodrigo está perseguindo ele. Se você olhar a agenda de Rodrigo, é insana. Eu não consigo falar com meu irmão. Então, o Rodrigo vai tirar tempo para perseguir Garotinho?
Castro e Rodrigo – O tamanho, hoje, que o Cláudio (Castro, PL) está trabalhando e Rodrigo está trabalhando, quanto mais Campos evoluir, independentemente do prefeito, é bom para a população e é bom para todo mundo. O que eles estão se desdobrando para ajudar a reconstruir nossa cidade, não está brincadeira. O que o governador vem fazendo por Campos, na minha curta passagem na política, eu não vi nenhum governador fazer. É lógico, o Cláudio é muito bom, mas quem está lá é o Rodrigo, um cara da cidade, um cara que tem um irmão vereador e que tem uma trajetória política toda construída aqui dentro. Então, é lógico que ele está puxando para Campos, está trazendo o que ele puder para ajudar Campos.
Briga de grupos? – “Ah, existe uma briga política”. Eu não considero uma briga de grupos políticos em Campos, considero uma briga de vaidade do prefeito em não assumir que existem outros grupos políticos que podem ajudar Campos, se ele permitir. Você já imaginou se parasse essa picuinha do prefeito em atacar Rodrigo em rede social, atacar vereador de oposição? Ele vai inaugurar uma UBS dele e, em vez de falar das qualidades, vai bater em vereador de oposição. Então, todo momento que ele tem para unificar Câmara, Prefeitura e Governo do Estado, ele usa para piorar uma situação.
Elogio e críticas a Wladimir – Já pude falar em plenária e falei para o prefeito diretamente: quanto mais ele se afastar do pai, da mãe e da irmã, ele vai ter oportunidade. O pai e a mãe realmente têm mostrado um desgaste em rede social com ele, expondo briga familiar sem necessidade, vendo que seu filho está num turbilhão de problemas, precisaria de apoio e não de críticas familiares expostas ainda ao público. Então, se ele se afastar e se ele voltar a botar a carreira dele na linha, como estava em Brasília. Ainda dá tempo de fazer o nome dele na história. Ninguém pede para ele: “Ah, não sou mais filho de Garotinho”. Não! Constrói a sua história na política. Ele recebeu muitos elogios na passagem dele por Brasília, era assumido isso na rua: “Está mostrando um poder de articulação muito bom”. E quando ele venceu, eu vi esperança, achei que fosse fazer o nome dele, porque largou o mandato em Brasília para assumir um desafio grande, porque a Prefeitura realmente está numa dificuldade financeira muito grande. Achei que ele não fosse vir jogar o nome dele. Não votei nele, não apoiei. O grupo de Rodrigo escolheu (apoiar) ele. Fiquei na minha, fiquei em casa. Não apoiei nem o Caio nem ele, respeitando a maioria do grupo. E fui vendo, no dia a dia, que não está construindo a história. Está repetindo os erros do pai. Costumo falar para o meu pessoal: meu pai é o melhor pai do mundo, é lógico. Qualidades extremas, demais. Defeitos, tem, como todo mundo tem. Então, acho que o papel de todo filho é a evolução. Você pega o que o seu pai tem de bom, e o que ele errou, você vai tentando não errar. E eu vejo Wladimir cometendo os erros que o pai cometeu, e até de forma maior, nessa questão de perseguir, de não dar autonomia para o grupo. Se você for ver uma questão: vereadores que estavam na base do governo e hoje estão na oposição, sobem no plenário para falar toda sessão, coisa que não falavam dia nenhum. Então, você vê a liberdade, a tranquilidade de a pessoa subir e defender (o conserto de) uma lâmpada queimada, um buraco na rua, uma falta de médico, um transporte caótico. Coisa que, na base do governo, se você fizer você, vai ter retaliação. E é algo que você está fazendo não é para criticar Wladimir, mas para alertar o secretário.
Queixa-crime da oposição contra Fábio – Após a decisão da eleição, aquela confusão do vice-presidente tentar agredir Maicon, se encerrou a sessão naquele momento. Pude ir lá atrás, na sala do Fábio, e falei com ele: “Você perdeu uma batalha, não perdeu a guerra. Não se preocupe que não haverá perseguição de forma alguma no nosso mandato como presidente. Fique tranquilo para trabalhar de forma tranquila, você só perdeu uma batalha”. Ele muito me agradeceu, falou que ia botar a cabeça em ordem, que estava ainda atordoado do movimento precipitado que fez. Então, ali, no meu entender, eu já dei uma forma de abrir um diálogo com ele. O movimento antecipado dele não deu certo. E a gente procurou a delegacia porque o artigo 156 e o artigo 281 nos dão direito a falar na sessão. Se você pegar o regimento, se eu pedir artigo 156, eu tenho direito a falar; se eu pedir explicação pessoal, eu tenho direito a falar. E eu digo: como presidente, se um vereador quiser falar, ele não tem que usar o regimento. A Casa ali é para isso, é para debate. Se um vereador está lá e disser que quer falar, não cabe mais no regimento: dá a palavra ao vereador. O ele vai fazer? Se ele atacar de forma ilegal, se ele bater fora da bola, a gente vai encerrar. Mas, deixa o vereador falar. Ali é uma Casa para se debater, para se discutir, para se chegar numa solução. E ele vem retaliando a gente. A gente não podia falar. Desde a votação, a gente pediu uma palavra para explicar o que aconteceu, e não dava. De forma descarada: “Não vou dar”. Se a gente está ali com o regimento embaixo do braço e não está sendo respeitado, a gente ia fazer o que mais? Cruzar o braço e deixa-lo tocar a sessão da forma que ele quisesse, sem nos dar direito a falar e se defender? Então, a única solução de imediato que a gente buscou foi ir à delegacia. Por questão de abuso de poder, a gente não está podendo exercer a nossa função.
Mudança do Regimento Interno da Câmara – Já pude antecipar para os colegas, os 13, agora 14, e alguns veículos de imprensa também. Acho que um dos primeiros passos que a gente tem que ter ali dentro é a reformulação desse Regimento Interno, porque não pode um Regimento que tem que ser seguido à risca ter várias interpretações. Realmente, se você ler o regimento de forma branda, sem puxar para lado nenhum, você chega no entendimento do regimento. Mas, quando você está mal-intencionado a puxar para um lado ou puxar para o outro, você consegue ali dentro achar caminhos que possam levar para onde você quer. E eu acho que o regimento não pode ser assim, a constituição tem que ser taxativa. É assim, é assim, não é assim. Como todos sabem, o que ele usou do regimento foi de que Nildo não votou. Nildo tinha uma chapa apresentada. Ele abre a votação, apresenta a chapa dele. Nildo levanta no púlpito da plenária e diz: “Estou retirando a minha chapa, estou apresentando a chapa de Marquinho Bacellar e peço aos colegas que entrem comigo na chapa”. Deu-se a entender a todo mundo que assistia à sessão, ao primeiro-secretário Leon (Gomes, PDT), ao presidente Fábio, que Nildo antecipou o voto dele na minha chapa. Feito assim, Leon não fez a chamada nominal de Nildo. Isso ninguém nega, está num vídeo no YouTube. Então, dá-se a entender que, por má fé, por eu (Fábio) ter perdido, vou usar isso aqui do regimento e vou embargar essa eleição. Agora, se eu for seguir o regimento ao meu favor, eu consigo também. Nildo antecipou, o voto dele está gravado em vídeo. Se existe dúvida, pergunta ao Nildo qual é o seu voto. A maioria no plenário decide, vamos botar para o plenário decidir.
Remanejamento do Orçamento de 30% para 5% ao prefeito – Mesmo com 30%, se a gente for ver no quadro geral, a cidade demonstra total abandono. Eu estava vendo uns tópicos: UBS fechada, hospital sem pediatra, esgoto a céu aberto em Travessão, criança sem merenda, Vila Olímpica do Jóquei abandonada. A gente vê que não é questão de remanejamento que vai melhorar a nossa cidade. Eu acho que a questão do remanejamento de 30% dá muita autonomia a ele para tomar atitudes sem precisar da Câmara. E eu acho que quanto mais um prefeito precisar da Câmara, é melhor para a população. Se fossem 50%, 100%, a cidade permaneceria a mesma coisa. Então, não é desculpa dele falar assim: “Ah, a oposição quer em 5% para me amarrar”. Nós estamos tendo várias conversas entre os vereadores, o jurídico dos vereadores, figuras importantes da nossa cidade com experiência política, e estamos tentando chegar num consenso do que seria melhor de remanejamento, visto que o servidor está sem reajuste há sete anos e você vê o descaso do prefeito com o sindicato mais uma vez entrando em greve. Ele tem que mandar para a Casa, sim, onde ele vai gastar, e a gente tem que aprovar. O nosso papel ali é esse: propor projetos bons para a população e fiscalizar o prefeito.
Acordo para a Mesa Diretora? – Eu acho que não pode haver acordo na Mesa Diretora, porque a nossa chapa está montada. Com qualquer acordo ali, você vai descumprir uma palavra com os vereadores que vêm com a gente ali, lutando no dia a dia, que aceitaram o desafio de acreditar na independência deles ali dentro. Então, eu acho que não tem acordo. Para a população, não seria interessante um acordo, porque talvez o medo deles (do governo) é ter uma Câmara realmente independente. E em qualquer cidade, em qualquer parlamento, a Câmara tem que ser independente. Isso é bom para a população, é a única forma de a população ser protegida se o prefeito cometer algum excesso.
Página 2 da edição de hoje da Folha da Manhã
Confira abaixo, em quatro blocos, a íntegra da entrevista do vereador de oposição Marquinho Bacellar ao Folha no Ar de ontem (17):
Wladimir, prefeito de Campos, entre Marquinho Bacellar, Rodrigo Bacellar e Cláudio Castro, e o “fogo amigo” de Rosinha, Clarissa e Anthony Garotinho (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
De 30% a 5%, remanejamento é a questão
Levantado por esta coluna no último sábado (14), a redução do remanejamento do Orçamento de Campos pelo prefeito, doas atuais 30% a 5%, foi pauta confirmada no Folha no Ar de ontem. Que entrevistou o vereador de oposição Marquinho Bacellar (SD). Como exemplificado na Folha FM, remanejamento é o seguinte: na reforma da casa, o sujeito orçou gastar 2X na sala e 1X no banheiro. No correr da obra, a sala saiu por 1,7X, enquanto a do banheiro estourou o orçamento. No caso do prefeito, ele pega esses 30% que sobraram de um lugar e remaneja a outro. Com 5%, só poderia usar os 25% restantes com autorização da Câmara.
Com um pé no grupo dos Garotinho e outro no grupo dos Bacellar, os vereadores Dandinho Rio Pretio, Marcione da Farmácia e Silvinho Martins (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Bacellar ampliam maioria
Se já tem a maioria simples de 13 edis para a mudança do percentual de remanejamento do prefeito Wladimir Garotinho (sem partido), que elegeu Marquinho presidente da Câmara no biênio 2023/2024, em pleito anulado pela atual Mesa Diretora, o líder da oposição confirmou que sua maioria seria hoje ainda mais folgada. Além de Dandinho Rio Preto (PSD), que já declarou se manter na base de Wladimir, como seu apoio ao deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), irmão de Marquinho, este deu ontem mais dois nomes de vereadores que já estariam com um pé em cada grupo: Marcione da Farmácia (DEM) e Silvinho Martins (MDB).
Anulação para ganhar tempo
Adversa é a realidade que Wladimir deve enfrentar na segunda metade do seu mandato de prefeito. Pela nova contabilidade dos apoios da Câmara Municipal — com a possibilidade de Rodrigo chegar à presidência da Alerj, caso seja reeleito em outubro, como Cláudio Castro (PL) a governador —, a maioria legislativa que já deu a vitória à oposição goitacá no pleito de 15 de fevereiro tende a ser ainda mais reforçada. A anulação deu no máximo tempo aos Garotinhos. Que, tudo indica, não terão vida fácil assim que a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara for finalmente consumada. E tem até dezembro para ser, se a Justiça não abreviar esse calendário.
Wladimir espremido
Enfrentar os Bacellar nunca foi fácil. Desde que o presidente da Câmara de Campos era o ex-vereador Marco Bacellar (hoje, SD), os Garotinhos deveriam ter aprendido isso. Com a ascensão de Rodrigo à condição de homem forte do governo estadual Cláudio Castro, a parada ficou ainda mais indigesta. Se já é difícil tê-los pela frente, as coisas ainda ficam pior quando também se enfrenta também o “fogo amigo” do próprio grupo. Como é o caso hoje de Wladimir, atacado publicamente até pela própria mãe, Rosinha Garotinho (União). Que, quando prefeita de Campos, navegou em mar de almirante com 50% de remanejamento.
Origem do “fogo amigo” (I)
A relação entre mãe e filho é uma coisa sagrada. E a de Rosinha com Wladimir sempre foi de carinho verdadeiro. Mas a coisa sai do plano familiar quando a desavença além de tornada pública, se dá por disputa de poder público. As coisas entre os dois começaram a degringolar quando Rosinha cobrou Wladimir sobre o apoio do prefeito à irmã Clarissa Garotinho (União) em outubro. Se não é segredo que Clarissa pensa em trocar a Câmara Federal pela Alerj nas urnas de outubro, tampouco é segredo que Wladimir sempre foi muito ligado ao deputado estadual Bruno Dauaire (União), que deve tentar a reeleição.
Empresário Marcelo Mérida, pré-candidato a deputado federal, e o deputado estadual Bruno Dauaire (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Origem do “fogo amigo” (II)
Depois, em reunião na executiva estadual do União, Garotinho descobriu que sua nova legenda tinha filiado o empresário Marcelo Mérida, que deixou o governo Wladimir por sua pré-candidatura a deputado federal. Como não sabia, o ex-governador não gostou e ligou ao prefeito. Que informou ter sido uma decisão sua e de Bruno. A conversa desandou quando Garotinho teria ameaçado anular a filiação. Wladimir teria respondido que proibiria seus secretários de falar com o pai. Ao que este teria dito, não sem razão, não precisar da Prefeitura de Campos para se eleger em outubro — pelo menos não a deputado estadual ou federal.
(Reprodução do Facebook)
Bombeiros em ação
Ao chegar do União à casa, no bairro carioca do Flamengo, Garotinho teria comentado a discussão com Rosinha. Que, já aborrecida por um apoio que julgava aquém do merecido do filho a Clarissa, publicou no dia 10 em suas redes sociais: “Wladimir, você só chegou onde está com o carimbo Garotinho. Não pelos seus belos olhos verdes”. Os bombeiros do grupo entraram em ação. Na quinta (12) foram ao Rio os vereadores Fábio Ribeiro (PSD), Juninho Virgílio (União) e Álvaro Oliveira (PSD), e os ex-vereadores Thiago Virgílio (União) e Thiago Ferrugem (União). A foto deles com Clarissa também foi postada por Rosinha em suas redes sociais.
Thiago Ferrugem, Juninho Virgílio, Clarissa Garotinho, Fábio Ribeiro, Álvaro Oliveira e Thiago Virgílio no Rio da última quinta (Foto: Facebook de Rosinha Garotinho)
Garotinho: governador ou nada?
Com Clarissa e Waguinho, prefeito de Belford Roxo, Garotinho foi ontem (17) à sede do União de Brasília, conversar com o presidente nacional, deputado federal Luciano Bivar. Daria duas opções em outubro ao seu novo partido: ou vem a governador, ou a nada. Se for a governador, teria pouca chance. Mas poderia dificultar a vida de Cláudio Castro. Se for a nada, Clarissa poderia vir a deputada federal, com Juninho Virgílio a estadual. Entre os edis governistas, Thiago Rangel (Podemos) e Marcos Elias (PSC) também são pré-candidatos à Alerj. O ex-governador deve anunciar hoje seu destino. Que, até as convenções, é sujeito a mudanças.
Por fim, Jefferson tentará projetar as eleições de outubro a deputado estadual, federal, governador e presidente. Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quarta pode fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Vereador da oposição eleito presidente da Câmara Municipal de Campos em 15 de fevereiro, no pleito anulado pela atual Mesa Diretora, Marquinho Bacellar (SD) é o convidado do Folha no Ar, ao vivo, a partir das 7h da manhã desta terça (17), na Folha FM 98,3. Ele falará da crise na Casa do Povo, aberta com a anulação, na disputa de poder entre os grupos políticos dos Garotinho e dos Bacellar.
Marquinho analisará também as contas da ex-prefeita Rosinha Garotinho (hoje, União) de 2016, reprovadas na Legislatura passada, seguindo parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e também anuladas pela atual Câmara, assim como a aparente crise no grupo político a que sempre se opôs. Por fim, o edil projetará as eleições de outubro a deputado estadual, federal, governador e presidente.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta terça pode fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Lula e Bolsonaro (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr).
Estamos hoje a exatos 141 dias, pouco mais de quatro meses e meio, da eleição presidencial de 2 outubro. Mesmo aos eleitores mais apaixonados do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), do ex-governador paulista João Doria (PSDB), do deputado federal André Janones (Avante), da senadora Simone Tebet (MDB) e do cientista político Luiz Felipe d’Avila (Novo), entre outros menos cotados, parece não sobrar mais tempo para dúvida racional. Salvo qualquer ponto muito fora da curva — como a prisão ou a facada de 2018 —, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) disputarão o segundo turno em 30 de outubro.
Nas pesquisas dos principais institutos feitas neste mês de maio, Lula mantém sua liderança isolada, com Bolsonaro também isolado em segundo lugar, fora de qualquer margem de erro. Nas consultas estimuladas de intenções de voto, o ex-presidente apareceu com 40% contra 35,2% do atual, na Paraná feita entre 28 de abril e 3 de maio; com 44% contra 31%, na XP/Ipespe feita entre 2 e 4 de maio; com 40,6% contra 32%, na CNT/MDA feita em 4 e 7 de maio; com 46% contra 29%, na Genial/Quaest feita entre 5 e 8 de maio; e com 42% do petista contra 35% do capitão, na PoderData feita entre 8 a 10 de maio.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Em terceiro lugar em todas as pesquisas, Ciro apareceu com 7,4% de intenções de voto, na Paraná; 8%, na XP/Ipespe; 7,1%, na CNT/MDA; 7%, na Genial/Quaest; e 3,8%, na PoderData. A diferença que o separa da vice-liderança de Bolsonaro hoje é no mínimo de 22 pontos, pela Genial/Quaest. E no máximo de 31,2 pontos, pela PoderData. Em um universo eleitoral de quase 150 milhões de brasileiros aptos a votar, 22 pontos significam 33 milhões de eleitores. Enquanto 31,2 pontos significam 46,8 milhões de votos. Com o slogan “A rebeldia da esperança” criado por João Santana, ex-marqueteiro de Lula e de Dilma Rousseff (PT), haja esperança ao ex-governador do Ceará. Tanto mais a quem vem ainda depois dele.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Não tão significativa quanto a diferença aos demais, ainda assim continua considerável a que hoje separa Lula de Bolsonaro. Pela Paraná, na menor diferença das pesquisas de maio entre ambos, os 4,8 pontos que os separam significam 7,2 milhões de eleitores. Pela XP/Ipespe, a diferença de 13 pontos do ex-presidente para o atual significa 19,5 milhões de votos. Pela CNT/MDA, a diferença de 8,6 pontos do líder ao vice significa 12,9 milhões de sufragistas. Pela Genial/Quaest, na maior diferença entre o petista e o capitão, os 17 pontos entre eles significam 25,5 milhões de brasileiros aptos a votar. Pela PoderData, a diferença de 7 pontos de Lula a Bolsonaro significa 10,5 milhões de eleitores.
Se a tarefa de tentar ultrapassar Lula na corrida do primeiro turno não parece fácil nestes quatro meses e meio até as urnas, a maior dificuldade de Bolsonaro para continuar no cargo é outra. E está no segundo turno. Para se chegar lá, contam a qualquer candidato as intenções de voto. Mas, para vencê-lo, conta a rejeição, por fixar o teto de crescimento dessas mesmas intenções de voto entre os dois turnos. Como questão aritmética, não política, o vencedor final precisa alcançar o mínimo de 50% mais um dos votos válidos.
Em todas as pesquisas, a posição entre Lula e Bolsonaro no índice positivo nas intenções de voto é invertida no índice negativo da rejeição. Na Paraná, o capitão teve 52,4% de eleitores afirmando não votar nele de maneira nenhuma, contra 46,3% do petista. Na XP/Ipespe, Bolsonaro teve 60% de rejeição, contra 43% de Lula. Na CNT/MDA, o presidente teve 53,9% de rejeição, contra 44,1% do ex-presidente. Na Genial/Quaest, Bolsonaro teve 59% de rejeição, contra 43% de Lula. E, na PoderData, o capitão teve 50% de rejeição, contra 37% do petista.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Quem tem 52,4%, ou 60%, ou 53,9%, ou 59%, ou 50% de rejeição, como Bolsonaro tem, não pode alcançar 50% mais um dos votos para vencer no segundo turno. Mais uma vez, não é uma questão política, mas aritmética. Aos analistas do mundo, o limite prudencial da rejeição ao vencedor de uma eleição em dois turnos é de 35%. Lula tem mais do que isso em todas as pesquisas. Mas, até aqui, sua sorte é ter como principal adversário alguém ainda mais rejeitado, cuja vitória hoje é matematicamente inviável.
Não por outro motivo, Lula bate Bolsonaro nas simulações de segundo turno de todas as pesquisas. A despeito das besteiras que o primeiro anda dizendo, como na questão do aborto que nunca propôs ao Congresso quando presidente, ou contra o teto de gastos criado pelo ex-presidente do Banco Central dos seus oito anos de governo, Henrique Meirelles (PSD). Nada comparável à bravata da privatização da Petrobras, para Bolsonaro tentar tirar o dele da reta do constante aumento no preço dos combustíveis, ou da maior inflação do país em 26 anos.
O fato é que hoje o petista liquidaria a fatura do segundo turno sobre o capitão por 46,4% a 38,7%, na Paraná; por 54% a 34%, na XP/Ipespe; por 50,8% a 36,8%, na CNT/MDA; por 55% a 34%, na Genial/Quaest; e por 49% a 38%, na PoderData. No turno final, a menor diferença de Lula para Bolsonaro, pela Paraná, hoje seria de 7,7 pontos — ou 11,55 milhões de eleitores. A maior, pela Genial/Quaest, hoje está em 21 pontos — ou 31,5 milhões de votos. Na dúvida, a certeza: é voto pra danar!
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Mais do que tentar ultrapassar Lula no primeiro turno, a única chance real de Bolsonaro seria diminuir sua rejeição para o segundo turno. Mas, em pastiche de Donald Trump no ataque aos votos pelos correios em sua anunciada derrota eleitoral à presidência dos EUA em 2020, o capitão força o discurso no Brasil de 2022. Contra a urna eletrônica, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF). Com o apoio de parte das Forças Armadas, que na quinta (12) teve resposta firme do sereno ministro Edson Fachin, presidente do TSE: “Quem trata de eleições são forças desarmadas!”. O tom de Bolsonaro é como o termômetro do peru Sadia: quanto mais sobe, maior a certeza de estar pronto para ser fatiado e servido.
A segunda tendência? Após crescer com a herança dos votos da desistência do seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União), Bolsonaro também aparenta já patinar em seu teto, na casa dos 30%. Talvez rebaixado porque, após crescer nas pesquisas — as mesmas que os bolsonaristas dizem não acreditar — e se sentir empoderado, o presidente voltou ao seu manjado morde e assopra contra o estado democrático de direito.
Quanto mais radicalizar o discurso, para agradar sua bolha e desagradar o eleitor não fanatizado à direita ou à esquerda, mais o capitão que adora demitir generais, brigadeiros e almirantes ficará refém da armadilha que montou para si.
À frente de Washington Reis, Wladimir Garotinho, Frederico Paes e o empresário Renato Abreu, presidente do Grupo MPE, o governador Cláudio Castro discursou após a missa de abertura de safra da Coagro (Foto: Genilson Pessanha/Folha da Manhã)
Castro amigo de Rodrigo e Wladimir
“Eu sou amigo do Rodrigo (Bacellar, PL) e do Wladimir (Garotinho, sem partido). Eles que se entendam. A questão das disputas políticas de Campos não tem nada a ver comigo. Eu sou governador do estado e tenho que trabalhar com os dois. Se tiver um terceiro, que brigue com os dois, eu vou trabalhar com ele também. Assim como se tiver um quarto. Eu sou governador e não me meto nessas questões municipais”. À reportagem da Folha, foi o que disse na manhã de ontem (10) o governador Cláudio Castro (PL), na missa de abertura de safra da Usina Sapucaia. Que é arrendada a Coagro, presidida por Frederico Paes (MDB), vice-prefeito de Campos.
Entre os vereadores de oposição Helinho Nahim, Igor Pereira, Raphael Thuin, Marquinho Bacellar, Anderson de Matos e Bruno Vianna, Cláudio Castro posou fora do palanque oficial (Foto: Divulgação)
Mais edis de oposição que do governo
Wladimir Garotinho marcou presença no evento, não Rodrigo Bacellar, que deixou a secretaria estadual de Governo para tentar se reeleger deputado estadual em outubro. Mas, irmão de Rodrigo e vereador eleito presidente da Câmara de Campos em 15 de fevereiro, no pleito depois anulado pela atual Mesa Diretora governista, Marquinho Bacellar (SD) também esteve lá. Como vários edis da oposição, entre eles Helinho Nahim (PTC), Bruno Vianna (PSD), Raphael Thuin (PTB), Igor Pereira (SD) e Anderson de Matos (Republicanos). Entre os governistas, estiveram os vereadores Marcione de Farmácia (DEM) e Silvinho Martins (MDB).
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Castro e as pesquisas
Quem veio junto com Cláudio Castro, como adiantado pelo blog foi Washington Reis (MDB). Ex-prefeito de Duque de Caxias, ele é o nome mais cotado para ser o vice na chapa da tentativa de reeleição do governador. Sobre as pesquisas às urnas estaduais, daqui a menos de cinco meses, Castro disse à Folha: “Eu tenho como postura não comentar pesquisa, até porque você nem sabe ainda quem são os candidatos. As pesquisas só vão valer depois que saírem as convenções e pudermos saber quem são. Por exemplo, as pesquisas nacionais falavam em (Sergio) Moro (União) e hoje nem candidato (a presidente) ele é mais”.
Castro e Freixo
Apesar de dizer que não comenta pesquisas, Castro não deixou de alfinetar quem elas apontam como seu mais forte adversário na corrida ao Palácio Guanabara. Com o cuidado de não citar o nome do deputado federal Marcelo Freixo, pré-candidato do PSB a governador, o atual detentor do cargo disse: “O meu adversário (Freixo, que lidera até aqui as pesquisas, com Castro em segundo) comenta e toda hora ele tem que ficar buscando na pesquisa um dado em que está melhor. Eu sigo uma postura diferente. Acho que quem está na oposição faz campanha e quem está no governo governa. Eu estou governando e essa é minha postura”.
Cláudio Castro na Coagro com Elísio Rodrigues, presidente da Câmara de SJB (Foto: Instagram)
SJB e Castro
Após a missa, discursaram Frederico, Renato Abreu, proprietário da usina; Washington, Wladimir e Castro. O ex-prefeito de Duque de Caxias foi o mais político, saudando a presença do deputado federal Juninho do Pneu (União) e do estadual Bruno Dauaire (União). Pai deste, o ex-prefeito de São João da Barra, Betinho Dauaire (PSC) também foi ao evento. Assim como os vereadores do G-5 sanjoanense: o atual presidente da Câmara, Elísio Rodrigues (PL); o presidente eleito, Alan de Grussaí (Cidadania); além de Analiel Vianna (Cidadania), Franquis (PSC) e Kaká (Podemos). Elísio é outro político da região ligado a Rodrigo Bacellar.
Parque Saraiva e Ponte da Integração (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Pq. Saraiva e Ponte da Integração
Política à parte, o evento trouxe boas notícias concretas a Campos, SJB e São Francisco de Itabapoana, cujos vereadores Renato Roxinho e Eleno (ambos, do SB) também estiveram presentes. Wladimir anunciou “para os próximos dias” a retomada de obras no Parque Saraiva, em parceria do município com o Governo do Estado. Por sua vez, Castro finalmente deu prazo para a entrega da Ponte da Integração, ligando SJB a SFI: “A entrega está pré-marcada para 31 de maio de 2023”. Morto pela Covid em 2020, após brigar tanto em vida pela obra iniciada em 2014, infelizmente o deputado estadual João Peixoto não estará aqui para ver.
Rosinha improcedente
A Câmara de Campos teve a temperatura da sessão de ontem elevada por dois fatos externos. Ambos ligados à ex-prefeita Rosinha Garotinho (União), mãe do prefeito Wladimir. Primeiro foi a decisão judicial do último dia 29 que julgou improcedente a anulação, pela atual Legislatura, da reprovação das contas de Rosinha de 2016 pela Legislatura anterior, seguindo parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE). No Folha no Ar, a anulação já havia sido considerada aberrante por juristas conceituados, como o ex-presidente da OAB-Campos e seu atual vice-presidente, respectivamente, Cristiano Miller e Carlos Alexandre de Azevedo Campos.
(Reprodução do Facebook)
“Olhos verdes”
Quem levantou na Câmara a decisão da juíza Danielle Coutinho Cunha Gomes, da 3ª Vara Cível de Campos, contrária a Rosinha, foi o Marquinho Bacellar. Coube a ele levantar também o segundo fato incendiário do dia. Foi uma postagem de Rosinha no Facebook em cobrança ao filho: “Wladimir, você só chegou onde está com o carimbo Garotinho. Não pelos seus belos olhos verdes”. Verdade ou não, não é mentira que qualquer mãe só deveria cobrar seu filho dessa maneira no reservado. Jamais publicamente. Skakespeare advertiria: “o ciúme é um monstro de olhos verdes que se alimenta da própria carne” (“Othelo”, ato 3, cena 3).
Rosinha e Wladimir em postagem do dia das mães (Foto: Instagram)
Com informações dos jornalistas Ícaro Barbosa, Aldir Sales, Arnaldo Neto e do repórter-fotográfico Genilson Pessanha.